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Santo Amaro: a fé sempre em alta na Baixada Campista

Festa religiosa e cultural acontece há 287 anos e nesta madrugada, romeiros percorrerão os 40km do único caminho de fé do Estado do Rio de Janeiro

Cultura
Por Redação
14 de janeiro de 2020 - 12h06

Igreja Sato Amaro (Foto: divulgação)

Uma tradição de quase três séculos que remonta à época em que os monges beneditinos vieram para esta região, a Festa de Santo Amaro chega, em 2020, a sua 287ª edição. O festejo religioso e popular que homenageia o padroeiro da Baixada Campista destaca-se na história de Campos dos Goytacazes e também na dos mais de 100 mil fiéis, romeiros e simpatizantes que se deslocam até o distrito homônimo para pagar promessas, solicitar graças e agradecer.

 

Caminho de Santo Amaro

A programação começou desde o dia 5 de janeiro, com missas e ladainhas. Mas é na noite do dia 14, véspera do dia do padroeiro, que ocorre o tradicional levantamento do mastro na praça do distrito, e, na área central, inicia-se a romaria. São aproximadamente 40km da Catedral do Santíssimo Salvador até a Igreja de Santo Amaro, itinerário de fé seguido por centenas de pessoas ano após ano.

“O Caminho de Santo Amaro representa uma jornada marcada pela conversão e manifestação da caridade do santo padroeiro. Abre-se, na cidade de Campos, um espaço de peregrinação noturna, serena, meditativa e profundamente tocante porque oportuniza a volta da pratica da fé e cura interior e de uma renovação espiritual – reflete o Bispo de Campos, Dom Roberto Francisco.

Este ano, o Caminho de Santo Amaro contará com nove pontos de apoio, sendo o primeiro no posto do Batalhão de Patrulhamento da Polícia Rodoviária Estadual (BPRv). Entre uma a outra barraca, equipes do BPRv, com o auxílio da Guarda Civil Municipal, farão patrulhamento fixo e móvel para garantir segurança aos romeiros. Quatro ambulâncias, sendo duas UTIs, também estarão disponíveis, uma fixa e três percorrendo todo o trecho.

— Teremos ainda, em Santo Amaro, uma parada específica para chegada e saída de pessoas que utilizarem o transporte coletivo para visitar o distrito durante os festejos — explica a subsecretária de Governo, Daniela Tinoco.

A festa

Mas é no dia 15 de janeiro que a festa chega ao seu ápice. Neste dia, as ruas de Santo Amaro já estão enfeitadas e repletas de fiéis. Bandeiras coloridas são colocadas no portão das casas e, ao redor da praça, barracas que vendem de comidas a imagens religiosas se espalham.

Ao longo de toda a madrugada, chegam os romeiros da peregrinação e acendem suas velas e depositam os ex-votos na “Sala dos Milagres”. Eles também assistem as missas, que acontecem das 3h às 19h, a cada duas horas.

Enquanto isso, às 5h, ocorre a Alvorada, quando a banda civil Lira de Santo Amaro percorre as ruas da localidade chamando os moradores do distrito para os festejos. A casa dos moradores costuma ficar cheia de familiares e amigos que aproveitam o feriado municipal para participar da festa e conferir as outras atrações.

O Bispo de Campos destaca a importância da festa neste ano em que a Diocese de Campos se prepara para celebrar seu centenário.

“Na Festa de Santo Amaro, encontramos raízes históricas da espiritualidade beneditina de peregrinação missionária que formatou a tradicional caminhada, da edificação eclesial e pastoral da comunidade e do valor da Cavalhada. Celebrar a festa de Santo Amaro é fortalecer essas nossas raízes e avançar para a Nova Evangelização proposta pelo Papa Francisco – destaca Dom Roberto Francisco.

A Cavalhada

Entre as atrações da festa que ocorrem no dia 15 de janeiro estão, por exemplo, o desfile das bandeiras e a Cavalhada, que teve sua primeira apresentação em 1730 e que representa a luta entre Mouros (de vestes vermelhas) e Cristãos (de vestes azuis). Hoje o espetáculo de fé e cultura acontece na arena da praça de Santo Amaro, quando a emoção dos cavaleiros, todos moradores do distrito, mistura-se com o compromisso de manter viva essa tradição.

“A Cavalhada é a representação lúdica e simbólica de um passado heróico, inspirado na defesa da fé e da liberdade religiosa dos cristãos. Agora, em outro contexto, podemos entendê-la como um convite à reflexão quanto à necessidade de dialogo civilizatório entre as culturas. Trata-se, de modo geral, de um importante trabalho comunitário, um legado familiar que se mantém em comunhão com a Igreja” destacou o Bispo.

 

Programação

Dia 14/01 – Encerramento do novenário

19h30 – Santa Missa

21h – Levantamento do Mastro

22h – Show religioso e acolhida da Renovação Carismática Católica

 

Dia 15/01 – Dia do Padroeiro

3h, 4h , 5h, 7h, 9h, 13h, 19h – Missas

5h – Alvorada

11h – Missa Solene com Dom Roberto Francisco

13h – Desfile de Bandeiras

15h – Cavalhada

17h – Missa Campal

18h30 – Procissão

21h – Show com Pe. Max Barreto e Banda e encerramento da Festa