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Prevenção à hanseníase neste mês

Janeiro Roxo alerta para a doença contagiosa e infecciosa que afeta os nervos e a pele

Saúde
Por Redação
13 de janeiro de 2020 - 6h00

O município de Campos possui o Programa Municipal de Controle da Hanseníase que oferece atendimento. (Foto: Divulgação)

Oficializada há quatro anos pelo Ministério da Saúde, a campanha Janeiro Roxo acontece no mês de conscientização sobre a hanseníase. O período foi escolhido justamente porque o dia 31 é a data nacional de combate e prevenção à doença. Priorizando o diagnóstico precoce, a iniciativa alerta para uma colocação preocupante: o Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de casos de hanseníase, ficando atrás apenas da Índia.

O levantamento epidemiológico do órgão mostra ainda que, em 2015, houve uma queda no número de casos, mas, ao longo dos últimos anos, esse registro vem aumentando aos poucos. Em 2016, foram 25.218 novos casos. Em 2017, 26.875 eram pacientes. E em 2018, um total de 28.668 diagnósticos. A região brasileira com maior incidência é o Nordeste, com mais de dez mil casos por ano. No Sudeste, esse número varia entre três e quatro mil casos anualmente.

A hanseníase pode atingir qualquer pessoa, independentemente de classe social, sexo, localização geográfica e idade. É uma doença infecciosa e contagiosa, não hereditária, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae. Sua transmissão acontece de pessoas doentes sem tratamento para indivíduos saudáveis pelas vias aéreas superiores (tosse, espirro, fala). Entretanto, é necessário um longo período de exposição à bactéria, sendo que apenas uma pequena parcela da população infectada realmente adoece. No passado, a hanseníase era mais conhecida como lepra, e quem a contraia ficava isolado da sociedade, devido às deformidades que surgiam no corpo. Logo, terminologia hanseníase foi criada no Brasil, visando minimizar o preconceito.

Esta, como toda doença infecciosa, decorre de um fator imunológico. Um dos sinais da hanseníase é o surgimento de manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele, podendo causar também alteração da sensibilidade. O paciente não sente calor, frio, dor e até mesmo o toque nessa área. Entre as demais manifestações há também a diminuição dos pelos e do suor; dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas; inchaço de mãos e pés; nódulos no corpo; febre, edemas e dor nas articulações; entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz; além de ressecamento nos olhos.

Coordenador do programa, o dermatologista Dr. Edilbert Pellegrini. (Foto: Silvana Rust)

Campos dos Goytacazes possui o Programa Municipal de Controle da Hanseníase e segundo informações do órgão, o município está dentro do nível de controle aceito pelo Ministério da Saúde. O registro é de menos de um caso para 10 mil habitantes. Até agosto do ano passado, 34 pessoas estavam em tratamento. Em 2016, foram diagnosticados 70 casos na cidade. Em 2017, este número caiu para 47.

“Porém ainda existem alguns pacientes que chegam com a doença em estado um pouco mais avançado, justamente pelo diagnóstico não ter sido feito de forma precoce”, explica o coordenador do programa, o dermatologista Dr. Edilbert Pellegrini.

Hanseníase tem cura

Em estado mais avançado, a hanseníase leva, inclusive, à incapacidade física, o que para o trabalhador pode resultar em dificuldades no desempenhar de suas funções. O diagnóstico da é feito durante consulta, onde o especialista examina as lesões na pele e alterações neurológicas específicas.
“A hanseníase, na maioria das vezes, é transmitida dentro do núcleo familiar, devido à convivência muito próxima e prolongada com o doente. Quando o paciente tem o diagnóstico, nós examinamos todos os familiares”, relata Edilbert Pellegrini.

Tratamento e prevenção

O tratamento é gratuito, fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a partir de medicamentos para ingestão via oral, e pode variar de seis meses a um ano, dependendo da resposta do paciente. Após a primeira dose da medicação, não há mais risco de transmissão.