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O cenário político de Campos no ano eleitoral 2020

Velhos e novos nomes aparecem na disputa, mas nem todos devem se confirmar nas convenções partidárias

Política
Por Marcos Curvello
13 de janeiro de 2020 - 6h00

Corrida eleitoral de 2020 | Prováveis candidatos à Prefeitura de Campos já se articulam politicamente e aguardam legislação para oficializar candidaturas. (Fotos: Divulgação)

O início de 2020 oficializa a corrida eleitoral, que já vem dominando os bastidores da política nos últimos meses e pautando as ações e discursos de pré-candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador. Em Campos, maior colégio eleitoral do interior do Rio, um grande número de candidaturas ao Executivo e ao Legislativo deve ganhar corpo até as convenções partidárias, que acontecem de 20 de julho a 5 de agosto e vão definir os nomes que estarão nas urnas.

Ao longo de 2019, doze nomes surgiram como prováveis candidatos a prefeito. O número surpreende, dado o quadro financeiro do município, que amarga uma tendência de queda na arrecadação — especialmente no que tange às compensações pela exploração petróleo — que parece difícil de ser revertida em curto prazo.

Atual prefeito de Campos, Rafael Diniz (CDN) antecipou o xadrez eleitoral ao declarar, ainda em janeiro do ano passado, que seria candidato à reeleição. Com a popularidade em queda livre devido à série de medidas de austeridade que implementou durante seu mandato, ele pode tentar reeditar o embate contra o garotismo, que o elegeu em primeiro turno em 2016 para garantir alguma boa vontade do eleitor.

Mesmo longe da planície desde a derrota de Chicão (PR), candidato governista à Prefeitura nas últimas eleições, o clã da Lapa sempre manteve os olhos atentos ao seu berço eleitoral. Com a ex-prefeita Rosinha inelegível, a expectativa é de que Wladimir Garotinho (PSD) represente a família no pleito — possibilidade, que se o deputado federal não confirmou, também não descartou.

Filho do ex-prefeito de Campos Arnaldo Vianna e da ex-vereadora Ilsan Vianna, Caio Vianna (PDT) é outro nome aventado para a Prefeitura. Gabaritado por um bom desempenho nas urnas em 2016, quando recebeu mais de 31 mil votos para prefeito em sua primeira candidatura a um cargo eletivo, é avesso à imprensa e não confirmou a intenção de concorrer, mas aparece com frequência entre os prefeitáveis de 2020.

Vice na chapa encabeçada por Caio na eleição passada, o deputado estadual Gil Vianna (PSL) assumiu logo cedo a intenção de concorrer. Mas, ainda que negue, o destino de sua candidatura pode acabar influenciado pelo racha que resultou na saída do presidente Jair Bolsonaro e de sua família da legenda. Isso porque Gil era o homem forte do ex-presidente da sigla no Estado, o senador Flávio Bolsonaro (atualmente sem partido), no Norte e no Noroeste Fluminense.

Também já confirmaram suas pré-candidaturas os petroleiros Lesley Beethoven (PSDB) e José Maria Rangel (PT), além do ex-prefeito interino de Campos Roberto Henriques (PPL) e o cirurgião-dentista Alexandre Buchaul (ex-PSDB e atualmente sem partido).

Outros possíveis candidatos são o deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD), o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Rio de Janeiro, Marcelo Mérida (PSC), o ex-vereador e apresentador Alexandre Tadeu (REP) e o proprietário do plano de assistência funerária Boa Viagem, Cláudio Rangel (PMN).

Legislativo

Já a disputa pelas 25 cadeiras da Câmara Municipal deve contar com nomes velhos e novos. A rebelião promovida no fim de dezembro, na Casa de Leis, por dissidentes da base aliada de Rafael Diniz e opositores — que resultou na formação do chamado G8, na reprovação de oito projetos de interesse do Executivo e no adiamento de um entendimento sobre o Orçamento de 2020 — pode indicar um movimento de descolamento do grupo, composto pelos vereadores Enock Amaral (PHS), Igor Pereira (PSB), Ivan Machado (PTB), Joilza Rangel (PSD), Jorginho Virgílio (Patriota), Neném (PTB) e Paulo Arantes (PSDB), em relação ao prefeito com vistas a 2020.

Por outro lado, membros do primeiro escalão do Governo Rafael Diniz devem entregar seus cargos para tentar vagas na Câmara. Entre eles, estão o presidente da Fundação Municipal de Esportes, Raphael Thuin, os superintendentes Rogério Matoso (Trabalho e Renda) e Victor Montalvão (Postura) e os secretários André Oliveira (Gestão Pública), Brand Arenari (Educação, Cultura e Esporte) e Leonardo Barreto (Desenvolvimento Ambiental).

Reeleito vereador em 2016 e afastado para assumir a secretaria de Saúde e a Fundação Municipal de Saúde, o médico cardiologista Adbu Neme deve tentar seu quinto mandato na Casa este ano.

Prazos para candidatos…

Publicada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em dezembro, a Resolução nº 23.606/2019 define todas as datas do Calendário Eleitoral. O primeiro turno acontece no dia 4 de outubro. Em municípios com mais de 200 mil eleitores, como Campos, pode haver segundo turno, com votação no dia 25 de outubro. Desde o dia 1º, todas as pesquisas de opinião pública que envolverem candidatos precisam ser registradas na Justiça Eleitoral cinco dias antes de sua publicação.

Parte dos pré-candidatos está de olho em outras datas importantes, entre elas, a da janela partidária, que fica aberta de 5 de março a 3 de abril, e permite a vereadores em fim de mandato mudarem de partido por justa causa, para concorrerem nas eleições majoritária ou proporcional sem perder o mandato.

Há, ainda, o prazo para desincompatibilização de secretários e diretores de departamentos municipais que pretendam concorrer a cargo eletivo. Eles devem se afastar do cargo ou função pública seis meses antes das eleições, sob pena de serem considerados inelegíveis.
O registro de candidatura junto à Justiça Eleitoral pode ser feito até o dia 15 de agosto.

…e para eleitores

Em Campos, o uso de biometria não será obrigatório em 2020, mas eleitores também devem estar atentos aos prazos. O Cadastro Eleitoral será fechado no dia 7. Com isso, quem não votou e nem justificou sua ausência em três eleições consecutivas tem até o dia anterior para regularizar sua situação.

No caso de cancelamento do título, o eleitor poderá enfrentar dificuldades em relação a procedimentos que dependam da certidão de quitação eleitoral, como obtenção de passaporte ou carteira de identidade, renovação de matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo, e inscrição em concurso ou prova para cargo ou função pública.