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Como evitar infecções nos olhos

Especialista diz que hábitos simples podem impedir o surgimento de diversas doenças

Saúde
Por Redação
2 de janeiro de 2020 - 9h58

Os olhos são responsáveis por traduzir para o cérebro cerca de 80% das informações que recebemos, transformando a luz emitida pelos objetos em uma imagem nítida na retina. Mas, em casos de infecções ou alergias, o problema se torna ainda mais complicado, pois essa região é bastante sensível e a visão ainda pode ficar comprometida. No verão, uma época de altas temperaturas, aglomeração de pessoas, viagens à praia e mergulhos na piscina, não se deve proteger apenas a pele, com o uso de filtro solar, mas também os olhos. Engana-se quem acha que é só colocar os óculos de sol e aproveitar! Cuidados simples, mas muito importantes impedem o surgimento de diversas doenças que podem atrapalhar as suas férias.

É o que diz a oftalmologista, Dra. Dayse Haddad. A médica fornece algumas orientações para que alergias, infecções e doenças mais graves sejam evitadas. Segundo ela, geralmente são em casos de descuido que os primeiros sinais aparecem e então surge o problema.

Dra. Dayse Hadadd (Foto: Carlos Grevi)

“A falta de higiene, quando as pessoas acabam colocando as mãos sujas nos olhos, normalmente na rua e em locais públicos, acaba ocasionando as infecções. Aquela região começa a coçar e sem percebemos acabamos esfregando
o local e pegando uma infecção, que pode ser mais leve ou até mais séria, com complicações.

Outra questão também são os traumas, as lesões e os acidentes, alguns acontecem por acaso, com objetos que atingem os olhos, corpos estranhos que vem com o vento, insetos, e também as unhas compridas que podem arranhar a região. Devemos ficar atentos a essas situações, pois o risco de desenvolver algo mais sério é grande”, frisa.

Conjuntivite
Nesta época do ano, aumenta o número de casos de conjuntivite. A doença de fácil propagação atinge mais de 2 milhões de brasileiros anualmente. Trata-se de uma inflamação da conjuntiva, membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular e o interior das pálpebras. De acordo com a oftalmologista, o aumento no verão se deve justamente ao clima mais quente, que favorece a propagação dos germes.

“As conjuntivites podem ocorrer por bactérias, vírus ou fungos. A propagação no verão está ligada as idas ao mar ou piscinas, onde há uma contaminação por parte das pessoas que já estão infectadas e não têm aquele cuidado de evitar a transmissão para as outras. Existem alguns tipos de conjuntivite que são mais sérias e graves e elas podem durar mais de quinze ou vinte dias. Algumas formam membranas que tem que ser retiradas pelo oftalmologista para poder melhorar. Ao começar com aquela sensação de areia, vermelhidão, olhos lacrimejando ou desconforto, o paciente não pode e nem deve se automedicar, porque pode ser conjuntivite, mas em alguns casos pode não ser e
existem alguns colírios que são contraindicados em certos casos. Ao serem usados erradamente, esses medicamentos podem levar a consequências gravíssimas. Para aliviar o desconforto, o ideal é fazer uma compressa de água filtrada ou soro fisiológico gelado, até o atendimento e o diagnóstico no oftalmologista”, recomenda.

Ceratite
Também nesta época do ano, a ceratite é uma inflamação da córnea que pode ser causada pelo uso da lente de contato. Mas, a Dra. Dayse ainda explica que o paciente também pode ter uma ceratite por outras razões, como exposição ao ar condicionado, o olho seco, contato com algum produto químico, água de mar, cloro da piscina ou
quando as pessoas mergulham de olhos abertos, principalmente as crianças, entre outras.

“A ceratite também proporciona uma sensação de desconforto muito grande nos olhos e o tratamento vai ser de acordo com a causa e de como estiver a situação da córnea. Os pacientes que utilizam lentes de contato tem que
ter muito cuidado, para evitar a contaminação por fungos ou bactérias e dependendo da gravidade podem surgir úlceras de córnea graves. Esses usuários não devem tomar banho de piscina ou de mar com as lentes, preferindo utilizar sempre óculos com o mesmo grau da lente justamente para essas ocasiões”, comenta.

Prevenção
Para evitar o surgimento de doenças oculares, hábitos simples podem ser adotados, como lavar as mãos, usar lenços de papel descartáveis ao invés de toalhas, não passar a mão nos olhos e tocar em lugares comuns, como maçanetas, controles remotos e aparelhos de telefone.

“Existem várias doenças que podem levar o paciente à perda da visão, mas nesses casos são doenças mais graves, da parte sistêmica, como diabetes, e tem as doenças dos olhos mais complexas, como glaucoma e o descolamento da retina. O tratamento vai depender de cada situação, como está o quadro do paciente, mas infelizmente essas situações podem levar a cegueira sim. Para manter os olhos saudáveis no verão sem ter nenhum problema, basta lavar bem as mãos antes de colocar nos olhos, não mergulhar de olhos abertos e ainda usar óculos de sol com uma lente adequada, que tenha proteção UV para impedir a exposição aos raios. Tudo isso faz parte das medidas de prevenção. São hábitos simples, mas que fazem muita diferença”, completa.