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Novo 007 está a caminho e principal clássico da série completa 60 anos

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Guilherme Belido Escreve
Por Guilherme Belido
25 de abril de 2023 - 19h10

LANÇADO EM 1963, SUPEROU TODAS AS EXPECTATIVAS. QUADRUPLICOU A JÁ EXPRESSIVA BILHETERIA DO ESTREANTE “DR. NO” E INAUGUROU A MAIS ESPETACULAR SÉRIE DE FILMES DE ESPIONAGEM DA HISTÓRIA DO CINEMA 

No início dos anos 50, o jornalista britânico Iam Fleming lançou seus primeiros livros de ficção, tendo como figura central um agente do Serviço Secreto inglês. Nascia ali o personagem James Bond – o espião 007.  

Milhões de exemplares dos chamados ‘livros de bolso’ foram vendidos e Fleming entrou para o seleto grupo de autores mais bem sucedidos de sua época.  

Na década seguinte, a obra de Fleming, já então consagrada, chegava ao cinema. Curiosamente, não com ‘Casino Royale’ – o primeiro romance, escrito com 1953 – mas com ‘Dr. No’, livro de 1958. 

“Dr. No”, na telona com o título ‘007 contra o satânico Dr. No” (1962), estrelado pelo então pouco conhecido Sean Connery, abriu caminho para uma das franquias mais famosas e vitoriosas do cinema mundial, além de ser a mais duradoura. Foram 25 filmes da saga oficial e dois independentes. 

Ainda sobre a primeira produção cinematográfica de 007, é relevante ressaltar que a atriz suíça Ursula Andress – saindo do mar com seu estonteante biquini branco e faca na cintura – é considerada a mais icônica Bond girl de toda a série. Isso, ao longo seis décadas. Andress tinha, então, 26 anos. 

Clássico dos clássicos 

Apesar do sucesso pioneiro de ‘Dr. No’, foi no ano seguinte, com “Moscou contra 007” (‘From Russia with Love’), que a série daria claros sinais de que viria para ficar.  

Isso porque não obstante ‘Dr. No’ tenha revelado o potencial da narrativa do espião britânico ‘com licença para matar’, a tecnologia utilizada, mesmo para a época, fora obsoleta. Além disso, algumas cenas mostraram-se demasiadamente artificiais e fantasiosas.  

Assim, a EON Productions, companhia responsável por produzir os filmes do agente secreto, apostou em um segundo longa-metragem que recebeu o dobro orçamento destinado ao original. Melhor trabalhado e repleto de suspense, alcançaria outras faixas de público e maior bilheteria. 

Acertaram. “Moscou contra 007” elevou a performance do espião inglês que lutava contra a organização criminosa SPECTRE. O filme ganhou em qualidade, realçou os detalhes e valeu-se do que havia de melhor no âmbito tecnológico. A bilheteria foi 4 vezes maior que ‘Dr. No’, deixando claro que o agente teria que voltar em outras versões, conquistando as plateias do mundo todo com seu famoso ‘cartão de visitas’: “Meu nome é Bond, James Bond”.  

Moscou’ vira marco  

Pelo ‘conjunto da obra’, levando em conta que “From Rússia” contou com um roteiro bem mais enriquecido e realista, é que se conclui que a produção foi o marco da franquia.  

E mais: a participação do vilão Donald Red Grant, personagem vivido por Robert Shaw (“Golpe de Mestre, “O Sequestro do Metrô” e “Tubarão”, entre outros), um dos grandes atores de sua geração – falecido precocemente aos 51 anos – contribuiu de forma singular para a o sucesso do filme.  

Grant foi o vilão perfeito: um assassino habilidoso, tão qualificado e eficiente quanto 007, como fica claro na luta feroz entre ambos, a bordo do luxuoso trem Expresso do Oriente.   

Cabe registrar, inclusive, que para alguns cinéfilos, Shaw ‘roubou’ o protagonismo do longa, com performance superior a de Connery.

Fase de ouro 

Não existe uma unanimidade entre críticos e aficionados da série de que ‘Moscou contra 007’ tenha sido o filme que viabilizou a franquia para os demais 23 longas oficiais que viriam a partir de 1964, com ‘’Goldfinger”, até “007 – Sem tempo para morrer”, em 2021 – o mais recente e que fechou o ciclo dos cinco interpretados por Daniel Craig.  

Contudo, é a opinião que predomina na maioria. E sob essa ótica cabe observar que a década de 60 foi, também, a que mais produziu filmes da série: seis longas. Portanto, na chamada fase dos grandes clássicos do espião mais festejado do cinema – diria, as primeiras 10 produções – ‘Moscou’ fez história. 

Na mesma linha, para muitos Sean Connery está no topo dos atores que deram vida ao agente 007. Isso, apesar do também britânico Roger Moore ter interpretado o espião mais vezes: 7 filmes. Resumindo, Connery tem a preferência do público que hoje está na faixa dos 50/60 anos. Já Craig, dos mais jovens, entre 20 e 30.  

Próximo 007 sendo planejado 

Reside aí uma dúvida da MGM e EON Productions para “Bond 26”, que deve chegar aos cinemas entre fins de 2024 e início de 2025: trazer uma pitada dos filmes iniciais – de mais estilo, charme e glamour –, ou enfatizar o jeito Craig, que apesar do grande sucesso de bilheteria, recebe críticas de significativa fatia do público por se aproximar de ‘Carga Explosiva’ e outros títulos similares, em que as lutas – e não a trama – predominam.  

Segundo fontes, os produtores discutem trazer às telas um James Bond ligeiramente reinventado. Contudo, levam em conta o risco de alterar a fórmula que há seis décadas é sucesso. Assim, o mais provável é que busquem o equilíbrio entre os clássicos dos anos 60 e 70 e a agilidade dos filmes mais recentes. 

O ator Aaron Taylor-Johnson (Godzilla) está entre os mais cotados para interpretar o novo filme da franquia.