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Editorial: onde mora o perigo

Constantes assaltos fazem inúmeras vítimas na BR-101, no trecho Niterói-Manilha

Editorial
Por Redação
1 de dezembro de 2019 - 6h10

Apelidado de corredor da morte, o trecho da Rodovia BR-101, em São Gonçalo onde diariamente são realizados arrastões e os mais variados tipos de assaltos não para de fazer vítimas. Apesar da rodovia ligar o país de norte a sul e pelo local passar veículos de todos os lugares, muitas vítimas são de Campos. A reportagem especial desta edição trata desse crítico e violento assunto e a repórter Priscilla Alves conversou com três vítimas campistas. Elas foram assaltadas nos meses de outubro e novembro. Se em poucos dias o jornal conseguiu encontrar três vítimas de Campos assaltadas em um intervalo de dois meses, imagina essa conta fechada, levando em consideração a diversidade de pessoas de centenas de outras cidades que passam por ali? A polícia não forneceu uma estatística que convença, nem informações sobre o esperado empenho das forças policiais para resolver o problema.

A Polícia Rodoviária Federal que tem um posto de policiamento a menos de 100 metros do local dos assaltos, sequer respondeu aos nossos emails. A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, a Alerj, já entrou no circuito e chegou a promover uma audiência pública para discutir o assunto. Na época, o policiamento no local foi reforçado e os índices caíram. Mas o que deveria ser uma constância, não passou de fogo de palha.

Uma medida interessante que notamos – se é que em meio a tanta tragédia, podemos comemorar alguma coisa- é que a concessionária Autopista Fluminense disponibiliza em tempo real para as polícias, as imagens de câmeras de segurança instaladas em toda a rodovia, inclusive nesse trecho. No entanto, os usuários reclamam da inércia das polícias. Nós tentamos, mas a concessionária não forneceu essas imagens. A Alerj divulgou que, segundo dados da Polícia Militar, a região de São Gonçalo é cenário para até 20% dos roubos de veículos ou cargas registrados em todo o estado do Rio de Janeiro. O que facilita a ação dos criminosos é a rota de fuga para favelas no entorno da rodovia, os constantes engarrafamentos causados por excesso de veículos em horário de pico e a existência de lombadas, que provoca a redução de velocidade dos carros e gera oportunidade para os bandidos se aproximarem. O que chama a atenção é o grau de violência utilizado pelos criminosos que normalmente traumatiza as vítimas.