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Rabino Henry Sobel será sepultado no domingo nos EUA

Lider da comunidade judaica no Brasil, o religioso foi defensor dos direitos humanos durante ditadura

Obituário
Por Redação
22 de novembro de 2019 - 19h12

*Com informações do G1

 

Rabino Henry Sobel foi referênci no combate à ditadura militar no Brasil (Reprodução)

O rabino Henry Sobel morreu nesta sexta-feira (22), aos 75 anos, em Miami, nos Estados Unidos, por complicações associadas a um câncer. O sepultamento ocorrerá no domingo (24), no cemitério Woodbridge Memorial Gardens, no estado americano de Nova Jersey.

Nascido em Lisboa, sua mãe belga e seu pai polonês chegaram a Portugal fugindo da perseguição nazista durante a 2.ª Guerra Mundial. Ainda na primeira infância, a família de Sobel se estabeleceu em Nova York, onde ele se formou rabino.

A partir de 1970, depois de se formar, ele se radicou no Brasil, onde permaneceu por mais de quatro décadas.

Nos seus primeiros anos no Brasil, Sobel era visto como uma autoridade religiosa: dava entrevistas para explicar elementos do judaísmo, fazia cerimônias às vítimas do nazismo, entre outras atividades.

Sobel, no entanto, se tornou também uma autoridade e uma voz firme em defesa dos direitos humanos no país durante a ditadura militar.

Ele teve destaque na luta pelo esclarecimento da morte do jornalista Vladimir Herzog, também de origem judaica, ocorrida quando este ficou detido pelos órgãos de repressão da ditadura, em São Paulo, em 1975.

Na ocasião, Sobel se recusou a enterrar Herzog na ala dos suicidas do cemitério israelita, por rejeitar a versão oficial acerca das circunstâncias da morte. O rabino também se juntou a líderes de diferentes religiões num ato ecumênico em homenagem a Herzog, em 31 de outubro de 1975, na Praça da Sé, uma semana depois de seu assassinato. Além de Sobel, estavam presentes o católico Dom Paulo Evaristo Arns e o presbiteriano Jaime Wright.

Fonte: G1