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Campistas estão na final do Prêmio Shell de Educação Científica

Rafaella e Gedmar disputam com mais cinco candidatos; ela na categoria Ensino Médio e ele no Ensino Fundamental

Educação
Por Thiago Gomes
20 de novembro de 2019 - 11h01

Por tornar o estudo da Física interessante e de fácil assimilação entre os alunos dos ensinos Fundamental e Médio, Rafaella Cruz Ferreira e Gedmar Santos Carvalho, dois professores campistas, chegaram à final do Prêmio Shell de Educação Científica. E tal feito não é pouco, visto o temor causado em boa parte dos estudantes pela disciplina que discute nas salas de aula os fenômenos que acontecem com a matéria no decorrer do espaço e do tempo. Rafaella concorre na categoria Ensino Médio e Gedmar na categoria Ensino Fundamental. Ambos disputam com outros cinco concorrentes que foram selecionados em todo o Estado do Rio de Janeiro. O resultado será anunciado no dia 27 de novembro, às 18h, durante cerimônia no Museu do Amanhã, no Rio.

Tanto Rafaella como Gedmar são ex-alunos do Programa Nacional de Mestrado Profissional em Ensino de Física (MNPEF), do polo 34, que funciona no Instituto Federal Fluminense (IFF). Seus projetos finalistas do Prêmio Shell de Educação Científica foram desenvolvidos durante o curso de Mestrado de ambos. O método de ensino desenvolvido por Rafaela foi aplicado em alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Colégio Estadual Benta Pereira, em Campos. Já o projeto de Gedmar foi aplicado no Colégio Municipal Dr. Cláudio Moacyr de Azevedo, em Macaé.

A finalista Rafaella foi orientada pelo professor Wander durante o Mestrado (Fotos: Carlos Grevi)

Física unida à Química
Professora de Química e Física, Rafaella desenvolveu um projeto que apresenta de forma clara e lúdica o conceito da Espectroscopia aos alunos da EJA. A Espectroscopia é o estudo da interação entre a radiação eletromagnética e a matéria. Parece complicado, e, de fato, é. Mas os alunos da professora entenderam.
“Desenvolvi uma sequência didática fundamentada, com oito etapas investigativas que pudesse ser aplicada na EJA. Esse projeto trata da utilização da luz na identificação e caracterização de elementos químicos que compõem a Tabela Periódica. Este é um projeto interdisciplinar, porque ele une conceitos de Química e Física”, esclareceu a finalista.

Orientador de Rafaella durante o Mestrado, o professor Wander Gomes Ney avaliou que sua orientanda desenvolveu um produto educacional que facilitou a compreensão dos alunos em relação a um assunto difícil de ser trabalhado em sala de aula.

Já o finalista Gedmar recebeu a orientação do professor Pierre

Física e Ciências
Já Gedmar, professor de Ciências e Matemática, usou em seu projeto conceitos da Dinâmica, que é a parte da Física relacionada à mecânica que estuda os movimentos e as causas que os produzem e os modificam. Além da Dinâmica, Gedmar deu ênfase na experimentação e na história da Ciência.

“Criei uma sequência didática diferenciada, que proporciona aos alunos experiências que vão além das atividades comuns de sala de aula. O projeto inclui gincanas, textos históricos, filmes, aulas diferenciadas para dar um caráter mais interessante ao ensino”, explicou Gedmar.

O professor ainda utilizou o cientista Isaac Newton, autor da primeira publicação que se referiu à Dinâmica, como personagem para introduzir os alunos à história da Ciência. Inclusive, um dos conteúdos mais importantes da Física é justamente o que aborda as três leis de Newton: Princípio da Inércia ou Primeira Lei de Newton; A Força, também conhecida como Segunda Lei de Newton; e Princípio da Ação e Reação, chamada de Terceira Lei de Newton.

O orientador de Gedmar, professor Peirre Schwartz, acredita que o que levou o projeto educacional a ser finalista é o fato de ele ter abordado várias propostas didáticas, frisando questões como experimentação, história, jogos e várias outras.

Prêmio
Os três primeiros colocados em cada uma das duas categorias (Fundamental II e Médio) ganham uma viagem educativa para Londres e uma premiação em dinheiro. Além disso, as escolas onde os autores dos seis melhores projetos inscritos lecionam recebem um kit multimídia com materiais para a melhoria do ambiente escolar: laptop, projetor e caixas de som.

O objetivo da iniciativa é identificar, reconhecer e valorizar os profissionais que realizam atividades inovadoras em sala de aula, estimulando a prática e o interesse científico. Em 2018, o prêmio carioca recebeu 517 inscrições e agraciou projetos relacionados a diversos temas, como a Primeira Lei de Newton e as fontes de luz natural e artificial.