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Uma campista na Casa Cor

Juliana Monteiro é a primeira arquiteta do município a apresentar ambiente no renomado evento em Vitória

Entrevista
Por Aloysio Balbi
11 de novembro de 2019 - 6h00

Arquiteta Juliana Monteiro é desraque na cidade de Vitória (Reprodução)

Formada na turma de 2017 do Isecensa, Juliana Monteiro é precoce e prodígio. Na verdade, é a primeira arquiteta de Campos a participar da Casa Cor do Espírito Santo que acontece em Vitória. O evento voltadopara arquitetura e decoração de interiores está no mesmo nível dosseus homônimos de São Paulo e Rio de Janeiro. Empreendedora convicta, Juliana de 25 anos, pensa em expandir o raio de ação do seu já renomado escritório, mantendo a matriz em Campos e outros dois emVitória e Minas Gerais.

Sobre a crise econômica, ela disse que chegou a bater na sua porta, porém de certa forma não conseguiu entrar – “focando no trabalho e elaborando projetos que atendam as demandas do mercado é possível debelar a crise que atinge todos os segmentos”, afirma nesta entrevista.

 

Você se torna a primeira arquiteta campista a participar da Casa Cor de Vitória (ES), evento em pé de igualdade com seus homônimos de São Paulo e Rio. Como você se sente sendo, digamos assim, uma pioneira da arquitetura campista neste espaço?

Para mim é uma honra participar de um evento de tão grande renome, principalmente no meu caso, que estou com dois anos no mercado, dando os primeiros passos na minha carreira de arquiteta, e posso dizer com um certo orgulho que esse foi um dos passos grandes e que certamente vai me dar musculatura para dar passos ainda maiores. Me sinto orgulhosa por perceber que essa participação é consequência do meu trabalho e dedicação na minha profissão.

A linguagem da Casa Cor de Vitória tem o mesmo sotaque das outras realizadas em centros como os já citados Rio e São Paulo? As tendências apontadas são semelhantes?

Percebi na Casa Cor do Espírito Santo é mais sedutora para o público final, ou seja, para os nossos clientes. Existe obviamente o aspecto de munir os arquitetos com as grandes novidades em termos de criação, mas foca com mais precisam nas pessoas comuns que vão ao evento em busca de referências e ideias. Então quase todos os visitantes são clientes em potencial e eles merecem toda a atenção dos profissionais envolvidos. É um ambiente perfeito para quem cria e quem busca uma boa criação.

Mas também é forte na Casa Cor do Espirito Santo o aspecto corporativo, o se reunir grandes profissionais da arquitetura. Como isso funcionam?

Definitivamente esse é um dos maiores benefícios de participar de um evento tão renomado. Isso porque acabamos estabelendo vinculo de amizade no curso de um projeto tão desgastante como é a montagem de cada projeto dos participantes. No meu caso especifico, eu assino o ambiente que escolhi, juntamente com duas outras arquitetas parceiras –  Isabella Marotti e Viviane Moreno -, mas mesmo assim existe aquele clima de empatia e solidariedade entre todos os arquitetos, que chamamos de vizinhos de ambiente.

Qual ambiente que você escolheu para esse Casa Cor do Espírito Santo?

Assinamos o lounge Inspirar que é um ambiente comercial de 38 metros quadrados, onde são comercializadas produtos de perfumaria e decoração. O conceito brotou de desmistificar o aspecto frio tão comum nos ambientes comerciais de mostra, então desenvolvemos um projeto que oferece uma experiência sensorial ao visitante onde ao entrar ele foca de forma exata e precisa em cada detalhe exposto, estabelecendo uma atmosfera sedutora onde cada um se sente acolhido e abraçado pele nossa criação.

Como funciona a prospecção de clientes em potencial em um evento deste porte?

A relação de cliente com arquiteto é muito guiada por conexão e estilo. A gente percebendo quando o cliente entra no nosso espaço e se identifica imediatamente com nosso olhar arquitetônico e que nos contratar para algum projeto presente ou futuro. Podemos dizer que fazemos muitos contatos com clientes em potenciais, principalmente do âmbito comercial porque nosso ambiente no evento é de comércio, e os empresários têm um sentido apurado nesta questão, antevendo projetos futuros para suas empresas.

Qual o segredo deste projeto seu, de fazer as pazes entre o espaço e a funcionalidade? Trinta e oito metros quadrados parecem ser um pouco pequeno, mas essa seria a tendência das novas lojas físicas?

Basicamente as pessoas vão a mostra de arquitetura para verem coisas próximas a sua realidade, algo que ele realmente possa executar. No nosso caso, o tamanho do ambiente permite que o projeto crie uma conexão com ele. É interessante essa coisa do espaço que você tocou. Isso é uma tendência mundial no ramo dos negócios. Então é muito legal a gente ter a certeza que fizemos um grande projeto em um espaço pequeno, atendendo as demandas necessárias neste ramo. Em tese, espaços pequenos são tendências em todo o mundo e o olhar do profissional ajuda muito as pessoas desperceber o espaço pequeno pois o tornamos mais relevante tanto na beleza quando na sua funcionalidade.

Na sua avaliação essa experiência na Casa Cor do Espírito Santo terá reflexos no seu escritório em Campos?

Com toda certeza. O objetivo da participação na Casa Cor e expor e expandir nosso trabalho, porque já atendíamos ao mercado regional, o da cidade do Rio de Janeiro e cidades de Minas Gerais. Agora queremos expandir para o mercado capixaba que nos recebeu tão bem e que na contramão desta crise, mostra uma rara disposição em empreender. Temos planos em curto prazo de manter a nossa matriz em Campos, mas com escritórios também nessas praças: Espírito Santo e Minas Gerais.

A crise bate sempre primeiro na porta do arquiteto? Isso é verdade ou é calúnia?

No nosso caso ela bateu sim, mas não primeiro. Demoramos para sentir o efeito da crise, pois estávamos envolvidos em vários projetos. Aconteceu em seguida o que espero estarmos saindo: uma zona de desconforto financeiro onde ninguém arrisca. Tenho certeza que 2020 o merca vai se aquecer. Acrescentaria que bons escritórios estão sempre de portas abertas para todos e quanto as crises, ela pode até bater na porta, mas a gente não abre.

Quando que a arquiteta Juliana Monteiro sai um pouco de cena para entrar a Juliana empreendedora?

Na verdade as duas Julianas andam juntas. Herdei o empreendedorismo do meu pai. Desde de o início do curso, ou desde de pequena, decidi que iria trabalhar para mim e não para os outros. Então tratei de buscar uma estrutura, já trabalhando como arquiteta, e montar o escritório que hoje existe. Fui feliz na escolha da minha equipe e hoje enxergo, como diferencial o atendimento e a qualidade do projeto que entregamos aos nossos clientes.

Fale da diversificação dos projetos do seu escritório? Ele é mais voltando para demandas de decoração de interiores, construção, como funciona na verdade?

Na verdade a maioria dos nossos projetos hoje se notabiliza em projetos comerciais ao residenciais pequeno e médios portes. Mas também atendemos as demais demandas sempre buscando oferecer soluções exclusivas e todo suporte necessário para atender as expectativas dos clientes.