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Polêmica em SJB: fiéis denunciam padre por uso indevido de dinheiro arrecadado em Campanha

Segundo Diocese, padre consultou o Conselho de Assuntos Econômicos da Paróquia, como prevê o Código de Direito Canônico

Geral
Por Redação
6 de novembro de 2019 - 15h02

O padre Marcos Pinalli, está sendo acusado de usar verba paroquial de forma indevida. A denúncia, partiu da Comissão da campanha Valei-me São José, que fiscaliza a utilização das verbas disponibilizadas através de doações para a construção de uma nova igreja na localidade de Água Santa, em São João da Barra.

Segundo carta aberta disponibilizada pela comissão, que foi lida na missa do último domingo (3), a campanha tinha como objetivo, arrecadar aproximadamente R$ 80 mil para a construção de uma nova paróquia na localidade de Água Santa. Porém, como escrito na carta, o padre informou que foram arrecadados apenas R$ 45.830.

Do valor total arrecadado, a comissão alega que R$ 34.584,56 foram usados para outros custos e não para a aquisição do terreno e o início da construção da Igreja São José. “A Comissão descobriu que, do valor arrecadado, o padre Pinalli utilizou indevidamente R$34.584,56. Importâncias essas que o próprio padre justificou como gastos em manutenção de carro, seguros, viagens, impostos, telefone, doação à Mitra, etc, segundo documento assinado pelo próprio padre e uma outra suposta equipe que ele nomeou em Grussaí” diz um trecho da carta.

Em uma rádio local, o padre Pinalli, declarou que tudo foi informado e autorizado por seu superior, Dom Roberto Francisco, bispo da Diocese de Campos. “Tudo foi informado e autorizado por Dom Roberto. Expliquei a ele, que os últimos recursos disponíveis, eram os da arrecadação. Como não conseguimos atingir o objetivo e a campanha estava parada, ele nos autorizou a utilizar os recursos em outras áreas da paróquia, que necessitavam de urgência. Não comuniquei aos fiéis, pois antes fiz uma reunião com representantes da comissão e informei que a única alternativa para que a paróquia não se endividasse, fosse a utilização da verba, já que o dinheiro estava paralisado”, declarou o padre.

Cobrando maiores explicações do padre, a Comissão deu entrada na última sexta-feira (1) no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) com uma denúncia sobre a situação ocorrida. “Na última sexta feira (1), não restou outra alternativa a essa Comissão, denunciando e requerendo ao Ministério Público as providências necessárias”.

NOTA DIOCESE DE CAMPOS

O bispo da Diocese de Campos, Dom Roberto Francisco Ferrerìa Paz, informa que uma comissão paroquial foi formada pelo Padre Marcos Paulo Pinalli, com a missão de comprar um terreno para a construção de uma capela, na cidade de São João da Barra, mas diante da crise financeira a meta não foi alcançada. O dinheiro foi colocado em uma conta da paróquia. Quando findou o propósito da comissão, o padre consultou o Conselho de Assuntos Econômicos da Paróquia, como prevê o Código de Direito Canônico, o documento diz que: “Em cada paróquia, haja o conselho econômico, que se rege pelo direito universal e pelas normas dadas pelo Bispo diocesano; nele os fiéis, escolhidos de Gestão eclesial – tarefas, responsabilidades e práticas de acordo com essas normas, ajudam o pároco na administração dos bens da paróquia, salvo a prescrição do cân. 532”.

O padre investiu o recurso para acertar corresponsabilidades financeiras com a Mitra Diocesana, além de pagamentos de impostos (sociais e funcionários) e outras necessidades pastorais, como manutenção do carro da paróquia. No decorrer deste ano, foram realizadas duas reuniões  com a comissão, sendo a primeira com o bispo diocesano na residência episcopal. A segunda foi na sede da Mitra Diocesana, quando o economato diocesano ofereceu esclarecimentos sobre o recurso, junto com o bispo e o sacerdote e novamente os membros da comissão.