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Thiago Virgílio é preso pela Polícia Militar na manhã deste domingo em Campos

Ex-vereador, condenado no caso "Chequinho", estava foragido há mais de duas semanas

Campos
Por Redação
3 de novembro de 2019 - 12h20

O ex-vereador Thiago Virgílio Teixeira de Souza (PTC) foi preso, na manhã deste domingo (3), pela Polícia Militar em Campos dos Goytacazes. Ele foi condenado no caso que ficou conhecido como “Chequinho”, que usava o programa de transferência de renda da Prefeitura de Campos, o Cheque Cidadão”, para compra de votos nas eleições municipais de 2016. Segundo a Polícia Federal, o político foi preso quando saída de casa. Thiago era considerado foragido há pelo menos duas semanas. A viatura da PM que transportava o ex-vereador chegou à sede da Polícia Federal em Campos por volta das 11h30 deste domingo.

De acordo com a Polícia Militar, a prisão foi efetuada na Rua Ayer Campos, Parque Aurora.

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral em exercício, Cláudio Brandão de Oliveira, expediu mandado de prisão para Linda Mara Silva (PTC), Kellenson Ayres Figueiredo de Souza, o Kellinho (PR), e Thiago Virgílio, após condenação no caso “Chequinho”. Desde então, os três vinham sendo procurados pela PF. Com a prisão de Thiago Virgílio neste domingo e a de Kellinho na última quinta-feira (31), Linda Mara é a única que continua foragida.

Os três foram condenados à pena de reclusão em regime semiaberto de cinco anos e quatro meses, além da perda do mandato de vereador e suspensão dos direitos políticos. Ainda incide sobre eles uma multa de meio salário mínimo multiplicado por 13 dias, o que soma a quantia de R$ 6.487.

Segundo o delegado da Polícia Federal em Campos, Paulo Cassiano Júnior, não há mais chance de a situação condenatória dos três ser alterada, já que houve trânsito em julgado das ações penais. “Não cabe mais recurso, não há expectativa de que essas prisões possam ser revertidas, tendo em vista o fato de ter havido trânsito em julgado das ações, sem chance de recursos que possam modificar essas decisões”, esclareceu o delegado.

Paulo Cassiano disse, ainda, que solicitará à Justiça que o regime de prisão de Linda Mara seja alterado de semiaberto para fechado, caso ela não se apresente à Polícia Federal até este domingo.

O delegado informou também que, por diversas vezes, agentes estiveram nos endereços dos três cadastrados na Polícia Federal, mas que ninguém foi encontrado durante as diligências.

Prisões em 2016

Linda Mara já havia sido presa pela Polícia Federal em 31 de outubro de 2016 em um hotel em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, também por envolvimento no caso “Chequinho”. Na ocasião, ela chegou a ser considerada foragida. Linda Mara conseguiu um habeas corpus e foi liberada dias depois, em 4 de novembro. Em 27 de abril de 2017, a Justiça Eleitoral decretou a prisão domiciliar da ex-vereadora, mas a defesa também conseguiu reverter a decisão.

Em 26 de outubro de 2016, a Polícia Federal efetuou a prisão de Kellinho pelo mesmo crime. Ele foi solto no dia 4 de novembro, junto com Linda Mara.

No dia 29 de outubro do mesmo ano, Thiago Virgílio foi preso pela PF e conseguiu um habeas corpus cinco dias depois.

Chequinho

Segundo as apurações da PF, 34 candidatos a vereadores e ex-secretários participaram do esquema, que loteou o Cheque Cidadão entre aliados de Rosinha Garotinho, então prefeita de Campos quando a Operação Chequinho foi deflagrada. Eles recebiam uma determinada quantidade de vagas irregulares no programa social, segundo seu prestígio e/ou potencial eleitoral, e as distribuíam em seus redutos eleitorais. Ainda segundo as investigações, próximo às eleições municipais de 2016, em apenas três meses, o número de beneficiários do Cheque Cidadão saltou de 11.500 para 30.500. Cada um recebia R$ 200.

Dos envolvidos, 11 se elegeram, mas acabaram denunciados pelo Ministério Público (MP) e condenados em primeira instância à cassação dos mandatos e inelegibilidade por 8 anos. Conforme as sentenças foram sendo confirmadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e os recursos na Corte se esgotavam, os réus foram obrigados a deixarem a Câmara.

Foram afastados pela Justiça Eleitoral os vereadores eleitos Jorge Magal (SD), Jorge Rangel (PTB), Kellinho (sem partido), Linda Mara (PTC), Miguelito (PSL), Ozeias (PSDB), Roberto Pinto (PTC), Thiago Ferrugem (PR), Thiago Virgílio (PTC) e Vinícius Madureira (PRP), além dos suplentes Carlinhos Canaã (PTC), Geraldinho de Santa Cruz (PSDB) e Thiago Godoy (PR).

Veja o vídeo do momento em que o ex-vereador chega à Delegacia da Polícia Federal: