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Polícia Federal considera Linda Mara, Kellinho e Thiago Virgílio foragidos

TRE expediu mandados de prisão para os três, mas a PF ainda não conseguiu localizá-los

Campos
Por Redação
31 de outubro de 2019 - 10h37

A Polícia Federal já considera Linda Mara da Silva (PTC), Thiago Virgílio Teixeira de Souza (PTC) e Kellenson Ayres Figueiredo de Souza, o Kellinho (PR), foragidos da Justiça. O presidente do Tribunal Regional Eleitoral em exercício, Cláudio Brandão de Oliveira, expediu mandado de prisão para os três, mas, desde então, a Polícia Federal ainda não conseguiu localizá-los. Eles foram condenados por envolvimento no caso que ficou conhecido como “Chequinho”, que usava o programa Cheque Cidadão, da Prefeitura de Campos, para compra de votos nas eleições de 2016. As buscas pelos três começaram há duas semanas.

O delegado da Polícia Federal de Campos, Paulo Cassiano Júnior, concedeu entrevista coletiva, na manhã desta quinta-feira (31), para explicar o caso. Segundo ele, os três foram condenados à pena de reclusão em regime semiaberto de cinco anos e quatro meses, além da perda do mandato de vereador e suspensão dos direitos políticos. Ainda incide sobre eles uma multa de meio salário mínimo multiplicado por 13 dias, o que soma a quantia de R$ 6.487.

Thiago Virgílio, Linda Mara e Kellinho são considerados foragidos (Foto: Arquivo)

“Não cabe mais recurso, não há expectativa de que essas prisões possam ser revertidas, tendo em vista o fato de ter havido trânsito em julgado das ações, sem chance de recursos que possam modificar essas decisões”, esclareceu o delegado.

Ainda segundo Paulo Cassiano, já foram feitas algumas diligências e os agentes da PF não conseguiram achar Linda Mara, Kellinho e Thiago Virgílio nos endereços cadastrados no sistema Polícia Federal.

“Nós já os consideramos foragidos. Uma advogada esteve na delegacia representado os direitos do Kellinho, tomou ciência da ordem de prisão, e prometeu apresentar ser cliente no início da semana passada, mas isso não aconteceu. Novas diligências serão realizadas na tentativa de localizá-los”.

A Polícia Federal deu prazo de até o próximo domingo (3) para que Linda Mara, Kellinho e Thiago Virgílio se apresentem. Caso contrário, Cassiano informou que irá solicitar à Justiça que mude a pena dos três de regime semiaberto para regime fechado.

Prisões em 2016

Linda Mara já havia sido presa pela Polícia Federal em 31 de outubro de 2016 em um hotel em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, também por envolvimento no caso “Chequinho”. Na ocasião, ela chegou a ser considerada foragida. Linda Mara conseguiu um habeas corpus e foi liberada dias depois, em 4 de novembro. Em 27 de abril de 2017, a Justiça Eleitoral decretou a prisão domiciliar da ex-vereadora, mas a defesa também conseguiu reverter a decisão.

Em 26 de outubro de 2016, a Polícia Federal efetuou a prisão de Kellinho pelo mesmo crime. Ele foi solto no dia 4 de novembro, junto com Linda Mara.

No dia 29 de outubro do mesmo ano, Thiago Virgílio foi preso pela PF e conseguiu um habeas corpus cinco dias depois.

Chequinho

Segundo as apurações da PF, 34 candidatos a vereadores e ex-secretários participaram do esquema, que loteou o Cheque Cidadão entre aliados de Rosinha Garotinho, então prefeita de Campos quando a Operação Chequinho foi deflagrada. Eles recebiam uma determinada quantidade de vagas irregulares no programa social, segundo seu prestígio e/ou potencial eleitoral, e as distribuíam em seus redutos eleitorais. Ainda segundo as investigações, próximo às eleições municipais de 2016, em apenas três meses, o número de beneficiários do Cheque Cidadão saltou de 11.500 para 30.500. Cada um recebia R$ 200.

Dos envolvidos, 11 se elegeram, mas acabaram denunciados pelo Ministério Público (MP) e condenados em primeira instância à cassação dos mandatos e inelegibilidade por 8 anos. Conforme as sentenças foram sendo confirmadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e os recursos na Corte se esgotavam, os réus foram obrigados a deixarem a Câmara.

Foram afastados pela Justiça Eleitoral os vereadores eleitos Jorge Magal (SD), Jorge Rangel (PTB), Kellinho (sem partido), Linda Mara (PTC), Miguelito (PSL), Ozeias (PSDB), Roberto Pinto (PTC), Thiago Ferrugem (PR), Thiago Virgílio (PTC) e Vinícius Madureira (PRP), além dos suplentes Carlinhos Canaã (PTC), Geraldinho de Santa Cruz (PSDB) e Thiago Godoy (PR).