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Mercado da cerveja artesanal no Rio de Janeiro prevê crescimento em 2020

Segundo a Associação das Microcervejarias do Estado, houve crescimento de 8,8% do mercado de 2017 para 2018

Negócios
Por Redação
31 de outubro de 2019 - 8h53

(Foto: Divulgação/Governo do Estado do Rio de Janeiro)

A cervejinha do fim de semana virou coisa séria no Rio de Janeiro. O mercado artesanal de uma das bebidas mais famosas do mundo tem se tornado ainda mais profissional. Prova disso é que, neste mês de outubro, foi formalizado o mais novo Arranjo Produtivo Local (APL) do estado, o da cerveja artesanal fluminense. Segundo a Associação das Microcervejarias do Rio de Janeiro (Amacerva-RJ), houve um crescimento de 8,8% do mercado de 2017 para 2018. Este ano, no estado, já foram registradas 224 marcas de cerveja.

“O Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Relações Internacionais formalizou, este mês, junto aos empresários e principais atores do segmento o APL de Cerveja Artesanal (polo Região Serrana). Temos a missão de melhorar o ambiente de negócios no Rio de Janeiro, tendo como prioridades a diversificação da economia, a valorização das vocações regionais e o fortalecimento do encadeamento produtivo no estado”, disse o subsecretário de Indústria, Comércio, Serviços e Ambiente de Negócios, Felipe Cáceres.

O Rio de Janeiro alcançou, em 2018, o 6º lugar no ranking das cervejarias por estados, com 64 fábricas registradas pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O segmento ainda possui ampla difusão regional. Os fabricantes de cerveja estão presentes em diversos municípios e espalhados pelas oito regiões do estado. Para Mariana Boynard, presidente da Amacerva-RJ, há um potencial para que o Rio de Janeiro se torne referência brasileira no ramo da cerveja artesanal.

“Existe um potencial enorme para o mercado fluminense da cerveja artesanal e nosso objetivo é que o Rio se torne referência no Brasil. Ainda é preciso avançar em algumas questões, como a substituição tributária e a redução da alíquota. Em 2019, com esse olhar mais voltado para o investimento do Governo do Estado, acreditamos que iremos ter resultados a partir de 2020, com uma projeção de crescimento beirando os 60%”, ressaltou Mariana.

Segundo ela, o APL da cerveja artesanal veio para organizar o mercado. Atualmente, as cidades de Nova Friburgo e Petrópolis, na Região Serrana, juntas, reúnem a maior fatia do setor fluminense.

Lúpulo made in Rio

Outro fator que deve impulsionar o mercado de cervejas no estado é a cultura e exploração do lúpulo no território fluminense. O Estado do Rio foi pioneiro em conseguir, junto ao Banco Central, registro para operar o crédito rural para atender a demanda nacional do importante ingrediente da cerveja, responsável pelo aroma e sabor amargo característico da bebida.

Com a estimativa de disponibilizar R$600 milhões, a linha de crédito do Banco do Brasil, lançada em abril deste ano, é ofertada para pequenos e médios produtores. Atualmente, cerca de quatro mil toneladas do lúpulo utilizadas no mercado brasileiro são importadas do Hemisfério Norte, ao custo de mais de 200 milhões de reais.

– O Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Acreditamos que o número de cervejarias já tenha atingido em torno de 1.100 em todo o país. O Rio de Janeiro, desde a década de 90, já despontava como possível fenômeno dentro deste mercado e a cada ano que passa, esse destaque só vem aumentando, com novas fábricas e marcas. O lúpulo é um dos principais e mais caros ingredientes da cerveja e, por isso, o mercado fluminense tem uma relevância grande no cenário nacional – comentou o presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), Carlo Lapolli.