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“Crise no PSL não deve respingar em minha pré-candidatura à Prefeitura de Campos”, diz Gil Vianna

O deputado estadual Gil Vianna também falou sobre o governo municipal: 'Rafael é um menino bom, mas sem responsabilidade com a gestão'

Campos
Por Redação
25 de outubro de 2019 - 12h53

(Foto: Silvana Rust)

Pré-candidato a prefeito de Campos pelo Partido Social Liberal (PSL), o deputado estadual Gil Vianna, declarou, em entrevista ao Jornal Terceira Via, que os conflitos na cúpula do partido que envolvem, inclusive, os filhos do presidente da República Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro,  não devem respingar em Campos ou prejudicar a sua candidatura. Isso porque, otimista, Gil acredita que suas experiências políticas e de vida e as relações que firmou ao longo de sua trajetória poderão dar ao município o fôlego que precisa. Embora, segundo ele, um possível rompimento com o PSL não seja “vantajoso” do ponto de vista prático. Na entrevista, Vianna ainda expôs seu olhar a respeito da gestão de Rafael Diniz, a quem ele chamou de “menino bom”, mas “sem responsabilidade com a gestão” e anunciou: “para ser prefeito, não precisa ser intelectual, basta ter vontade de trabalhar e se unir às pessoas certas; ninguém consegue viver sozinho”.

Crise no PSL

A respeito da tensão entre o presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), e o deputado Eduardo Bolsonaro (SP), recém-nomeado líder da legenda na Câmara Federal, Gil Vianna, disse que essas discussões internas “acontecem desde o início do mandato do presidente Jair Bolsonaro” e que isso decorre do fato de o partido ser, segundo ele, “o maior do Brasil”.

“Quando se está construindo uma história, é comum que haja ideias conflituosas e discordâncias. Essa é uma situação desagradável, mas muitas pessoas confiam no presidente Jair Bolsonaro, e acredito que essas questões não vão influenciar de maneira direta o governo federal e, consequentemente, não devem respingar na minha pré-candidatura, que é certa”, anunciou.

Questionado sobre qual será sua postura caso a família Bolsonaro deixe o PSL, Gil foi enfático ao afirmar que “acompanha Flávio Bolsonaro”, afinal, é com o senador, filho mais velho do presidente, que o deputado campista mantém vínculo político. No entanto, esse cenário não lhe é agradável, visto que, para sair do PSL sem perder o mandato, é preciso que haja uma janela; janela esta que só é aberta caso seja criado um novo partido decorrente da fusão entre outros que já existem.

“O PSL hoje tem um tempo de televisão imenso. Para minha candidatura a prefeito isso é essencial. É pela propaganda eleitoral que a população conhece a história dos candidatos, suas propostas e intenções. Caso haja esse rompimento e, consequentemente, a criação de um novo partido, perderíamos esse benefício, o que não é bom para a ninguém. Tudo pode acontecer, mas, ainda assim, estou confiante de que não seremos atingidos”, afirmou.

(Foto: Silvana Rust)

Prefeitura de Campos

À reportagem do Terceira Via, Gil Vianna deu sua opinião sobre o governo municipal. Em 2016, ele que chegou a cogitar a possibilidade de ser vice-prefeito de Rafael Diniz, mas acabou por apoiar Caio Vianna a partir de determinação regional do partido.  Segundo ele foi um “golpe de sorte” por acreditar que os problemas que a gestão enfrenta hoje advêm de duas circunstâncias: a falta de relacionamento entre a prefeitura de Campos e os governos estadual e federal; e a escolha do prefeito por colocar “amigos” à frente das secretarias.

“Rafael é um menino bom. Gosto dele como pessoa. Mas falta nele responsabilidade com a gestão, e isso é notório. Faltam 11 meses para as próximas eleições e a diferença que ele prometeu não aconteceu. Os campistas estão decepcionados. E isso não é culpa do prefeito. Rafael está neutralizado. A ineficácia está nas pessoas que estão ao redor dele. Faltou gestão, faltou relacionamento, faltou parceria. Eles apoiaram as pessoas erradas no último pleito e, não adianta, a conta da prefeitura vai continuar fechando no vermelho porque ninguém consegue viver sozinho. E não adianta procurar emenda com deputado. Para tirar Campos do limbo, é necessário ter uma visão macro, os contatos certos, falar com os grandes. E esse é o meu diferencial”, articulou.

O deputado acredita que seus contatos dentro dos governos Witzel e Bolsonaro podem representar a tal saída desse buraco. “Essas articulações dentro de uma prefeitura são essenciais. É preciso ter acesso para trabalhar”, pontuou.

Pré-candidatura

“Sou pré-candidato sim. Não abro mão desse sonho”, comunicou Gil Vianna, para espantar qualquer dúvida. Ele, que está em seu quarto mandato em cargos públicos (primeiro como vereador, agora como deputado), acredita que sua experiência, alinhada aos contatos que firmou junto ao Executivo estadual e federal, serão o seu diferencial na disputa pela Prefeitura de Campos.

Na entrevista ao Jornal Terceira Via, Gil Vianna também alfinetou seus possíveis concorrentes: “Eu trabalho desde os 14 anos, fiquei mais de 20 anos na Polícia, nunca usei tornozeleira eletrônica, nunca bati com carro, tenho muita vontade de trabalhar, acordo cedo, passei por diversos obstáculos pessoais e tenho 54 anos. Estou pronto”.

Gil ainda se autodeclarou o deputado estadual com mais projetos na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro — ALERJ, a maioria deles voltada para o município de Campos, como o que colocou Campos como a capital do voo livre, e que instituiu o Festival de Petiscos do Farol como patrimônio cultural imaterial do estado. O deputado também afirmou que é o autor do projeto que visa destinar recursos para a construção de duas novas unidades da Faetec em Campos: uma em Baixa Grande e outra em Morro do Coco. Ele também disse estar em uma “zona de conforto” atuando como deputado, mas que “não é apegado a cargos políticos”.

“Disputar a Prefeitura de Campos é uma ousadia. Afinal, essa conta não é minha. A cidade está cheia de problemas e geri-la é uma grande responsabilidade. Além disso, é difícil se colocar na posição de ser avaliado, de ter os holofotes voltados para mim. Mas sou determinado”, concluiu.