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Editorial: Entre a erva maldita e o santo remédio

O preconceito ainda bate forte na porta, porque ao mesmo tempo em que se defende o uso medicinal, muitos defendem o uso recreativo

Editorial
Por Aloysio Balbi
20 de outubro de 2019 - 0h01

Fotos: Divulgação

O Brasil começa a discutir o uso de substâncias da maconha como forma de medicamentos e a Anvisa já autoriza alguns deles quando prescritos por médicos, obviamente. Em Campos, pacientes de algumas doenças já fazem o uso medicinal destes derivados. O assunto é polêmico, porque a origem destes medicamentos vem de uma planta demonizada, que já chegou a ser chamada de “Erva Maldita” e agora para alguns pode ser um “Santo Remédio”.

O preconceito dos costumes ainda bate forte na porta, porque ao mesmo tempo em que se defende o uso medicinal da maconha, muitos defendem também o chamado uso recreativo, ou seja, a liberação da planta em sua essência como já acontece em vários países do mundo como Holanda, Canadá, diversos estados norte-americanos e mais próximo o Uruguai. Mas esse é um assunto secundário.

A reportagem Especial de hoje é uma agenda nacional, e ouvir especialistas da área médica foi o ponto de partida para que os leitores comecem a se acostumar com uma discussão que tende a se acalorar. O uso da maconha como medicamento, a partir de suas propriedades medicinais parece ser algo razoável, principalmente em casos graves como na oncologia, onde ela passa a ser parente próximo da morfina.

Devemos apoiar o uso científico da maconha e seu potencial efeito terapêutico. Já no caso secundário, o chamado uso recreativo, ainda é cedo para avaliarmos os efeitos colaterais nos países que liberaram seu uso indiscriminado. No Brasil, por enquanto, o uso recreativo é criminalizado. Neste caso, a maconha, para muitos, continua sendo a “Erva Maldita” e para outros tanto, um “Santo Remédio”.