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A erva polêmica

No Brasil, apenas uma empresa, localizada na Paraíba, a ABRACE, possui autorização judicial para o plantio do canabidiol

BLOG
Por Redação
20 de outubro de 2019 - 7h03

A liberação da maconha não é o tema de destaque nesse artigo, pois essa discussão demanda enfoques diversos. Hoje, trataremos do canabidiol.
Para os que não sabem, o canabidiol é uma das 113 substâncias químicas canabinoides encontradas na Cannabis sativa, e que constitui grande parte da planta, chegando a representar mais de 40% de seus extratos.

A Anvisa já reconhece o canabidiol como remédio a ser prescrito por médicos e no Congresso Nacional já tramita um projeto que conseguiu unir parlamentares da direita e da esquerda, o que não é algo fácil, principalmente após a eleição de Jair Bolsonaro, onde o país saiu dividido.

Na Paraíba, alguns cursos universitários já incluíram em suas matrizes curriculares o estudo dos benefícios dos princípios ativos da maconha, como a Medicina e a Farmácia, por exemplo.

No Brasil, apenas uma empresa, localizada na Paraíba, a ABRACE, possui autorização judicial para o plantio do canabidiol e consequente produção das substâncias na forma de óleo, pomada e spray.

Importante dizer que esses princípios ativos só podem ser prescritos após o insucesso dos procedimentos médicos tradicionais. Trata-se do uso compassivo, ou seja, estritamente recomendado, quando não houver resposta aos tratamentos clínicos já existentes no território nacional.

Essa determinação, quanto ao uso, apenas excepcional, é da Anvisa, o que faz cair por terra a lenda urbana de que o uso das substâncias da maconha são ministradas de forma descontrolada e que aumentaria, em caso de liberação, a droga em si, para consumo desenfreado.

Precisamos entender que não estamos falando em abrir as portas da sociedade para o consumo de drogas ou para o aumento gradativo de viciados, até porque a maconha vicia sim, retarda e mata.

A questão é dar uma melhor qualidade de vida para as pessoas portadoras de depressão, epilepsia, câncer, esclerose múltipla, autismo, por exemplo, que não estão conseguindo avançar sendo tratados na forma convencional.

Vale ressaltar que o produto é importado e atualmente o preço varia de R$ 1500 a R$ 1.700 reais, valor esse, impossível de ser custeado pela maioria da população brasileira.

Tratar o tema apenas sob a ótica da dependência química é levar tão relevante discussão a níveis rasos e que em nada acrescenta ao debate.

O tabu acerca do tema precisa ser derrubado. Estamos falando de pessoas, que em alguns casos, estão passando por sofrimentos extremos e que encontraram nos óleos feitos à base dos princípios ativos da maconha, um alento.

A Anvisa, por sua vez, está levando cinquenta e cinco dias para autorizar uma prescrição médica e isso é algo absurdo.

Imaginem um portador de câncer com dores dilacerantes ter que esperar quase dois meses para ter as suas dores reduzidas através do uso do canabidiol?

Que possamos amadurecer o tema, desqualificar teorias meramente moralistas e torcer para que o parlamento federal possa aprovar uma lei que ajude a minimizar o sofrimento de milhares de pessoas.

Lembrem-se: hoje são eles que precisam, amanhã, pode ser um de nós!