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Vídeo: vítima espancada por companheiro PM fala ao Terceira Via

Sargento William França Viana aparece nas imagens agredindo a companheira; ele apresentou laudo psicológico após o caso

Campos
Por Redação
15 de outubro de 2019 - 12h23

A empresária que foi espancada pelo sargento William França Viana, que é policial do Batalhão de Polícia Militar de Campos, e também trabalha como cantor em shows na cidade e região, falou ao Terceira Via nesta terça-feira (15) após receber alta do Hospital Ferreira Machado (HFM). Imagens de uma câmera de segurança mostraram o momento em que o policial agrediu e bateu a cabeça da mulher no chão e em uma vidraça.

A vítima, que pediu para não ser identificada, aguarda uma medida protetiva. Ela falou sobre o medo de que algo pior aconteça. “A impressão que tenho é que todo mundo estava aliviando ele. Pediram uma medida protetiva pra mim de 200 metros. Esta distância para uma bala não é nada. Não me sinto segura e tenho medo por mim e por toda a minha família. Sei que ele entregou uma arma com registro no batalhão, mas ele tem outras duas armas. Quero que a justiça seja feita e que ele seja punido”, desabafou.

O casal morava junto há dois anos. Após as agressões, que ocorreram na madrugada do último sábado (12), o sargento William conseguiu fugir e só se entregou dois dias após o ocorrido, nesta segunda (14), na sede do 8º BPM, onde trabalha e conversou com o comandante da unidade. O sargento apresentou um atestado médico psicológico e teve a arma recolhida. Veja o vídeo e o boletim de ocorrência ao fim do texto.

Nas imagens que circulam nas redes sociais, é possível ver que o policial derruba a mulher no chão e discute com ela em um primeiro momento. Instantes a seguir, ele agride a vítima e, em seguida, bate com a cabeça dela várias vezes em uma vidraça do condomínio.

William França (Foto: reprodução/redes sociais)

A reportagem do Terceira Via teve acesso ao depoimento prestado pela mulher em que ela afirma que esta foi a primeira vez que ele a agrediu e que após o episódio, enquanto ela já estava na delegacia, William enviou mensagem com ameaças. “Pode me denunciar. Não vou ficar preso muito tempo. Volto e mato você, suas filhas e sua neta… Pra mim nada mais importa. Eu mato todo mundo”, diziam as mensagens.

Ainda no depoimento prestado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), a vítima contou que quando a guarnição da Polícia Militar chegou ao local para o atendimento, os policiais queriam deixá-la sozinha na portaria e subir ao apartamento sozinhos para falar com o sargento William. Neste momento, a mulher não autorizou. “Vocês são amigos dele e querem deixá-lo fugir do flagrante”, contou a mulher no registro de ocorrência.

Enquanto ela conversava com os policiais, o agressor conseguiu fugir. Ao perceber a ação, a vítima contou aos policias que sabia que ele tinha ido para a casa da mãe e podia levá-los até o local. Ainda segundo o boletim, como resposta, ela ouviu de um dos policiais que não seria possível e que a obrigação deles era atender a vítima e conduzi-la até a delegacia.

A mulher, que pediu para não ser identificada, comentou com a reportagem sobre a saída do agressor do condomínio. “Os policiais ainda falaram que o conheciam. Depois, eu vi nas imagens das câmeras que ele ainda estava no condomínio quando a polícia chegou. ”, comentou.

A reportagem tentou contato com o comando do 8º Batalhão de Campos para saber quais medidas serão tomadas em relação ao policial filmado enquanto agredia a companheira e também sobre o fato de o denunciado ter fugido mesmo após a chegada dos policiais que foram atender a ocorrência. O Jornal Terceira Via questionou, também, se a conduta dos policiais que atenderam a ocorrência foi correta, mas o setor de Comunicação Social da Secretaria de Polícia Militar do Rio não informou esse detalhe. Disse apenas que um procedimento apuratório foi instaurado para apurar o crime.

Segundo a assessoria do 8º BPM, o policial suspeito se apresentou no batalhão na segunda-feira (14) e entregou a arma e um laudo psicológico. Ele foi apresentado à junta médica para avaliar o que será feito em relação à atuação do policial no trabalho. Sobre o fato do policial ter fugido, a polícia informou que não houve fuga e que quando os agentes chegaram lá não encontraram mais o suspeito.

A reportagem também tentou contato com a Coordenadoria de Comunicação Social da Polícia Militar do RJ, que informou que “Está previsto para que nesta terça-feira (15) o policial seja conduzido à DEAM para depor e uma medida protetiva deve ser aplicada ao agente. Um procedimento apuratório foi instaurado e a arma dele foi acautelada”.

Confira o vídeo das agressões e o boletim de ocorrência: