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Doador de medula óssea incentiva campanha em Campos

Quem precisa receber um transplante também apela para a solidariedade das pessoas; cadastro na cidade acontece nos dias 18 e 19

Saúde
Por Redação
4 de outubro de 2019 - 16h18

Guilherme Trindade doou medula óssea (Reprodução)

Ser doador de medula ajuda a salvar vidas de pessoas com leucemia, e que aguardam por um transplante em longa fila de espera, pois é pequeno o número de doadores no país. É necessário realizar um cadastro para doação. Em Campos, nos dias 18 e 19, acontece no Ciep Nilo Peçanha, no bairro da Lapa, o cadastramento de pessoas interessadas em doar, de 8h às 16h. A reportagem do Terceira Via ouviu a mãe de um paciente internado com leucemia que aguarda por um doador compatível. Também conheceu a história de Guilherme Trindade, campista que doou sua medula e ajudou a salvar uma vida.

O transplante de medula óssea é um procedimento rápido, parecido com uma transfusão de sangue. O tempo de duração é de duas horas, em média.  Esta nova medula é rica em células chamadas progenitoras. Quando atingem a corrente sanguínea, circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem.

Guilherme Trindade, de 34 anos, conta sua experiência como doador de medula em vídeo postado no YouTube, com quase 45 mil acessos (veja abaixo). Esta foi uma maneira que ele encontrou para encorajar outras pessoas a fazerem a doação. Segundo ele, o filho de um primo foi diagnosticado aos três meses de vida com leucemia aguda (LMA).  A criança ficou internada por um ano em tratamento no Instituto Nacional do Câncer do Rio de Janeiro (INCA). A família se mobilizou para uma campanha junto ao Registro Nacional de Doadores de Medula (REDOME) para conseguir um doador compatível para o menino.

Vídeo sobre doação

“Não havia cadastros em Campos. Na época, enchi o meu carro  com cinco pessoas e fomos para o Rio para realizarmos o nosso cadastro.  O filho do meu primo se tratou até os cinco anos de idade. Conseguiram localizar células tronco compatíveis com ele de um cordão umbilical do banco dos Estados Unidos.  Meu cadastro ficou disponível por seis anos. Faz dois anos que o Redome me ligou e segui com o processo todo de doação. Realizei o procedimento em São Paulo.  As despesas com deslocamento, alimentação, hospedagem para mim e meu acompanhante ficaram por conta do Redome”, disse Guilherme.

Matheus Morgade faz tratamento quimioterápico e espera por um transplante de medula óssea (Foto:FB)

À espera de um transplante

O estudante campista Matheus Morgade, de 19 anos, foi diagnosticado com Leucemia Linfóide Aguda. O jovem foi transferido para um hospital em Volta Redonda, pois seu plano de saúde não realizava o tratamento em Campos. Sua mãe, Elisângela Morgade, trava uma batalha contra o tempo em busca de doação compatível para que seu filho realize um transplante.

“Ele faz quimioterapia e fica de 25 a 35 dias internado, com 10 dias de descanso em casa.  Para curar, precisa fazer o transplante . Como Matheus não tem irmãos, é filho único, os médicos logo o cadastraram no Redome. Ele está na fila de espera. São dias difíceis, longe da família, dos amigos, sonhos interrompidos, mas temos muita confiança em Deus que este doador esteja a caminho”, explica.

As internações hospitalares prolongadas fizeram com que a rotina da família Morgade mudasse completamente. Elisângela diz que é preciso conscientizar a população sobre a necessidade de se informar sobre a leucemia e como doar medula óssea.

“São muitos casos de leucemia e doenças do sangue. Há muita gente na fila a espera por um doador. Jovens, crianças e muitos idosos sofrem dessa doença.  Precisamos dessas campanhas, pois Campos com mais de 500 mil habitantes, já era para ter um posto fixo de coleta. Vi muitas crianças sendo tratadas de leucemia em Campos que morreram por falta de medicamentos, sangue, plaquetas, atendimento adequado”, afirma.

Campanha

A Campanha de Cadastro para Doadores de Medula Óssea acontecerá em Campos nos dias 18 e 19 de outubro, no Ciep da Lapa, de 8h às 16h. A expectativa é cadastrar em torno de dois mil doadores voluntários. O objetivo é conscientizar a população sobre a importância da doação, um processo considerado simples. Os cadastros dos doadores serão inseridos no banco de dados do Registro Nacional de Doadores de Medula (Redome).

O transplante de medula óssea é a única esperança de cura para milhares de portadores de leucemia e de outras doenças do sangue e do sistema imunológico. O paciente que precisa de transplante de medula tem 25% de chance de encontrar um doador compatível entre irmãos do mesmo pai e da mesma mãe. Quando não é encontrado um doador na família, procura-se então um compatível que esteja inscrito no Redome. Cerca de 70% dos pacientes recorrem ao banco de dados e também no exterior. O transplante substitui a medula doente por uma saudável.