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Medicina para se sentir bem e bonita

Drª. Rafaela Venâncio é especialista em estética facial, mas não abre mão da dermatologia clínica e cirúrgica

Entrevista
Por Redação
23 de setembro de 2019 - 0h01

Filha de pai médico e mãe professora, a dermatologista Rafaela Venâncio Rocha morou por 15 anos no Rio de Janeiro, onde se formou na Uningranrio e se especializou no Hospital da Gamboa, também na capital fluminense. Mas voltar a Campos sempre esteve em seus planos. Por aqui, Rafaela comanda um consultório particular que tem crescido a cada dia, pela busca de homens e mulheres, pelos procedimentos estéticos. Rafaela explica nessa entrevista que os procedimentos mais procurados são aplicação de toxina botulínica, preenchedores, bioestimuladores e laser.

Fora essa área de embelezamento, ela também atua na parte clínica e cirúrgica do Hospital Dr. Beda. “É uma área que gosto muito e me sinto realizada em cuidar dos pacientes”. Surpresa com o público interessado em procedimentos faciais, sua agenda não para de crescer. Rafaela vê boa receptividade do público e diz que vai continuar atualizando seus conhecimentos na área da dermatologia. Participou recentemente do congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia, no Rio de Janeiro. Já em janeiro de 2020 vai embarcar para Paris, onde participará do IMCAS, congresso mundial de dermatologia. Rafaela é casada com um médico campista que conheceu no Rio e ainda não tem filhos. Sua inspiração na carreira médica veio do pai, um cirurgião vascular.

Como a medicina aconteceu na sua vida?

A medicina sempre esteve presente em minha vida através do meu pai que é cirurgião vascular. Poder cuidar e aliviar um pouco o sofrimento das pessoas é uma sensação indescritível. Isso me realiza!

Se não fosse médica, seria…

Veterinária. A paixão pelos bichos vem desde pequena. Fui criada em fazenda e meu contato com os animais sempre foi muito presente. Tenho loucura por cachorros e cavalos! Meu sonho de infância era ter um canil para cuidar dos cachorros que encontrava na rua. Quem sabe um dia… Também tenho um “filho de quatro patas”, o Thor, um maltês de 12 anos que me acompanha onde quer que eu vá! Quem me conhece sabe o amor que tenho pelo meu filhote!

Você se formou, se especializou e conheceu seu marido na capital fluminense, embora ele seja campista assim como você. Foi também no Rioque você decidiu se especializar em dermatologia ou essa ideia sempre esteve com você antes mesmo de ingressar na universidade? Por que essa especialização?

Eu e meu marido nos conhecemos no Rio de Janeiro há 12 anos. Eu ainda estava na faculdade e ele na residência em ortopedia. Voltar a morar em Campos sempre esteve em nossos planos. Uma vida mais tranquila, perto da família e amigos era nossa prioridade. Morei no Rio por 15 anos e ainda mantenho consultório lá, onde atendo a cada 15 dias.
Entrei na faculdade pensando em fazer ginecologia/obstetrícia, mas quando passei pela dermatologia me encantei.

Embora casada, ainda não planeja filhos. É isso mesmo? Sem pressão (Rs), mas pensa em tê-los algum dia?

Acho que não passa um dia sem que eu responda a essa pergunta, rsss. A pressão de familiares e amigos é enorme! Já temos sete anos de casados e não temos mais desculpas para dar. Filhos estão em nossos planos sim. Mas primeiro eu precisava passar por essa mudança (do Rio para Campos) e me adaptar à nova rotina. Criar filhos longe do apoio familiar é muito complicado, ainda mais nos dias de hoje.

O seu consultório médico particular está movimentado. Quais os principais procedimentos que o público procura?

A dermatologia abre um leque muito grande de possibilidades, pois é uma especialidade clínica e cirúrgica, além dos procedimentos estéticos. A aplicação de toxina botulínica, preenchedores a base de ácido hialurônico, bioestimuladoes, ultrassom microfocado e lasers são os procedimentos mais procurados. Mas nunca devemos esquecer do bom e velho exame dermatológico minucioso.

Você aplica os procedimentos estéticos nos seus pacientes, mas também é adepta a eles? Já fez algum?

Com certeza! Faço aplicação de toxina botulínica no terço superior da face (para atenuar rugas da testa e ao redor dos olhos) e no masseter (para bruxismo). Alem de preenchimento em região malar (o famoso “top model look”). Também faço ultrassom microfocado para combater a flacidez que vem com o passar dos anos…

Em uma época de busca constante pelo padrão da beleza, muita gente perde a linha e acaba exagerando. Como lida com isso de modo que seu trabalho não seja comprometido?

Hoje em dia, com as redes sociais, as pessoas criaram um hábito muito maior de se olhar no espelho e avaliar a própria imagem. E com isso, vem a necessidade de se sentir bem e bonita. Por isso, o crescimento na procura por procedimentos estéticos. Mas é preciso ter muita cautela, pois as pessoas estão perdendo a referência. Sempre podemos fazer melhoras, acentuar o que temos de mais bonito e corrigir pequenas imperfeições, mas sem perder as próprias características, sem “virar outra pessoa”. Cada paciente é único e o tratamento deve ser individualizado.

Uma de suas paixões é a dermatologia clínica e cirúrgica que exerce no Hospital Dr. Beda. Fale um pouco sobre essa função.

A dermatologia é uma especialidade encantadora, pois nos dá muitas possibilidades. Não lidamos apenas com a beleza, mas também com as doenças de pele que são inúmeras e bastante comuns. A pele é o maior órgão do corpo humano e diversas doenças sistêmicas se apresentam com sintomas dermatológicos. Trabalhar no hospital me deixa mais perto da parte clínica e dos procedimentos cirúrgicos no dia a dia.

O câncer de pele é o mais comum no Brasil e no mundo. Há pesquisas informando que no Brasil a média de casos é superior ao restante do planeta. Não falta informação sobre os riscos da exposição solar. O que é preciso, na sua opinião, para conscientização da população e, consequentemente, a queda desses números?

O câncer de pele representa 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil. Existem dois tipos de câncer de pele: o não melanoma (que são os carcinomas basocelulares e espinocelulares principalmente) e o melanoma.
O tipo mais comum, o câncer de pele não melanoma tem letalitade baixa, porém, é muito frequente. Já o melanoma é o tipo mais letal e agressivo. Um país com menos casos de câncer de pele é uma meta alcançável, mas para isso e preciso estimular a conscientização da população quanto a necessidade de prevenção, a fim de reduzir a incidência e mortalidade da doença. Nem todos os melanomas podem ser evitados, mas algumas ações podem reduzir o risco de se ter um melanoma.

Qual a melhor forma de prevenir o câncer de pele? No seu dia a dia, nota que os pacientes se interessam por essa prevenção?

Como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais agressiva, as pessoas devem redobrar o cuidado ao se protegerem. Os grupos de maior risco são os de fototipos I e II que representam as pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Alem destes, os que possuem histórico familiar de câncer de pele e os que possuem muitas pintas também apresentam maior predisposição. Quanto as dicas de prevenção, são elas: limitar a exposição a radiação UV através do uso de filtro solar, chapéus de abas largas, óculos de sol e roupas adequadas; evitar exposição ao sol entre às 10h e 16h; evitar bronzeamentos artificiais; examinar com frequência as próprias pintas e visitar o dermatologista anualmente. Acho que hoje em dia as pessoas têm cada vez mais consciência da necessidade da prevenção.