O projeto surgiu de perguntas que ainda ecoam: Por que a maioria dos livros infantis só tem heróis e príncipes brancos e de olhos claros? Por que as bonecas e bonecos têm características físicas que não se assemelham com a maioria da população brasileira? Por que nas canções e contos infantis o branco é belo e puro e o preto não? As respostas para essas perguntas visam contribuir com o empoderamento, com a autoestima e com o imaginário formativo de crianças e adolescentes negros apresentando personagens de destaque que se assemelhem a eles e façam com que se sintam representados nas histórias que tem acesso.
Com texto e direção do diretor e ator Rodrigo França, especialista em filosofia para crianças e pesquisas relacionadas à cultura negra, o solo tem performance de Junior Dantas, que integra há 9 anos a Cia. OmondÉ, iluminação de Ana Luzia Mollinari de Simoni e João Gioia, cenário de Mina Quental. As músicas originais foram compostas pelo musicista João Vinícius Barbosa, que também assina a direção musical e arranjos.
A cultura afro-brasileira e africana sempre foi lembrada, exclusivamente, com a temática escravidão no Brasil. A encenação tem uma narrativa que ressignifica fatos históricos e o espetáculo é quase todo embalado por percussão de tambores, somado com lundu (ritmos brasileiros), Kuduro (ritmo angolano) e jazz e soul (ritmos afro- americanos), com uma trilha musical original. A brasilidade múltipla está em cena, através do respeito à diversidade de cores, características, sabores, texturas, sonoridades e sotaques.
SINOPSE: “O Pequeno Príncipe Preto” discute o empoderamento e a autoestima de crianças e adolescentes negros que não se vêem representados na maioria dos livros, bonecas e bonecos que lhes são oferecidos. Permeado por canções e brincadeiras, o espetáculo semeia o entendimento sobre a importância da valorização de questões como: diversidade, cultura, amor, generosidade, empatia e respeito, além de ressaltar a influência do aprendizado familiar para que as crianças cresçam fortalecidas.