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Frutos do choro e da literatura

O Pé de Pitanga é uma das atrações do Festival de Chorinho e Sanfona de Rosal, um dos mais importantes do país

Cultura
Por Ocinei Trindade
2 de setembro de 2019 - 0h07

Grupo Pé de Pitanga é uma das atrações do Festival de Chorinho e Sanfona de Rosal

Em 2015, os músicos Felipe Ábido (violão sete cordas), Vitor Vieira (bateria e pandeiro), Ricardo Maciel (bandolim) e Antônio Rocha (flauta e flautim), todos apaixonados pelo choro — ritmo genuinamente brasileiro surgido no século XIX – se uniram e criaram em Campos dos Goytacazes o grupo musical Pé de Pitanga. Original da Mata Atlântica, em tupi-guarani “pitanga” significa vermelho e também é bem brasileira. Se o som tivesse cor e sabor, a combinação seria perfeita. A partir de setembro, o Pé de Pitanga participa de importantes eventos, além do lançamento literário da obra “Juventino Maciel – Reminiscências Musicais”.

Pioneiros, os músicos participam do projeto “Choro na Villa” da Uenf, em Campos

O Pé de Pitanga é uma das atrações do Festival de Chorinho e Sanfona de Rosal, um dos mais importantes do país, e que está em sua nona edição. Realizado pela Firjan em Bom Jesus do Itabapoana, Noroeste Fluminense, de 6 a 9 de setembro, o evento reunirá grandes expressões da música instrumental como Armandinho, Silvério Pontes, Antônio Guerra, Carlos Malta, Os Novos Batutas, entre outros. O grupo campista está entusiasmado com a participação do festival em Rosal, evento que atrai milhares de pessoas para aquela região serrana há quase uma década.

Pioneiros, os músicos participam do projeto “Choro na Villa” da Uenf, em Campos
Iniciativas para formação de público e apresentação do chorinho para novas plateias têm acontecido na cidade de Campos. Com experiência em produção artística e cultural, o violonista e pesquisador acadêmico Felipe Ábido idealizou e coordenou em 2016 o projeto ”Choro na Villa”, evento musical realizado na Casa de Cultura Villa Maria, instituição que pertence à Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro.

“Realizamos edições temáticas nos últimos anos. O grupo regional residente Pé de Pitanga vem promovendo um intercâmbio musical. Já contamos com a participação de grupos de outras regiões com oficinas, workshops e concertos na Villa Maria, braço cultural da Uenf. O projeto Choro na Villa foi um desdobramento prático, e também  uma devolutiva à sociedade do meu projeto de mestrado na Universidade Estadual do Norte Fluminense. Deixo como legado para a instituição”, destaca.

Juventino Maciel em livro

Felipe é violonista, produtor cultural e pesquisador musical (Fotos: Reprodução)

Juventino Maciel nasceu no dia 3 de maio de 1926, em Campos dos Goytacazes. Foi um compositor de choros de destaque nacional e um dos prediletos de Jacob do Bandolim, outro lendário instrumentista brasileiro. Juventino viveu até o ano de 1993. Nove décadas após o seu nascimento, o músico ganhou um registro biográfico com sua trajetória musical organizado, pesquisado e assinado por Felipe Ábido e Marcílio Lopes.

Capa do livro organizado por Marcílio Lopes e Felipe Ábido (Reprodução)

O livro “Juventino Maciel – Reminiscências Musicais – Volume I” (Multifoco, 2019) será apresentado ao público pela primeira vez em 8 de setembro, com uma apresentação do grupo Pé de Pitanga, no Festival de Rosal. Até o fim do ano, outros concertos e lançamento da obra serão promovidos pelos autores em Campos e no Rio de Janeiro.

“Este com­positor permanece vivo na memória e, principalmente, na imaginação de muitos amantes do Choro brasileiro. Ainda que poucas de suas músicas tenham sido gravadas, músicos que o conheceram as­seguram-lhe um lugar de destaque nacional. Há diversas histórias a seu respeito. A mais intrigante é numerosa obra musical que o compositor que teria deixado. Mas onde es­taria esta obra? De onde exatamente veio este notável músico? Que ins­trumentos ele tocava? Que influên­cias trazia em sua bagagem? Que trajetória percorreu em sua jornada artística, levando-o ao seleto grupo de grandes compositores e instrumentistas do chorinho brasileiro? São questões abordadas no livro que conta com 70 partituras do compositor”, conclui Felipe Ábido.

O instrumentista juntamente com o Pé de Pitanga divulga obra em Campos e no Rio (Reprodução)