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Entrevista com César Queiroz: um contador exato e preciso

Dono do maior escritório contábil da região, ele fala do começo da carreira, quando trabalhou nas usinas

Entrevista
Por Redação
26 de agosto de 2019 - 0h01

(Foto: Carlos Grevi)

POR ALOYSIO BALBI

Ele nasceu em Murundu e sonhava em ser veterinário. Mas a vida se apresentou em forma de números. César Queiroz é hoje o dono do mais conceituado escritório de contabilidade da Região, dividido em vários departamentos, com 90 colaboradores para dar conta das demandas de 536 empresas e outros 119 clientes pessoas físicas e profissionais liberais.

Sua vida profissional com números começou no boom das usinas de cana-de-açúcar de Campos, e chegou a ser sub-contador da Cooperativa dos Usineiros do Rio de Janeiro – Cooperflu. Mas antes de alcançar todo esse sucesso, César trabalhou em outros lugares que serviram de aprendizado como a Casa Fadul, A Normalista e a Santa Casa de Campos.

Especialista em previsões de economia, César acredita que o atual governo reúne todas as condições para fazer as reformas que o país precisa, principalmente a tributária. Sobre Campos, César é ainda mais otimista garantindo que o município tem uma vocação para o crescimento, e que já existe indicativos de que ele voltará a crescer.

 

Você é de Murundu, e antes de montar o que é hoje o maior escritório Contábil da Região, exerceu outras profissões. Fale um pouco de sua história?

Quando vim de Murundu para Campos eu já era interno do colégio Agroténico, que depois se tornaria o Colégio Agrícola Antônio Sarlo. Minha família então mudou-se para Campos e eu tive que sair do regime interno para trabalhar e, desta forma, reforçar o orçamento. Meus pais tiveram uma vida nada fácil. Tínhamos que ajudar.

Mas, fale dos empregos anteriores.

Olha, eu trabalhei em muitos lugares. Comecei na Casa Fadul onde fazia tudo e logo depois fui trabalhar na A Normalista que não existe mais. A Casa Fadul ainda está ai. Em seguida fui trabalhar na Santa Casa e esse foi um momento muito importante na minha formação.

Como assim?

Minha experiência na Santa Casa foi literalmente de laboratório. Um laboratório de vida. Lá comecei como auxiliar de laboratório de análises clínicas. Tinha um grande mestre que era o provedor Manuel Ferreira Paes. Ele foi prefeito de Campos antes de Barcelos Martins. Um grande caráter. Devo muito a ele. Hoje, depois de muito tempo, estou atendendo a Santa Casa, buscando denominadores comuns em suas contas, ajudando a arrumar na contabilidade.

Mas pelo que sei a contabilidade surgiu na sua vida nas usinas de açúcar. Não foi?

Exatamente. Eu estava trabalhando no almoxarifado da usina de Mineiros, em Saturnino Braga, quando soube que haveria um processo seletivo na Cooperflu, a Cooperativa dos Usineiros. Fiz a prova e passei. Exerci a função de sub-contador. Logo em seguida assumi a contabilidade da Usina de Outeiro e depois a de Sapucaia.

Esse setor é um grande aprendizado?

Exatamente. Trabalhar em Outeiro e Sapucaia além da própria Cooperflu foi uma experiência fantástica. Conviver com a família Inojosa de Outeiro e a Carvalho de Brito em Sapucaia permitiu outras experiências na área da contabilidade.

Quais?

Posso citar como exemplo, ter trabalhado nas Fazendas da família Kemp, que ouso dizer que foi uma das precursoras do agronegócio, quando ninguém falava nisso. As fazendas reunidas plantavam cana-de-açúcar, café e tinha uma produção leiteira de primeira grandeza além da pecuária.

E seu sonho era ser médico veterinário?

Sim. Por isso fui estudador para ser técnico agrícola, que seria o primeiro passo. Trabalhar nessas fazendas me fez recordar a vocação que tinha, mas eu já era um contador feito. Mas até hoje tenho essa ligação com essa área, tanto que escolhi um condomínio rural para morar.

Seu escritório contábil é renomado e cresceu paulatinamente. Como foi isso?

Hoje, nosso escritório tem 800 metros quadrados. São 90 colaboradores para dar conta das demandas de 536 empresas e outros 119 clientes pessoas físicas e profissionais liberais. Temos orgulho desta carreira.

Como é sua agenda?

É corrida. Tenho hora para chegar e nunca para sair. De segunda a sexta-feira são de 10 a 12 horas de trabalho. Chego pontualmente às 06h30mim. É uma responsabilidade muito grande cuidar da vida tributária de um número tão grande de empresas e de pessoas. Então o trabalho é constante, contínuo e nunca acaba.

E como é trabalhar com 90 colaboradores?

Digo que o maior ativo da minha empresa são esses colaboradores. Sem eles seria impossível fazer esse trabalho que precisa de foco e toda atenção possível. São colaboradores excelentes e eu digo que formamos uma grande família ou uma orquestra bem afinada.

Esses colaboradores trabalham em departamentos. Explica?

O nosso tráfego é assim. Temos os departamentos fiscal, contábil, o de processos, o de apoio e o departamento externo. Tudo tem que ser muito bem organizado. Esse modelo você encontra nos grandes escritórios contábeis do país. Com um número expressivo de clientes não tem como fazer diferente. Então temos esses departamentos.

E as mudanças do IR?

Como profissional, tenho muito esperança no Presidente da República e no ministro da Economia Paulo Guedes, além do ministro da Justiça. Acho que esse governo reúne todas as condições para fazer amplas reformas, e estamos apostando na tributária. Ela é inevitável e certamente será feita buscando um equilíbrio fiscal. Particularmente não tenho a menor dúvida de que isso irá acontecer para o bem do país, mudando o seu perfil econômico. A reforma tributária não faz se prender ao IR e sim a uma série de tributos de como tornar o país mais eficiente.

O senhor que viu Campos se transformar. Está otimista com o futuro do município?

Claro que sim. Campos tem a vocação para o crescimento. É lógico que em alguns casos, no curso da história, perdemos o foco. Mas é um município com grande potencial e já existem muitos indicativos de que o crescimento será retomado. Essa tendência é irreversível e pessoas do mercado já estão percebendo isso.

Falando nas questões das reformas, isso tem movimentado muito a sua empresa?

Sim. No que se refere a da Previdência a procura está sendo grande, principalmente de pessoas físicas. Nossa equipe estudou os principais pontos desta reforma, para podemos orientar ou tomar decisões corretas. Mas este está sendo ainda uma primeira sondagem já que a reforma, embora irreversível, ainda tem que passar por alguns trâmites no legislativo. Ela, indiscutivelmente, vai mudar a vida de muita gente e vai destravar a economia do país. Se não fosse feita agora, a economia correria um grande risco em um tempo bem próximo já que o governo não teria dinheiro para pagar as futuras aposentadorias.

O ano de 2020 vai ser de muito trabalho?

Certamente. O ministro da Economia, Paulo Guedes, acena com mudanças já na declaração do Imposto de Renda no próximo ano. Não sabemos ainda as regras, mas certamente essas mudanças acontecerão. A expectativa de uma ampla reforma tributária também requer toda nossa ação. Aqui tentamos nos antecipar aos fatos, dentro de um quadro de previsibilidade quando é possível, e com isso temos conseguido o respeito dos nossos clientes com um grau de satisfação de 100%.