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Médica é agredida por namorado professor de muay thai

Vítima vai prestar depoimento à DEAM e falou com exclusividade ao Terceira Via; Francinei Farinazo pagou fiança e foi solto

Polícia
Por Redação
19 de agosto de 2019 - 9h47

Vítima de violência doméstica durante este fim de semana, a médica Cíntia Silva Maciel, de 32 anos, vai prestar depoimento às 14h, na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), em Campos. Ela falou com exclusividade ao Jornal Online Terceira Via sobre a agressão que teria sofrido do namorado, o professor de artes marciais Francinei Gonçalvez Farinazo. O caso ganhou as redes sociais neste domingo (19), quando fotos da vítima ferida e do suspeito começaram a circular.

As imagens foram divulgadas por colegas de trabalho de Cíntia no Hospital Ferreira Machado (HFM), onde a médica atua há cerca de dez anos e permaneceu internada desde a agressão, na madrugada de domingo. Ela sofreu diversos ferimentos no rosto e precisou levar pontos na boca. A médica recebeu alta na manhã desta segunda-feira.

A família registrou um boletim de ocorrência no domingo. De acordo com a Polícia Civil, Francinei, que é mais conhecido como Nei, foi detido em flagrante e liberado após pagamento de fiança no valor de R$ 10 mil.

Desentendimento em restaurante

Logo após deixar o HFM, Cíntia falou à equipe de reportagem do Jornal Terceira Via. A médica contou que se relacionava com o professor de artes marciais há cerca de cinco meses e que a agressão teria acontecido após três fins de semana de brigas consecutivas.

(Foto: Reprodução/acervo pessoal)

“Estávamos brigando todo fim de semana. Neste sábado, havíamos ido, junto com uma das minhas primas e amigas, a um restaurante de comida japonesa. É um local que frequento há muito tempo e em que todo mundo me conhece. Ele havia bebido muito e ficou irritado depois que um garçom trouxe algo para eu beber”, relata a médica.

Segundo Cíntia, Nei teria se desentendido com o garçom e saído do local. “Ele foi super-grosso. Deixei o restaurante com minha prima e minhas amigas foram para outro lugar. Ele ficou lá. Mas, daí a pouco, um amigo dele começou a me ligar. Disse que ele estava arrependido e que queria conversar. Eu ouvi ele completamente transtornado do outro lado da linha e disse que não seria boa ideia, mas acabei voltando”.

O professor de artes marciais, então, teria entrado no carro da médica. “Ele já chegou gritando. Disse que ia para outro lugar, depois disse que ia para casa. Estava dirigindo quando ele começou a me golpear. Tentei me proteger com a mão do jeito que pude e não parei de dirigir. Mas não me lembro de tudo”, relata Cíntia.

“Acidente”

De acordo com a médica, seu carro foi encontrado sujo de sangue em um posto de combustíveis próximo ao HFM, onde teria sido abandonado pelo professor de artes marciais. “Segundo colegas de trabalho que estavam de plantão no momento, ele me levou para o Ferreira Machado. Chegou me segurando pelo pescoço. Tinha as mãos sujas de sangue, mas disse que meus ferimentos haviam sido ocasionados por um acidente de carro”, diz, acrescentando. “Não me lembro de ter feito o percurso do posto até o Hospital”.

Ainda conforme o relato de colegas de Cíntia, Nei teria sido detido por um grupo de policiais militares ainda na unidade de saúde. “Ele é professor de muay thai. Foi preciso cinco ou seis homens para contê-lo”.

Cíntia afirmou que foi visitada, ainda no domingo, enquanto estava internada, pela delegada titular da DEAM, Ana Paula de Oliveira Carvalho, e que dará sequência no caso.

“Já fui agredida por um ex-namorado policial, perdoei e voltei. Ele quase me agrediu novamente e eu o deixei. Até pouco tempo atrás, tinha fotos da agressão. Apaguei a pedido do Nei. Ele dizia que não era bom para a gente, que aquilo era um absurdo e que nunca agrediria uma mulher. Tivemos bons momentos, mas ele sempre foi grosso e destemperado. Já havia me agredido verbalmente, mas nunca pensei que pudesse me agredir fisicamente. Pretendo fazer de tudo para que ele pague por isso”, finaliza a médica.

Demissão

A Bodytech de Campos, academia onde o suspeito ministrava aulas, emitiu uma nota oficial, por meio de suas redes sociais, informando que Francinei Farinazo seria desligado nesta segunda-feira e negando que tenha sido responsável pelo pagamento da fiança, que, segundo familiares da vítima, teria sido feito por um grupo de alunos. Veja a nota abaixo:

O Jornal Terceira Via tenta contato com a defesa do suspeito.