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Agosto Dourado reforça amamentação

A obstetra Dra. Thayanna Alves Matsuda vive na prática as questões abordadas por suas pacientes no consultório

Saúde
Por Redação
11 de agosto de 2019 - 0h01

apesar de saber o que fazer, a médica ainda teve algumas dificuldades com a chegada do Vicente (Foto: Silvana Rust)

A informação é o grande segredo quanto o assunto é a amamentação. Medos, dúvidas e inseguranças surgem a partir do nascimento bebê, mas o ideal é que a mãe e a família se preparem antes da chegada do filho. Todos devem entender que o leite materno é o alimento mais completo que existe para alimentar um recém-nascido, suprindo todas as necessidades dele. Por isso, a campanha Agosto Dourado tem como tema este ano “empoderar mães e pais, favorecer a amamentação”. O objetivo é mostrar que a partir de uma base informativa, a família vai poder superar episódios, às vezes desconfortáveis, e permitir a alimentação completa do bebê, através do leite materno.

A ginecologista e obstetra, Dra. Thayanna Alves Matsuda, vive na prática com o pequeno Vicente, de apenas um ano, situações que são questionadas por suas pacientes durante as consultas. Ela frisa que o tema amamentação não deve apenas surgir a partir do nascimento do bebê. É necessário falar sobre esse assunto desde o pré-natal.

“Eu vejo no consultório muitas mães preocupando em preparar a mama para a amamentação e hoje em dia isso não é preciso. Vejo também que durante o pré-natal e a gravidez, poucas são as mulheres que querem se informar em relação ao tema. Se preocupam com o parto, com o enxoval, mas não perguntam sobre a amamentação. Quando o bebê nasce é que elas percebem que precisam de orientações. Algumas pensam que é instintivo, que é só colocar o bebê no peito, e então surgem as dificuldades. Ao tentar superar esses obstáculos, porque não tem informação e ainda conhecem pessoas que não conseguiram, as mães acabam parando de amamentar. É importante que essa mulher se informe e conte com um suporte de alguém que a incentive e que a ajude. Difícil é ver uma mãe que tem esse conhecimento e não consegue. Aquela que é orientada vai passar por cima das dificuldades”, declara.

A ajuda do marido Daniel foi importante no início da amamentação (Foto: Silvana Rust)

Rede de apoio
A especialista recomenda que as futuras mamães participem de cursos e palestras sobre amamentação, pesquisem informações e peçam orientações ao médico. Porém, o mais importante, segundo Dra. Thayanna, é a ter uma rede de apoio com pessoas que de alguma forma estimulem o ato de amamentar e contribuam para que a mulher esteja tranquila.

“No começo da amamentação é muito comum que o seio fique machucado e aconteceu comigo. Fiquei insegura, mesmo com a informação sobre como fazer, eu precisei da ajuda do meu marido e talvez se não fosse isso, eu teria desistido. Com persistência, superei as dificuldades e me senti realizada. Uma pessoa que dê um suporte, seja com a limpeza da casa ou com a alimentação. A amamentação é um desafio e se a mulher estiver em um ambiente estressante, ela não vai conseguir amamentar”, ressalta.

Os benefícios do leite materno
Estudos mostram que a amamentação possui múltiplos benefícios. Na mulher, o ato de amamentar desperta a autoconfiança, traz a sensação de bem estar, relaxa, ajuda na perda de peso com o aumento do gasto de energia, na contração uterina, além de diminuir os riscos do desenvolvimento de anemia, câncer de mama, doenças cardiovasculares, depressão pós-parto, inibe a ovulação, entre outros pontos positivos. Já no bebê, o leite materno fornece anticorpos para melhorar a imunidade e diminui as chances de surgir alergias, diabetes do tipo 2, diarreia e infecções, do diagnóstico de obesidade, reduz em 60% os riscos de morte súbita, ajuda no funcionamento do intestino, etc.

“É necessário incentivar a amamentação desde a primeira hora de vida do bebê, para estimular a produção de
hormônios na mãe. O leite é composto por proteína, gordura, açúcar, água, anticorpos, vitaminas, sais, enzimas e
ferro. Tudo o que uma criança precisa. Então, não tem aquela história de que o leite não é suficiente. As mães precisam confiar nisso. A amamentação tem que ser incentivada por todos, inclusive, pelos profissionais de saúde. O bebê deve ser alimentado até os seis meses, exclusivamente pelo leite materno. Até os dois anos ou mais pode ter a complementação. O Vicente tem um ano e um mês, ele é amamentado e ainda vai ser até o tempo necessário”,
completa.