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Pastor acusado de matar jovem em São João da Barra vai a júri popular

Vítima era frequentadora da igreja e o religioso alega que agiu em legítima defesa

Região
Por Redação
7 de agosto de 2019 - 16h07

Israel Ribeiro confessou ter matado Lucas Abucezze em legítima defesa (Reprodução)

O pastor Israel Maciel Gonçalves Ribeiro, de 44 anos, que confessou ter matado a tiros o jovem Lucas Muniz Abucezze, de 21 anos, irá a juri popular.  O crime aconteceu no dia 18 de fevereiro, em Atafona, distrito de São João da Barra. O acusado segue preso preventivamente, por decisão tomada pelo juiz Paulo Vitor Siqueira Machado. A defesa do pastor chegou a pedir judicialmente para que ele respondesse pelo crime em liberdade, pelo fato dele não ter antecedentes criminais, possuir trabalho, família e endereço fixo. O pedido foi negado pelo juiz. A data do julgamento de Israel Ribeiro ainda não foi definida.

A vítima, Lucas Muniz Abucezze, estaria ofendendo com xingamentos e ameaçando o pastor Israel Ribeiro. O rapaz era usuário de drogas e, segundo testemunhas e o próprio pai dele, era usuário de drogas e tinha um comportamento agressivo. Em depoimento, o pai de Lucas afirmou que, em algumas ocasiões precisou chamar a polícia para conter o rapaz por conta de ameaças e agressões cometidas. Lucas frequentava a igreja onde atuava o religioso. O pastor confessou ter matado Lucas. Ele alegou legítima defesa. Israel disse que sofria ameaças de agressão e morte por parte de Lucas que também teria ameaçado sua família.

Lucas Abucezze, de 21 anos, frequentava a igreja do pastor e era agressivo (Reprodução)

Israel Ribeiro foi preso no dia 15 de março, em uma casa do Parque Presidente Vargas, no subdistrito de Guarus, em Campos dos Goytacazes, quase um mês depois de ter cometido o assassinato de Lucas Abucezze. O rapaz morreu após ter levado pelo menos quatro tiros. Três disparos foram dados pelas costas. No dia do crime, a Polícia Militar foi acionada, mas quando chegou ao local, Lucas já estava morto. A delegada titular da 145ª Delegacia de Polícia de São João da Barra, Madeleine Farias, assumiu o caso e conseguiu com que o pastor Israel fosse levado à prisão.

Além de responder pelo crime de homicídio, o pastor Israel Ribeiro foi indiciado por portar ilegalmente  arma de fogo. A mesma arma usada no dia do crime que tirou a vida de Lucas Abucezze. A decisão do juiz  Paulo Victor Siqueira Machado em manter o pastor preso enquanto aguarda julgamento se fez necessária, segundo o magistrado.

“A prisão revela-se necessária para o resguardo da ordem pública, pelas razões já expostas, de modo a buscar preservar as finalidades da pena e do direito penal, no caso, em especial, a prevenção geral. Se o acusado possui posição de respeito, estando inclusive a frente de uma igreja, servindo de referência para muitas pessoas, no caso lhe era ainda mais exigida conduta diversa, em respeitos as leis vigentes neste país, sendo certo que as testemunhas de defesa afirmaram que a vítima viria importunando o acusado e sua família fazia tempo, mas este não se curvou em momento algum ao direito positivado, pelo que a sua colocação em liberdade neste momento servira de pernicioso estimula ao justiçamento, para usar aqui termo utilizado pelo MP, incentivando que as pessoas busquem resolver seus problemas diretamente”, descreveu o juiz.

Caberá ao Tribunal do Júri decidir o destino de Israel Ribeiro. A data do julgamento do réu ainda não foi decidida pela justiça da Comarca de São João da Barra.