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Festa de São Salvador: mistura de fé, gastronomia e diversão

Dia do Padroeiro de Campos volta a reunir milhares de pessoas em área central da cidade

Tradição
Por Ocinei Trindade
6 de agosto de 2019 - 13h13

A equipe do Bacalhau a postos na festa do padroeiro (Fotos:Carlos Grevi)

Faz 367 anos que a Festa do Santíssimo Salvador é realizada na área central de Campos, no entorno da catedral e da principal praça da cidade. Ao todo, são dez dias de atividades com programação religiosa, esportiva, musical e gastronômica. Nesta terça-feira, dia 6, data em que se comemora o padroeiro do município, o público poderá conferir e participar de diversas atrações ao longo do dia.

Entre as atrações musicais, no domingo (4) apresenta-se a banda de forró Cadê a Sanfona. Na segunda-feira (5), é a vez de Os Feras do Pagode. Ambos às 23h. Já no feriado de terça-feira (6), às 20h, a banda religiosa Pequeninos do Senhor estará no palco da festa.  No dia do Santíssimo Salvador, o Bispo Diocesano Dom Roberto Francisco Ferrería Paz celebrará Santa Missa às 10h. Na parte da tarde, às 16h, acontece a tradicional procissão do Padroeiro. Às 19h, será realizado louvor com o religioso Nelinho.

Praça de São Salvador reúne milhares de pessoas em shows (Arquivo)

De acordo com o monsenhor Leandro de Moraes Diniz, pároco da Catedral e vigário geral da Diocese de Campos, a festa do padroeiro é um ato de celebração de fé. “No coração de nossa cidade está a Catedral Basílica Menor do Santíssimo Salvador, que nos lembra dessa centralidade de Cristo que passa pela história dos nossos antepassados e que nos remonta a darmos continuidade a essa celebração que se realiza há 367 anos. Mais do que um evento meramente histórico e cultural, a festa é um ato religioso, fraternal e de fé”, considera.

Tradição culinária

Dentro dos festejos de São Salvador, as tradicionais barracas de comidas típicas e doces costumam atrair um grande público durante os dez dias de evento. Entre os destaques da programação gastronômica, está um grupo de cozinheiros e amigos católicos. Há pelo menos 40 anos, a chamada Equipe do Bacalhau costuma atrair um grande número de pessoas que apreciam a iguaria feita com batata, ovo, salsa e bacalhau, naturalmente.

Ao todo, 15 pessoas se dedicam a preparar a massa e o recheio dos bolinhos de bacalhau. Dois homens e 13 mulheres se revezam semanas antes de começar a Festa de São Salvador. É que os quitutes precisam ser preparados com certa antecedência para os vendedores poderem dar conta de tantos pedidos. Dependendo do dia, 1200 unidades são vendidas pela Equipe do Bacalhau. A cozinheira voluntária Cleia Santos trabalha na equipe há cinco anos. Ela veio de São Luis do Maranhão e fixou residência em Campos.

“Quem começou com essa tradição foi uma senhora portuguesa, a Dona Fernanda, que está com mais de 90 anos e não participa mais das atividades. Ela é autora da receita do bolinho que fazemos até hoje. Temos bastante trabalho, mas é bastante satisfatório”, conta Cleia.

De acordo com a cozinheira Fátima Gomes, que nasceu no Rio Grande do Norte, só as mulheres conseguem moldar os bolinhos nas colheres antes de fritar. A tarefa é dividida também com Neide Muniz que veio do Mato Grosso do Sul para Campos. “Somos as únicas forasteiras atualmente, pois o restante da equipe é campista”, brincam. Há 18 anos elas ajudam nas atividades de produzir, fritar e vender bolinhos de bacalhau. Cada unidade custa R$6. Elas também produzem tortas de bacalhau, mas o que mais faz sucesso são os bolinhos. Até o fim da Festa de São Salvador, ainda há muito trabalho por fazer.