×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

Mônica Rangel comemora três décadas de sucesso

À frente da Chicre Cheme, a empresária conta como transformou as festas de Campos com salgados finos

Entrevista
Por Redação
4 de agosto de 2019 - 9h56

Mônica Rangel. Esse nome está sempre atrelado ao do seu companheiro Leonardo Castro de Abreu.
Os dois dedicam-se há 30 anos a empresa Chicre Cheme e, hoje, colecionam histórias de sucesso por terem realizado milhares de festas, não só em Campos como em toda a região. Festas de
aniversários, casamentos, batizados, reuniões corporativas, não importa, a Chicre Cheme sempre
está lá com seus salgados finos que caíram no gosto de todos. Tudo começou quando, formada em
Química Industrial pela UFF, em Niterói, não se enquadrou no mercado de trabalho na época, em
Campos. Foi então que, junto da sua mãe e do seu marido resolveram criar a empresa do ramo de
alimentos.

Nesta entrevista, Mônica lembra com carinho da dedicação de suas filhas que cresceram em volta da expansão do empreendimento familiar. Empreendimento este que tem na veia o
sangue sírio. Outro ponto alto da entrevista é quando Mônica cita que seu marido Leonardo pediu
demissão da Petrobras, onde era concursado, para se dedicar à Chicre Cheme e, mesmo à frente
hoje da presidência da ACIC, ele consegue conciliar o trabalho empresarial com a luta pelo coletivo.

Você é filha de um homem de letras, que foi diretor da então Escola Técnica Federal, hoje IFF. Todo mundo achava que você iria seguir esse caminho e você envereda pelo meio empresarial. Como foi essa decisão?

Meu pai sempre nos incentivou a seguir pelo caminho de sucesso através de muito trabalho.
Na verdade, este caminho que segui foi despertado pela falta de boas oportunidades profissionais em nossa região na época, com a minha formação em Química Industrial pela UFF- Niterói, não tinha muitas oportunidades nas empresas de Campos. Com o grande incentivo da minha mãe, um paladar apurado e a influência síria na família, decidi-me dedicar à culinária árabe e aprender
a fazer, no princípio, salgadinhos, como kibe e esfiha.

A Chicre Cheme, que é uma marca regional, está fazendo 30 anos. Você esperava ir tão longe?

Bem, no início achava que seria apenas uma atividade que me ocupasse o tempo e me dava prazer, mas com minha inquietude, resolvi aprender outras receitas, elaborando um portifólio bem variado. Com o tempo fui percebendo que a “brincadeira” estava ficando séria e, com a ajuda do meu marido e auxílio da minha mãe, chegamos onde chegamos com muita dedicação e amor.

No começo, você trabalhou ao lado do seu marido Leonardo, hoje presidente da Associação Comercial e Industrial, que tem uma agenda cheia. Ele continua te ajudando nos bastidores da empresa?

Ele vem me incentivando e ajudando desde o início. Mesmo quando trabalhava na Petrobras
(concursado) me ajudava nos seus momentos disponíveis, mas com o passar do tempo a empresa foi crescendo e fomos percebendo que um somente não era o suficiente, então ele resolveu
apostar tudo no nosso negócio e pediu demissão da Petrobras para uma dedicação exclusiva.
Agora, mesmo sendo presidente da Associação Comercial Industrial de Campos, consegue administrar seu tempo.

Isso é o que pode ser definido, não como uma empresa familiar, mas de casal. Essa informação está correta?

Realmente podemos considerar uma empresa familiar. Por um longo período tivemos a ajuda
da minha mãe, colaborando com toda sua experiência, vivida na Escola Técnica, na organização e relacionamento. Também nossa filha Marina formada em Engenharia de Produção nos ajudando com novas ideias e melhorias dos processos; hoje formanda em Gestão Empresarial na FGV-RJ. Também nossa primogênita com Mestrado em Finanças em Portugal e não poderia de deixar de falar da minha caçula que está fazendo especialização em Cardiologia no Rio de Janeiro. Todas tiveram a oportunidade de saber como se preparar para a vida quando, desde novas, me ajudavam atendendo aos clientes e na preparação dos salgadinhos.

Para atender a demanda você teve que crescer. Em relação ao início, há 30 anos, o crescimento foi de quanto em termos de número de funcionários?

Com certeza ao longo destes 30 anos, tivemos variações em nosso quadro de funcionários e, mesmo hoje, temos vários funcionários com média de 15 anos de casa. Sabemos da importância de sermos empresários e a responsabilidade de sermos incentivadores da empregabilidade na nossa região.

Você acha que a Chicre Cheme foi realmente precursora na região em que se refere a questão empresarial?

Quando iniciamos nossas atividades, as pessoas levavam os salgadinhos prontos para as festas nos isopores ou em embalagens de papelão, e foi o gatilho para percebemos que poderíamos entregar os produtos com melhor qualidade, com diferencial. A partir daí, passamos a preparar os produtos no local da festa, e naquele momento já não mais só produzíamos os salgadinhos, mas também oferecíamos serviços, que mais tarde tomou a forma de um novo negócio, o de buffet.

Além de Campos a empresa atende a muitos clientes de outras cidades. É uma tarefa difícil?

Não podemos negar que o esforço demandado é muito maior, mas como sempre foi de nossa
natureza enfrentar desafios, estruturamos nossa empresa para que mesmo em locais distantes possamos atender com qualidade, tanto os produtos quanto os serviços.

Empresas como a sua mudaram bastante o comportamento das pessoas. Hoje você pode oferecer uma festa pronta. Essa tendência continua crescendo?

As pessoas quando decidem fazer um evento, comemorar uma data especial, necessitam de uma empresa que lhes dê segurança e que tenha credibilidade no mercado. Desde o primeiro contato com o cliente, nós oferecemos um serviço de consultoria, apresentando as melhores opções para o seu evento e que atenda suas expectativas e capacidades financeiras. Consideramos nossos clientes, nossos parceiros e amigos, trabalhando com transparência e valor justo, sempre no intuito de superar as expectativas. Somos “ÚNICOS” no mercado hoje por ter a capacidade de entregar produtos e serviços em pronta-entrega.

A demanda hoje é maior em reuniões corporativas, aniversários ou casamento?

Antigamente, existiam as sazonalidades como em maio, o mês das noivas; dezembro mês das
festas de fim de ano das empresas; março e agosto, meses de formaturas. Hoje, devido à instabilidade econômica, a sazonalidade não segue mais esse padrão. O comportamento do consumidor tem sido mais contido para a realização dos eventos, e muitos dos que não dispensam fazer os eventos acabam por diminuir a lista de convidados. O ponto positivo apesar da atual situação do país são as inúmeras empresas que se instalam na cidade e nos procuram para seus eventos corporativos, isso também acontece para empresas das cidades vizinhas. E nesse sentido, temos o prazer de oferecer serviços para eventos importantes como a recente visita de
um ministro ao Porto do Açu. Os elogios foram unânimes e só nos dão a certeza de que estamos no caminho certo.

Já chegou a ter uma proposta de transformar a empresa em uma franquia?
Quando elaboramos o projeto da loja de Macaé, já fizemos nos moldes para franquear a marca,
mas com o advento do desequilíbrio da economia, achamos melhor adiar o projeto.

A crise chegou a afetar a empresa em algum momento, ou esse é um segmento imune as turbulências econômicas?

A crise tem afetado praticamente todos os setores da economia, são poucos os que não precisaram se ajustar nesse período. Nosso setor, mais especificamente, precisou também se ajustar para continuar entregando os serviços com qualidade, e é nesse momento que como empreendedores, precisamos usar nossa criatividade e traçar planos para manter a empresa criando valor no mercado.

A Chicre Cheme é uma unanimidade entre empresas e famílias de Campos. Você atribui isso a que?

Sempre acreditamos no nosso negócio, procuramos fazer uma entrega personalizada, com um aspecto profissional, muito comprometimento, transparência e honestidade aos nossos clientes, isso requer muita dedicação e amor ao que se faz.