Além de dois meses de atraso nos salários – referente aos meses de abril e maio – os motoristas alegam que a empresa também está em débito com o pagamento de 13 vales-alimentação e quatro férias.
“Tem motorista que está passando necessidade, chegamos ao ponto de nos reunirmos para comprar sacolão para um amigo que não tem o que comer dentro de casa. Estamos passando muita humilhação. Até os pacientes estão com pena da gente. Tem paciente que está ajudando os motoristas. A própria empresa fala pra gente que a prefeitura repassou, mas o dono teve que pagar uma multa e usou o dinheiro”, garantiu um dos funcionários que está sem receber e preferiu não se identificar por medo de represálias.
Além da dificuldade em ficar sem salários, os motoristas ainda alegam que são coagidos a não falar sobre o problema.
“Se a gente for à prefeitura reclamar, a firma manda a gente ir embora. A gente tem medo. O gerente da empresa falou que se a gente denunciar e ele souber, tem risco de demissão. No ano passado nós ficamos um mês sem salário e neste ano estão querendo fazer de novo”, lamentou.
Atualmente, o município de Campos tem 268 motoristas de ambulâncias. A reportagem do Terceira Via tentou contato com a Prefeitura de Campos para saber se alguma medida pode ser tomada contra a empresa para garantir o pagamento dos motoristas. Em nota, a prefeitura informou que a secretaria de Saúde acompanha o caso e se mantém em diálogo com a empresa para resoluções pertinentes.
A reportagem também tentou contato com a empresa, mas não obteve retorno.