As ondas da praia do Farol de São Thomé enchem os olhos dos praticantes do surf e do boadyboarding, em Campos, praticamente todos os dias da semana. Além dos surfistas e bodyboarders amadores e profissionais, o local passou a ser freqüentado também por principiantes no esporte. Duas escolas funcionam no balneário gratuitamente e atraem uma garotada bastante animada e corajosa. Atletas experientes e premiados participam dos projetos que ajudam a formar futuros competidores e campeões.
Em uma parceria com a Prefeitura de Campos, o campeão estadual, brasileiro e mundial Bruno Invyk instrui, atualmente, 52 crianças e adolescentes. Três vezes por semana, no fim de tarde, um trecho da praia é ocupado com os alunos de bodyboarding. Uma explosão de alegria e energia toma conta do lugar. As crianças recebem instruções e o passo a passo para se aventurarem sobre as ondas.
“Eles não aprendem somente a surfar. Aqui também é ensinada a natação em mar aberto, noções fundamentais de como entrar e sair da água, técnicas básicas do esporte, entre outras funções. O trabalho social é uma das prioridades do projeto. A socialização é importante para a criança. Elas também são cobradas pelas atividades e desempenho escolares”, explica Bruno Invyk, de 37 anos.
Para participar das aulas organizadas pela secretaria municipal de Esportes, a idade mínima exigida é de 6 anos. Adultos e idosos também podem fazer parte do projeto. A presença feminina também é destaque das sessões. As adolescentes Yara, Raiane, Bianca e Joana não faltam aos encontros na praia. O grupo diz que é preciso gostar do esporte e um pouco de coragem para enfrentar as ondas violentas do mar do Farol. “A gente toma cuidado para evitar afogamentos e traumatismos. Já tive alguns problemas, mas não desisti”, diz Bianca, de 14 anos.
Em outro ponto da praia, os surfistas e bodyboarders Caio Ribeiro, Luciano Cruz e Jonas Castro se juntaram para formar um grupo de instrutores voluntários. Em frente ao trecho do quiosque Copacabana, aos sábados e domingos, de 9h às 10h30, outros meninos e meninas também aprendem as técnicas do surfe. “Oferecemos as instruções para 13 adolescentes atualmente. Quem quiser participar, deve se inscrever e ter autorização dos pais. A idade mínima é de 6 anos. Começamos em março as aulas que são gratuitas. Tem funcionado bem”, diz Jonas Castro que também é fotógrafo e videomaker. Ele integra a equipe do “Surf Farol” que se destaca no Facebook desde 2015, com exibição de imagens para divulgar e avaliar o desempenho dos atletas.
“É interessante, porque entretém, mantém a prática de atividade física, condiciona e melhora a qualidade técnica preparando para competições. A equipe do Surf Farol levou para a Itacoatiara, em Niterói , vários integrantes da escolinha na categoria sub-16 e atletas Open que treinam com a equipe. Eles fazem um trabalho de educação ambiental, inclusive. Preparar o atleta para competições com direcionamento e adoção de hábitos saudáveis ajuda no bem-estar e no esporte”, conclui.