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Hospital Dr. Beda realiza cirurgia inédita de próstata

Técnica minimamente invasiva foi utilizada pela primeira vez em Campos para tratamento do câncer e agora está disponível pelo SUS

Saúde
Por Redação
16 de junho de 2019 - 0h01

Anualmente, são registrados mais de 68 mil de casos de câncer de próstata no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). A doença é a segunda mais comum no público masculino. O tumor atinge a glândula responsável pela produção do fluido seminal que nutre e auxilia no transporte do esperma. Na maioria dos casos, não há presença de sintomas e dessa forma, o ideal é a consulta urológica rotineira para detecção da doença. Entre as opções de tratamento do câncer está a intervenção cirúrgica. Pensando sempre oferecer o que há de mais moderno em equipamentos e técnicas para os pacientes, a Urologia do Hospital Dr. Beda, do grupo IMNE, realizou recentemente um procedimento inédito na cidade de Campos dos Goytacazes. Trata-se da cirurgia minimamente invasivamente para retirada da próstata, disponível a partir de agora de forma particular, por convênio e também pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A equipe médica que participou do procedimento foi composta pelos urologistas, Dr. Gilberto Rangel de Souza Oliveira, Dr. Gustavo Barbosa de Souza Araújo e Dr. Walid Ibrahim Khenaifes Filho. Os especialistas comemoram a implantação da uma técnica, que já era utilizada nas capitais, e hoje pode ser feita no município trazendo muitos benefícios para o pacientes.

“O início de cirurgias minimamente invasivas como opção do tratamento do câncer de próstata é um desejo que já existia há muito tempo. Nós três nos conhecemos há alguns bons anos, fizemos especialização no mesmo lugar e tínhamos a vontade de formar uma equipe.

É um método que já é feito rotineiramente em capitais e centros isolados no interior do país, mas em Campos ainda não tinha acontecido. Dessa forma, após nos especializarmos e buscado vivência no meio dos procedimentos minimamente invasivos, optamos por implementar e deu certo. Estamos muito felizes com o resultado”, ressalta Dr.Walid.

Os médicos da equipe analisam o primeiro caso. O paciente que passou pela cirurgia videolaparoscopica respondeu ao tratamento do câncer de próstata da forma esperada, com um período curto de internação, boa evolução pós- -operatória e um retorno precoce para suas atividades rotineiras.

“No caso, selecionado para o procedimento, o paciente em questão tinha indicação cirúrgica e contemplava a técnica minimamente invasiva. Nós propomos ao paciente, explicamos o que seria feito e ele se sentiu lisonjeado por participar desse feito inédito. A gente sabe que a expectativa é de uma recuperação mais rápida e para ele, sem dúvidas, voltar para casa, para os seus familiares e sua rotina, o quanto antes, especialmente quando se tem diagnóstico de câncer, é muito melhor”, explica Dr. Gustavo.

Benefícios

Segundo os urologistas, diferente do método convencional que é o comumente empregado, onde a retirada da próstata se dá com maior trauma cirúrgico e com uma maior incisão, no artifício minimamente invasivo são feitas pequenas incisões. Com essa técnica, pode-se oferecer o mesmo resultado oncológico ao paciente e uma recuperação pós-operatória mais rápida e confortável, como foi possível observar no primeiro caso.

“Essa cirurgia replica basicamente o que acontece com o paciente no procedimento convencional só que minimizando o trauma cirúrgico. É um método menos agressivo. Com isso, é possível diminuir as cicatrizes, a manipulação cirúrgica, a dor e esse paciente consegue retornar precocemente as atividades laborais, aquelas que ele desempenhava antes da doença, porque afinal ninguém espera passar para isso. Quanto menor for o tempo da sua recuperação com retorno mais rápido a sua vida cotidiana, melhor será a forma de se encarar o estigma por trás do diagnóstico e do tratamento do paciente oncológico. Na primeira experiência realizada, o resultado foi alcançado pela equipe e nos satisfaz muito quando o procedimento dá certo.

Foi o primeiro passo, uma coisa nova e inédita, que conseguimos promover depois de agregar um ano pensando na estrutura. Além dos seis anos de especialização que fizemos, o Dr. Gustavo dedicou mais um ano à terapia minimamente invasiva e isso permitiu que nós três tivéssemos uma forma de se complementar e oferecer o melhor aos pacientes por nós contemplados. É importante trazer essa realidade para a cidade de Campos, que sabemos não ser pequena e com expectativas de crescimento enormes pela frente. Com mais estrutura e volume, podemos cada vez mais ofertar serviços melhores. Agora, o nosso desejo é abranger outros pacientes e trazer conforto e bons resultados, que constituem os pilares de qualquer tratamento”, revela Dr. Gilberto.

Técnica disponível para todos

A equipe de urologistas pontua ainda o fato de a modalidade cirúrgica estar disponível para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). O grupo IMNE é referência no tratamento do câncer na região, além de ter um hospital habilitado como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). No SUS, normalmente os pacientes são diagnosticados nos centros de assistência primários e direcionados aos centros de referência, para conseguir uma consulta com especialistas em oncologia, sendo feito o estadiamento da doença e as propostas terapêuticas. Com a indicação cirúrgica, esse indivíduo é direcionado para os especialistas para a realização do procedimento.

“Atualmente, recebemos pacientes de diversos municípios vizinhos e eles já chegam com o diagnóstico oncológico. Nós atendemos essas pessoas, estudamos e avaliamos qual é o grau da doença e dessa forma determinamos qual é a melhor proposta de terapêutica. Hoje, o serviço da Unacon do Hospital Dr. Beda, disponibiliza essa técnica minimamente invasiva aos pacientes com câncer de próstata, rim e outros órgãos. O grupo IMNE dispõe dessa tecnologia para oferecer ao público, inclusive do SUS.

Já estávamos nos organizando para fazer a implementação e tivemos sucesso. Hoje, existem três técnicas principais nesse tipo de modalidade: a convencional, a laparoscópica e a robótica. Chegamos ao nível da laparoscopia e espero que em breve a técnica robótica também consiga chegar à cidade de Campos e em todo o interior fluminense. O mais importante é poder oferecer o que existe de novo a todos os que precisam”, frisa Dr. Gustavo Araújo.

CÂNCER DE PRÓSTATA

A próstata é uma glândula existente somente no corpo do homem, localizada na parte baixa da pelve. Trata-se de um órgão muito pequeno, logo abaixo da bexiga e à frente do reto, responsável por produzir parte do sêmen, líquido que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual. No caso do câncer de próstata, o homem é acometido de maneira que ele não percebe as alterações desordenadas das células, por isso a importância do rastreamento da doença.

Ao contrário dos outros tipos de doença, não existe uma fórmula para se prevenir do tumor. As visitas regulares ao médico e a adoção de hábitos saudáveis proporcionam uma qualidade de vida melhor ao público masculino. A recomendação feita pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) é que homens a partir dos 45 anos com histórico da doença na família e pacientes negros devem procurar atendimento médico, pois, segundo estudos, o câncer de próstata é mais agressivo nessa população e talvez se manifeste de maneira mais precoce.

Caso o homem não se encaixe nesses dois grupos, o recomendado é que aos 50 anos ele vá ao urologista uma vez ao ano, para fazer o exame de sangue e o exame físico, incluindo o toque retal, que pode proporcionar o diagnóstico na fase inicial da doença, começando então as orientações quanto ao tratamento.