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Ministério Público investiga denúncia de assédio moral na Obra do Salvador e coordenador é demitido

 Mais de 20 adolescentes e jovens da instituição já prestaram depoimentos

Campos
Por Coluna do Balbi
30 de maio de 2019 - 17h41

Foto: Carlos Grevi

Três frentes do Ministério Público Estadual em Campos estão investigando denúncias de assédio moral que teriam sido cometidas por um dos coordenadores do Instituto Obra do Salvador, braço social da Diocese de Campos. O suspeito de cometer esses atos de assédio moral com adolescentes e jovens inscritos no Programa Jovem Aprendiz é Edilson Souza Alvarenga, que foi demitido da função na semana passada.

Essa coluna apurou que trabalham no caso as Promotorias de Investigações Criminais, a de Tutela Coletiva da Infância e Juventude e a do Trabalho. Somente uma dessas Promotorias ouviu em depoimento cerca de 25 jovens. Os teores destes depoimentos são resguardados, mas a coluna confirmou que a boa parte dos depoimentos retrata o assédio moral.

As investigações estão agora concentradas na Promotoria de Investigação Criminal. A coluna não conseguiu apurar se o suspeito já prestou depoimento e não conseguiu contado com ele. Uma fonte do Bispado disse que Edilson foi demitido de forma sumária, e assim ele poderá se defender das suspeitas. Essa mesma fonte acrescentou que Edilson tem serviços prestados à obra e que o processo surpreendeu a todos, concluindo que até que se prove o contrário é uma pessoa de alto conceito e de forte virtude moral.

O presidente do Instituto Obra do Salvador, o padre Walace Ortêncio de Azevedo, hoje pároco da Igreja Santo Antônio em Guarus e o Bispo de Diocese de Campos, Dom Roberto Ferreria Paz, prestaram depoimentos ao Ministério Público no dia 13 de maio. Os teores destes depoimentos não foram divulgados. Mas falando para essa coluna, o padre Walace disse que a decisão de demitir Edilson foi tomada naquele dia.

“Temos certeza de que isso não irá abalar a credibilidade da Obra. Para mim é um caso isolado. Toda Campos e todo o país conhece o trabalho desta obra. Temos que lamentar e continuar em frente na certeza de que isso foi um fato isolado que são se repetirá”, disse o padre Walace para essa coluna.

Assédio moral é a exposição de alguém a situações constrangedoras e prolongadas no exercício de suas funções.

Fundada em 21.05.1987, pelo então Bispo de Campos, Dom Carlos Alberto Navarro, para projetos sociais e de “ações transformadoras” a Obra do Salvador é reconhecida como de utilidade pública Municipal, Estadual e Federal. Tem como lema ‘Bem-aventurados somos nós que tecemos solidariedade para oferecer oportunidade’. É uma instituição acima de qualquer suspeita e mesmo se as denúncias se configurem, ela não pode ser responsável por atos individuais. A instituição não faz parte da peça do processo.

O Terceira Via, a partir de sua conduta jornalística, avaliou a apuração do colunista e a considerou notícia embora não haja nenhuma sentença. Decidiu não publicar a imagem do suspeito.

NOTA OFICIAL DA DIOCESE DE CAMPOS SOBRE O CASO

Vimos a público esclarecer que a Obra do Salvador, que tem como presidente o Revmo. Padre Wallace Ortêncio de Azevedo, e sob a responsabilidade da Mitra Diocesana de Campos, não estava a par das denúncias de assedio moral de funcionários e maus tratos a alunos. Não existiu nenhuma queixa apresentada a nossa Instituição. Assumimos, no entanto, responsavelmente uma atitude de colaboração para a apuração e investigação dos fatos. O colaborador em questão, (que foi objeto das denúncias), que atuava principalmente na captação de recursos e outras tarefas de apoio de índole externa, foi afastado peremptoriamente, postura que nos foi recomendada pelo Ministério Público.

É importante que essa denúncia é a única registrada na Obra do Salvador, uma entidade assistencial que desde sua fundação vem primando pela ética e com projetos de excelência. Destacamos a aprovação de seus programas entre os 50 aprovados em nível nacional pela Petrobras.

Confiamos plenamente na justiça e nas suas Instituições que estão apurando essas dolorosas situações e nos colocamos totalmente à disposição para não só oferecer as informações necessárias mas resolver de forma ética e cristã os fatos em questão.”