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Thiago Godoy, Roberta Moura e Leonardo do Turf são condenados em ação penal

Ex-suplentes de vereador e candidato teriam participado do esquema de compra de votos conhecido como Chequinho

Política
Por Redação
16 de maio de 2019 - 10h25

Os suplentes de vereador afastados Thiago Godoy e Roberta Moura (ambos do PR) e o candidato derrotado à Câmara de Campos em 2016 Leonardo do Turfe (PSL), foram condenados à prisão em ação penal relativa ao caso Chequinho, escândalo de corrupção eleitoral que marcou o último pleito no município.

Godoy recebeu pena de três anos e seis meses de reclusão, convertida em prestação de serviços à comunidade. Já Roberta e Leonardo deverão cumprir cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto.

Os três já haviam sido condenados em Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) e estão inelegíveis por 8 anos. Com a sentença, Godoy, que ocupava, na Câmara, a cadeira de Jorge Magal (PSD), também condenado por participação no esquema, acabou afastado em junho de 2018.

A decisão, de primeira instância, foi proferida pelo juiz Elias Pedro Sader Neto, que chamou a troca de inscrições fraudulentas no programa social Cheque Cidadão por votos em candidatos aliados da então prefeita Rosinha (Patri) de “grandioso esquema de corrupção eleitoral orquestrado pelo ex-governador Garotinho”.

Godoy emitiu uma nota oficial, em que trata a sentença como um “absurdo” e afirma que vai recorrer. “Confio em Deus e na Justiça, por isso recorrerei até a última instância se necessário, pois não participei de esquema algum e está sendo atribuída a mim, equivocadamente, uma importância política que nunca tive. Sou advogado e faço, como sempre fiz ao longo da minha carreira, um trabalho exclusivamente técnico”, escreveu.

O Jornal Online Terceira Via ainda não conseguiu contato com Roberta Moura e Leonardo do Turfe.

O esquema — Segundo as apurações da Polícia Federal (PF), que investigou o caso, 34 candidatos a vereadores e ex-secretários participaram do esquema, que loteou o Cheque Cidadão entre aliados de Rosinha. Eles recebiam uma determinada quantidade de vagas irregulares no programa social, segundo seu prestígio e/ou potencial eleitoral, e as distribuíam em seus redutos eleitorais. Em apenas três meses, o número de beneficiários saltou de 11.500 para 30.500. Cada um recebia R$ 200.

Dos envolvidos, 11 se elegeram, mas acabaram denunciados pelo Ministério Público (MP) e condenados em primeira instância à cassação dos mandatos e inelegibilidade por 8 anos. Conforme as sentenças foram sendo confirmadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e os recursos na Corte se esgotavam, os réus foram obrigados a deixarem a Câmara.

Foram afastados pela Justiça Eleitoral os vereadores eleitos Jorge Magal (SD), Jorge Rangel (PTB), Kellinho (sem partido), Linda Mara (PTC), Miguelito (PSL), Ozeias (PSDB), Roberto Pinto (PTC), Thiago Ferrugem (PR), Thiago Virgílio (PTC) e Vinícius Madureira (PRP), além dos suplentes Carlinhos Canaã (PTC), Geraldinho de Santa Cruz (PSDB) e Thiago Godoy (PR).

Quarta suplente do PR, Roberta Moura passou pela Casa em 2017 e assumiria a vaga deixada por Godoy, mas viu Eduardo Crespo (PR) ser convocado por também já ter sido condenada em segunda instância.

Também ré por participação no esquema, a vereadora Cecília Ribeiro Gomes (PT do B) foi condenada, mas acabou deixando a Câmara por outro motivo: perdeu a vaga para Marcos Bacellar (PDT) após uma retotalização de votos ordenada pela Justiça Eleitoral.