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Mãe de vítima cobra investigação da Polícia Civil pelo assassinato do filho

Crime aconteceu em 2017 e dois policiais militares apontados como suspeitos negam o homicídio

Campos
Por Redação
15 de maio de 2019 - 15h10

Marcos Vinícius foi assassinado com 12 tiros (Foto: divulgação)

A gestão do delegado Bruno Cleuder, à frente da 134ª Delegacia Policial do Centro de Campos desde janeiro de 2019, vai dar continuidade à investigação de um homicídio registrado em 2017, onde a família da vítima aponta policiais militares como suspeitos do assassinato. Os militares – que não tiveram os nomes revelados – já prestaram depoimento e negaram o crime.

De acordo com Cleuder, o próximo passo da investigação será um pedido à justiça pela quebra do sigilo telefônico para identificar ou não se os policiais apontados como suspeitos circularam pelo local do crime. “Mas essa diligência só será eficaz se de fato os autores forem eles e se eles estavam com seus celulares no local. Isso não quer dizer que os PMs não tenham cometido o crime também, mas caso essa quebra não nos revele nada, será um caso muito difícil de ser elucidado”, comentou.

A mãe da vítima, Raquel Gurgel, cobra com veemência uma solução para o crime. “Meu filho não era criminoso. Era trabalhador, não usava drogas, nunca foi preso. Deixou um filho. Os responsáveis pelo assassinato dele precisam ser presos”, cobrou.

Rachel procura a delegacia e a Imprensa com freqüência em busca de respostas. Ela conta que o filho, Marcos Vieira Gurgel, de 26 anos, testemunhou em um processo criminal no Fórum de Campos a favor de um tio, que era PM e foi expulso da corporação por ligação criminosa. Nessa ocasião, no banheiro, outros dois policiais que participavam da audiência, como testemunha de acusação contra o tio da vítima, teriam ameaçado ele de morte. “lembro como se fosse hoje meu filho me contando isso. Quinze dias depois ele foi assassinado perto de casa, no Parque Tarcísio Miranda”.

Segundo ela, os assassinos chegaram em um veículo Corolla, de cor preta e placa não revelada. Marcos Vinícius foi morto com 10 tiros nas costas e dois na cabeça. “Eu tento fazer de tudo para esse caso não ficar impune. Já até tentei transferir a investigação para a Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, mas não foi possível”, conta.

Delegado Bruno Cleuder, da 134ª DP (Foto; JTV)

Segundo Bruno Cleuder, os PMs suspeitos negam tanto o assassinato quanto a ameaça no fórum de Campos. “Tecnicamente, o processo está em andamento. Ele vai para o Ministério Público, que pede novas diligências e volta para a delegacia. Nem o MP indica, de fato, o tipo de diligência que seria necessário cumprir neste caso”, afirma o delegado.

Raquel diz que tem medo de sofrer retaliações, mas continua sua saga por respostas e justiça. Nas redes sociais, ela criou uma página para relembrar o caso.