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Prefeitura anuncia medidas emergenciais de controle à chikungunya para evitar epidemia em Campos

Segundo Secretaria de Saúde, situação na cidade ainda não configura quadro epidêmico

Saúde
Por Redação
29 de abril de 2019 - 19h14

Secretaria de Saúde convocou coletiva de imprensa para divulgar dados sobre a chikungunya (Fotos: Carlos Grevi)

Apesar dos 2.198 casos de chikungunya registrados em Campos de janeiro ao último dia 25 deste ano, a secretaria municipal de Saúde de Campos descartou, por enquanto, que a cidade esteja sob uma epidemia da doença. Em coletiva de imprensa, realizada na sede da Prefeitura, na tarde desta segunda-feira (29), as autoridades municipais da área anunciaram medidas emergências de combate à chikungunya e esclareceram que, para que seja decretado quadro epidêmico, é necessário que o número de casos ao mês chegue a 300 por cada 100 mil habitantes. Entre as medidas anunciadas está a intensificação das ações de controle ao Aedes aegypti nos locais com maior número de casos da doença. Travessão de Campos, Parque Eldorado, Parque Guarus, Centro e Turf Club são as localidades com mais casos de infectados.

O secretário de Saúde, Abdu Neme, revelou que o distrito de Travessão de Campos lidera o ranking dos locais com maior número de pacientes infectados pela chikungunya. Por isso, o contingente dos agentes de combate a endemias será reforçado, assim como dois médicos deslocados para atender apenas pessoas com suspeita de infecção pelas doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.

“Quando um paciente chegar à unidade de saúde com suspeita de dengue ou chikungunya, vamos deslocar imediatamente um agente à sua residência para verificar possíveis focos do mosquito e erradicá-los”, comentou.

Segundo a diretora de Vigilância em Saúde de Campos, Andreya Moreira, após a epidemia de chikungunya decretada em junho do ano passado, Campos conseguiu reduzir o número de casos e, desde setembro último, vem mantendo um quadro endêmico, com circulação da doença, mas que não chega a ser uma epidemia. Os meses de junho e julho foram os com maior número de infectados, com 2.068 e 1.587 casos, respectivamente. Ainda segundo Andreya, em 2018 os números começaram a preocupar em maio, quando foram confirmados 1.210 casos.

Já este ano, foram confirmados 551 casos em janeiro, 536 em fevereiro, 650 no mês seguinte e 478 até dia 25 de abril. “Para que seja decretada uma epidemia, estes números teriam praticamente que dobrar. Uma explosão de casos novos caracteriza uma epidemia, o que ainda não é o caso. Em abril notamos uma elevação que nos preocupou, por isso estamos intensificando o trabalho que já vinha sendo feito. Mas, para isso, precisamos a ajuda da população, que deve cuidar de suas propriedades para que o mosquito não se prolifere”, esclareceu.

De acordo com o diretor do Centro de Referência de Doenças Imuno-infecciosas (CRDI) de Campos, Luiz José de Souza, que também participou da coletiva, pediu à população para que, assim que sentir os primeiros sintomas da dengue ou chikungunya, procure atendimento médico na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima.

“Na fase aguda da doença, ou seja, nos primeiros dias de acometimento, aconselhamos ao paciente a procurar o posto de saúde mais próximo de sua casa. O CRDI deve concentrar o atendimento aos pacientes na fase sub-aguda, que vai do 8º ao 14º após os primeiros sintomas. Este é o período em que podemos confirmar a doença por sorologia. Como CRDI tem capacidade máxima de atender 300 pessoas, ele acaba sobrecarregado se todos buscarem atendimento”, pontuou Luiz José.

Já o superintendência de Postura, Victor Montalvão, pediu ajuda aos proprietários de terrenos baldios para que as áreas permaneçam limpas.

“Nosso Código de Postura não permite que façamos intervenções em terrenos particulares sem o consentimento do dono. Primeiro, temos que notificar os proprietários. Se eles não tomarem uma providência no prazo de 30 dias, só então podemos agir. Quando isso acontece, multamos o proprietário e incluímos na multa o valor da limpeza. Não é necessário que os proprietários esperem uma notificação da Postura para manter sua área limpa”, comentou Montalvão.

Segundo o diretor do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Marcelo Salles, adiantou que na próxima semana será realizado um novo Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) será realizado em Campos na próxima semana. O último, divulgado em fevereiro, apontou infestação de 1,6%.

“Cada ponto percentual do LIRAa significa um foco do mosquito localizado a cada 100 residências. Com os números novos em mãos, poderemos traças estratégias para trabalhar em cada bairro”, finalizou Salles.