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Funcionários e usuários da UPH de Travessão denunciam risco de explosão e desmoronamento

Servidores dizem temer pela morte durante o trabalho na Unidade Pré-Hospitalar, que tem cerca de um ano de funcionamento

Saúde
Por Redação
5 de abril de 2019 - 14h23

UPH de Travessão inaugurada no início de 2018 (Foto: SupCom / Arquivo)

Um grupo de funcionários da Unidade Pré-Hospitalar de Travessão, em Campos, redigiu um documento para ser encaminhado a diversos setores da Prefeitura e para o Corpo de Bombeiros, onde relata risco de explosão e de morte de pacientes e funcionários, além de uma série de irregularidades na instituição. Cópia do ofício protocolado foi cedida à reportagem (leia abaixo) listando os problemas enfrentados. Entre os quais uma cisterna descoberta com risco de atrair mosquitos e roedores. Há vazamentos em vários setores do prédio que afetam servidores e, principalmente, pacientes. Profissionais dizem que há muitos casos de sintomas de chikungunya em Travessão.

Cisterna descoberta e fiação elétrica exposta (Foto: Reprodução)

Imagens das deficiências na Unidade Pré-Hospitalar foram compartilhadas no WhatsApp por integrantes de um grupo chamado Travessão Informativo. De acordo com uma funcionária que preferiu não se identificar, a UPH Travessão possui uma cisterna dentro de um salão chamado “sala de máquina”.  Embaixo da rampa, não tem tampa ou rede de proteção; além de fios elétricos emendados e aparentes. “É um foco importante de mosquitos. A qualquer momento pode cair um rato, insetos ou até mesmo uma criança. Funcionários relatam que a unidade fica cheia de crianças, pois o local é acessível para brincar de pique-esconde”, diz.

Infiltrações com vazamento do ar-condicionado em enfermaria (Reprodução)

No início de março, o grupo de funcionários se reuniu para redigir um documento e encaminhar para a Secretaria de Obras e Fundação Municipal de Saúde, além dos gestores locais. O objetivo é sensibilizar as autoridades para a urgência imediata de esvaziamento e limpeza dessa cisterna e colocação de tela ou alguma alternativa que proteja a água e a comunidade, além de sanar outros riscos apontados.

Por infiltração, o piso do pátio começa a ceder (Reprodução)

A UPH de Travessão foi inaugurada por Rafael Diniz no início de 2018. A obra foi iniciada no governo de Rosinha Garotinho, orçada em pouco mais de R$2,6 milhões na época, mas precisou ser aditivada e acabou sendo concluída por pouco mais de R$3,5 milhões no total.  Segundo funcionários e pacientes, as instalações em tão pouco de funcionamento apresentam vários problemas, segundo demonstram as imagens compartilhadas.

Problemas aparecem no pátio da UPH (Reprodução)

Segundo nota emitida pela Superintendência de Comunicação da Prefeitura “agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) estiveram na unidade e constataram que não procedem as denúncias de cisterna descoberta e focos do mosquito Aedes aegypti.  O trabalho dos agentes é permanente no município, incluindo Travessão. Sobre a manutenção, o atual secretário de Saúde Abdu Neme tem feito visitas às unidades de saúde e fazendo levantamento das necessidades.  A UPH de Travessão foi entregue pelo prefeito Rafael Diniz no dia 29 de dezembro de 2017, e beneficia a cerca de 45 mil moradores do distrito e de toda região Norte do município, como as localidades de Palmares, Vila Nova, Morro do Coco, Ribeiro do Amaro, Chave do Paraíso e outras”.

 

 

 

Ofício enviado para autoridades

 Aos Gestores da Unidade Pré Hospitalar de Travessão (UPH Travessão)

Ilmo Sr. Patrique

A FMS

A Secretaria de Obras

Ao grupamento militar dos Bombeiros Campos Rj

Ao CRESS 7ª região

Nós, funcionários e funcionárias da UPH Travessão, vimos por meio deste solicitar providências quanto ao risco de morte que, possivelmente, estamos sofrendo neste local de trabalho.

Apesar desta unidade de saúde funcionar a pouco mais de um ano, após nova construção pela FMS/PMCG, diversos problemas estruturais são visivelmente identificados por funcionários e comunidade. Entre eles, identificamos aqueles que indicam risco de morte e adoecimento aos trabalhadores e pacientes:

Escoamento de água de vários aparelhos de ar condicionado em rede elétrica e tubulação de oxigênio, em diversos locais, como enfermarias e consultórios, com risco de explosão;
Infiltração e acúmulo de água de chuva em teto e rede elétrica de corredores e salas;
Piso de lateral, frente e fundos apresentando afundamento;
Rachaduras em diversas paredes e pisos;
Transbordamento de água dos ralos dentro de banheiros de vários locais da Unidade, incluindo enfermarias que exalam durante todo o dia odor fétido;
Paredes das enfermarias, salas e corredores mofados;
Acúmulo de poeira no piso que não foi resinado;
Local de armazenamento das balas de oxigênio sem o isolamento adequado;
Portas externas destruídas.
Diante do exposto, consideramos que o risco de incêndio e o desmoronamento do prédio devem ser analisados, em caráter emergencial, para que a vida e saúde dos trabalhadores e pacientes sejam preservadas e protegidas.

Em tempo, ressaltamos que, diante do risco iminente aos quais estamos expostos, comunicaremos aos órgãos competentes para que a nossa segurança e a da comunidade seja assegurada.

Com urgência aguardamos as providências cabíveis

Campos dos Goytacazes, 08 de março de 2019”.