×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

Arthur Sofiatti prepara lançamento de novo livro

O professor e pesquisador apresenta no dia 29, no Museu de Campos, sua 22ª obra

Cultura
Por Ocinei Trindade
20 de março de 2019 - 18h15

Inquieto, Arthur Sofiatti está em produção de novos livros (Foto:Reprodução)

Aos 72 anos, o professor, pesquisador e escritor Arthur Sofiatti não para. Após a aposentadoria das funções acadêmicas, ele diz que decidiu se fechar em aposentos para escrever e publicar mais livros. Este mês, Sofiatti lança sua 22ª obra. Trata-se  de “A Planície do Norte do Rio de Janeiro antes e durante a ocidentalização do mundo”. São três ensaios onde o autor aponta transformações naturais e sociais de Campos. “Já tenho outros dois livros em fase de conclusão para lançá-los ainda este ano”, revela.

O livro “A Planície do Norte do Rio de Janeiro antes e durante a ocidentalização do mundo” reúne três ensaios. “No primeiro, destaca-se a formação geológica que se processou nos últimos cinco mil anos, originando um pantanal correspondente a 1/5 do território da Holanda. Mostro as características originais da baixada, sua vegetação nativa e o povoamento por nações indígenas”, diz.

De acordo com Arthur Sofiatti, no século XVI, só houve a tentativa de Pero de Gois de instalar uma colônia europeia na região, que fazia parte da capitania de São Thomé. Ela se materializou no curso final do rio Itabapoana. “Durou poucos anos e representou apenas um arranhão superficial na região. A colonização por pessoas de origem europeia só começou de forma contínua em 1632, com os Sete Capitães”, cita

 

Ele pretende autografar sua nova obra no dia 29, no Museu de Campos (Reprodução)

Sofiatti discorre sobre a colonização de Campos que iniciou-se com o gado. “Logo depois, entrou a cana. O grande problema para a economia agropecuária eram as áreas alagadas e alagáveis. Os jesuítas foram os grandes responsáveis pela drenagem das águas das chuvas para o mar por Barra do Furado. A região começou a ser incorporada à colônia do Brasil e ao império colonial português. Não podemos nunca perder de vista a tripla relação região-Brasil-Europa. Do contrário, não entenderemos a história regional. Não escrevo uma história bairrista. Não exalto as grandezas da região. Procuro apenas explicar o desenvolvimento histórico dela”, destaca.

Com a expulsão dos Jesuítas, em 1759, Arthur Sofiatti menciona que a região ficou quase abandonada quanto à drenagem que voltou a merecer atenção no século XIX, com a abertura de canais de navegação, com as ferroviais e com a modernização da indústria sucroalcooleira. Ele destaca o papel do Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS), que transformou profundamente o espaço da baixada.

Capa do recente livro de Sofiatti

No segundo ensaio, Sofiatti delineia em linhas gerais, a longa transformação da baixada úmida em terras que sofrem hoje problemas com o déficit hídrico. “Se, no passado, reclamávamos do excesso de água, hoje reclamamos de sua escassez. Finalmente, no terceiro ensaio, procuro analisar o mito que se criou em torno do DNOS como instituição salvadora da região”.

O livro foi publicado pela Editora Autografia e será lançado no dia 29 de março, no Museu Histórico de Campos dos Goytacazes. “Foi escrito em linguagem acessível para atender a professores e alunos. “O valor unitário é de R$ 20. Contudo, meu interesse não é ganhar dinheiro com livros, mas contribuir para o conhecimento e para o debate”, conclui.