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Estudantes do IFF reclamam de assaltos e insegurança

A falta de segurança em outras instituições de ensino também é motivo de preocupação

Campos
Por Ocinei Trindade
18 de março de 2019 - 13h55

IFF Campus Centro possui duas portarias de acesso (Fotos Silvana Rust)

No dia 26 de fevereiro, o estudante Rafael Freitas, de 26 anos, foi assaltado por três homens que estavam em um carro próximo ao Instituto Federal Fluminense, em Campos. Os criminosos levaram o celular e a bolsa com o material de estudos. O jovem registrou queixa na delegacia, mas não recuperou os bens levados. Ele se diz assustado. A falta de segurança no entorno do IFF e de outras escolas volta preocupar famílias e profissionais, principalmente após o ataque ocorrido em Suzano, interior paulista, que resultou em dez mortes, na última semana. A Polícia Militar e os responsáveis pela área de educação são cobrados por segurança.

O estudante foi assaltado em fevereiro próximo ao IFF (Reprodução)

Outro estudante do IFF, Medson Campos, se diz preocupado com a situação da segurança próximo à instituição. “Estudo Geografia no turno da noite. Esse é o terceiro incidente com alunos da minha turma em um período de cinco meses. Dois com características semelhantes. Homens dentro de carros fazendo esses assaltos. Um outro caso foi mais grave, quando o aluno foi abordado por três elementos e teve seu carro furtado, colocado no banco traseiro e abandonado em Guarus”, cita.

O IFF de Guarus também passa por situações semelhantes. Professores e alunos ficam apreensivos com a insegurança. Uma aluna que não quis se identificar, disse que já foi abordada por um assaltante, mas ela conseguiu correr e entrar dentro da escola. “Foi no fim da tarde. Eu estava no ponto de ônibus”, contou. Uma servidora que também preferiu não ser identificada disse que também se preocupa com a segurança dentro da escola. “Só no Campus Centro temos quase seis mil alunos. É muito fácil entrar aqui. A segurança tem deixado a desejar. Após o crime de Suzano, a gente sente medo e inseguro”, revelou.

Além do Instituto Federal Fluminense, escolas estaduais e municipais, e ainda instituições particulares de Campos costumam ser alvos de preocupações com a  segurança dentro e fora dos prédios. “É muito complicado, pois há trechos escuros próximos à Avenida 28 de março, onde fui assaltado. Não vejo mais o carro da Polícia Militar que ficava aqui em frente dando suporte”, disse Rafael Freitas.

 

Notas do IFF – Centro e Guarus

Diretor do IFF, Carlos Alberto Henriques (Reprodução)

A direção geral do Campus Campos Centro, informou que vem tomando medidas preventivas visando à segurança dos estudantes do campus. Entre elas: reuniões mensais com o comando da Polícia Militar; instalação de câmeras internas e externas; criação de um itinerário feito com micro-ônibus no turno da noite e em cinco horários, oferecendo viagem aos estudantes, a partir da escola, e chegando aos terminais rodoviários da parte central. “Foi iniciada a construção de uma portaria dando para a Avenida 28 de Março, de maneira que os estudantes possam entrar e sair dos ônibus e vans que passam pela via, tendo acesso direto à portaria. O campus tem contado com apoio da Polícia Militar que realiza, no entorno, um patrulhamento diário. Além dessas medidas, tem havido investimentos em melhoria do nosso sistema de catracas, de forma a cuidar do acesso dos estudantes e identificar pessoas. A equipe de vigilância interna é orientada a dar atenção a movimentos estranhos à rotina da instituição” disse o diretor Carlos Alberto Henriques.

Prédio do IFF em Guarus,

Já o diretor do Campus de Guarus, Christiano Leal, reconhece o problema dos roubos, principalmente de aparelhos celulares dos estudantes no ponto de ônibus.  “Temos recebido o apoio do 8º BPMRJ e da GCM, que posicionam viaturas próximo ao ponto, principalmente no período da noite. Solicitamos também melhorias na iluminação pública no entorno do campus. Iniciamos a construção de uma nova guarita com o objetivo principal de causar uma maior sensação de segurança no ponto de ônibus, infelizmente, por descumprimento do contrato, este foi rescindido e a obra paralisada. Neste ano a direção não recebeu informação sobre roubos no entorno”, explicou.

Prefeitura de Campos

A Secretaria de Educação, Cultura e Esporte explicou que “grande parte das unidades escolares da rede municipal possui vigia, porteiro e algumas possuem câmeras de segurança. A Guarda Municipal auxilia com a ronda escolar, assim como a Polícia Militar, com o patrulhamento. Integrantes da secretaria de Educação, Cultura e Esporte e diretores de escolas participam, rotineiramente, das reuniões do Conselho Comunitário de Segurança Escolar, com o objetivo de expor às autoridades competentes as principais demandas da área, assim como mantém contato direto com a PM, através de grupos em aplicativos de conversas, com o objetivo de ter um atendimento mais ágil, caso necessário”.8ºBPM

PM e Secretaria Estadual de Educação

A reportagem procurou também os representantes do 8º Batalhão da Polícia Militar de Campos e a Secretaria Estadual de Educação, mas até o encerramento desta edição ninguém respondeu sobre os procedimentos de segurança nas áreas onde funcionam escolas no município.