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O desenrolar da língua

Cresce em Campos o interesse por cursos de idiomas, especialmente para crianças; o inglês segue em alta

Educação
Por Ocinei Trindade
17 de fevereiro de 2019 - 13h09

Especialistas em educação recomendam que o ensino de um novo idioma deve começar cedo. Antes mesmo da alfabetização na língua materna, a criança pode ser exposta ao novo idioma. A partir dos cinco anos de idade, um curso de idiomas já pode ser adotado. No setor, há inúmeras metodologias para o ensino de uma língua estrangeira. Atualmente, o que há de mais moderno e consolidado é a abordagem comunicativa (Communicative Approach). O idioma é ensinado sem o uso de tradução, de forma natural. Assim, o aluno aprende a língua estrangeira da mesma forma como aprendeu o idioma nativo.

O professor e empresário Antônio Carlos Guzzo explica que a criança consegue aprender um idioma estrangeiro mais facilmente que um adulto. “Segundo James Flege, da Universidade do Alabama, crianças têm uma mente menos cheia que os adultos. Isso significa que quanto mais usamos sons de algumas letras de uma maneira determinada, mais bem condicionado ficamos. Na prática, a pronúncia e a compreensão auditiva de uma criança que foi exposta ao idioma estrangeiro são melhores que as de um adulto”.

Antônio Guzzo empreende em cursos de idiomas (Foto: Reprodução)

Profissionais apontam que a boa fluência em qualquer idioma estrangeiro é obtida com aproximadamente 500 horas de instrução. O estudo contínuo de no mínimo duas horas por semana em sala de aula, e, pelo menos, mais uma hora em casa, significam que em cinco anos no máximo um aluno torna-se fluente.  A língua inglesa ainda é a mais procurada por estudantes de todas as idades nos cursos de idiomas. “O inglês é uma língua franca. Falantes de diferentes línguas maternas o utilizam como meio de comunicação escolhido. É a língua oficial em negócios internacionais, a língua global”, considera Guzzo.

No Brasil, além do inglês, o idioma espanhol é bastante procurado por aprendizes, pois apresenta outro requisito básico em diversos segmentos comerciais. Já outros idiomas como  francês e mandarim elevam a capacidade profissional de comunicação com pessoas de outras nacionalidades. “No entanto, o uso do inglês como língua franca continua sendo uma forte tendência”, garante Antônio Carlos Guzzo.

Cursos infantis

Geralmente, os cursos infantis são destinados a crianças de 5 a 10 anos. O início do aprendizado deve ser divertido. Cada nível de aula deve ser cuidadosamente planejado,  levando-se em conta a faixa etária das crianças e as estratégias mais eficazes de ensino. “Nessa idade, a criança deve aprender a formar frases que envolvam palavras do dia a dia como cores, animais, pessoas da família, brinquedos, número, partes do corpo, transportes, objetos escolares e esportes. De acordo com especialistas, em média, a maior parte dos alunos do público infantil inicia com 8 anos de idade. “Alguns começam um pouco mais tarde, aos 13 anos de idade, já planejando finalizar o curso junto com o ensino médio”, diz Guzzo.

O idioma deve ser vivenciado dentro e fora da sala de aula e fora dela, inclusive em momentos de lazer. A fluência no novo idioma se consolida na prática. O aluno deve aproveitar cada momento do seu dia para praticar o novo idioma, não se restringindo a sala de aula. Por isso é importante que um curso que conte com professores online, que use recursos tecnológicos como QR codes, realidade aumentada, aplicativos, lousa digital e site interativo, para enriquecer a experiência e o aprendizado.

Certificação

Os interessados em estudar inglês ou espanhol de alto nível devem atentar para escolas que oferecem certificação internacional. A comunicação com o idioma no trabalho ou em ambientes acadêmicos deve ser comprovada. Isto enriquece o currículo e possibilita mais chances de ingresso e desenvolvimento no mundo acadêmico e no mercado de trabalho. Exames que comprovem competência em um segundo idioma, em muitas ocasiões, são obrigatórios em processos seletivos de empresas ou de universidades.

“Em nossa escola, trabalhamos em parceria com duas instituições: a Cambridge English Language Assessment, que é um departamento sem fins lucrativos da Universidade de Cambridge, Inglaterra. E, com a SIELE, que é o Servicio Internacional de Evaluación de la Lengua Española, que é promovido pelo Instituto Cervantes, pela Universidad Nacional Autónoma de México, pela Universidad de Salamanca e pela Universidad de Buenos Aires”, explica o empresário Antônio Carlos Guzzo.

Satisfação e diversão

Frederico Rangel e as filhas gêmeas Lara e Sofia (Reprodução)

Faz dois anos que as gêmeas Lara e Sofia Rangel estudam inglês. Elas estão com 10 anos de idade atualmente. As irmãs dizem adorar praticar outro idioma, e garantem que aprendem se divertindo. O pai das meninas, o professor Frederico Rangel, não esconde o orgulho que sente das filhas que, segundo ele, tornaram-se mais comunicativas, sociáveis e encorajadas desde que passaram a falar inglês.

“Elas ficaram mais espertas no raciocínio lógico. Eu observo que o inglês é um incentivo para que elas se comuniquem com o mundo. Os jogos de computador, as séries de televisão e streamings, vídeos no YouTube, quase tudo é em inglês. É um estímulo para aprenderem mais. Sou grato e satisfeito com o método do curso onde elas estudam. As meninas têm muito interesse em aprender, e isto ajuda na escola diária também. Hoje, tudo gira em torno da língua inglesa. Acho que as meninas passaram a ser protagonistas no dia a dia com ajuda do inglês”, diz Frederico.

Mariana Soares e a filha Sarah (Foto: Reprodução)

A encarregada de obras Mariana Soares fala espanhol desde criança e considera o segundo idioma um facilitador no mercado de trabalho. Faz quatro anos que ela matriculou a filha, Sarah, de 13 anos, no curso de inglês. “A gente é melhor remunerado quando domina um idioma. Minha filha conversa com pessoas do mundo todo em inglês e em espanhol. A Sarah já é fluente e conversa com professores da escola com facilidade e traduz textos para os avós. No mundo globalizado, isto é muito enriquecedor. Futuramente, ela quer ser médica. Falar outras línguas também vai ajudar na carreira”, considera.

A universitária de Engenharia Civil Sabrina Souza estuda inglês juntamente com a filha, Stella, de 13 anos. “Minha filha começou aos 9 anos. Na idade dela eu não tive acesso e essa facilidade de ensino. Eu percebo que o curso inglês atua nas áreas cognitivas da criança e estimula a socialização. O investimento terá retorno porque ela terá um certificado internacional. Em casa, nós falamos inglês e ajudamos o meu marido também a falar a língua. Quando ela fizer 15 anos, faremos uma viagem internacional para praticarmos mais o idioma. Estamos felizes e realizadas com essa vivência”, conclui Sabrina.

Stella e a mãe Sabrina: alunas de inglês (Reprodução)