×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

Delegado pede prisão preventiva de pai suspeito de agredir recém-nascido em Campos

Criança permanece internada em estado grave no Hospital Ferreira Machado

Campos
Por Redação
22 de janeiro de 2019 - 15h27

Delegado Bruno Cleuder deu detalhes do caso em coletiva de imprensa nesta terça-feira (Foto: JTV)

A Polícia Civil pediu a prisão preventiva de Lucas do Espírito Santo Pereira, 25 anos, suspeito de agredir o filho recém-nascido de apenas 25 dias. A agressão aconteceu no último dia 19, em uma casa de veraneio, na praia campista de Farol de São Thomé. O menino segue internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) do Hospital Ferreira Machado (HFM).

O delegado titular da 134ª Delegacia de Polícia de Polícia (Centro), Bruno Cleuder Melo, disse, em entrevista coletiva, na tarde desta terça-feira (22), que aguarda para as próximas horas a prisão preventiva do pai, por período de 30 dias, por tentativa de homicídio, agravado por motivo fútil. Ainda segundo o delegado, a Polícia Civil tomou conhecimento do espancamento da criança por volta das 23h30 dessa segunda-feira (21). A mãe, de 20 anos, esteve na delegacia e comunicou o fato.

Segundo relatou a mãe à Polícia Civil, a agressão aconteceu no sábado, por volta das 15h, em Farol. O pai estava brincando com a criança no quarto, quando ela golfou em seu peito. Foi então que o suspeito teria jogado o recém-nascido na cama, tentado esganar e desferido repetidos socos na cabeça da vítima. O pai nega as acusações e afirma que o filho teria sofrido uma queda.

Também de acordo com o delegado, os pais saíram em busca de socorro e caminharam por cerca de oito quilômetros. “Neste trajeto, eles passaram pelo Corpo de Bombeiros do Farol, que possui ambulância e poderia ter prestado socorro. Mas a mãe informou em seu depoimento que o pai não quis parar lá e a empurrou para que continuassem o trajeto a pé. Então eles chegaram ao posto de saúde (de Farol), mas, como o caso era grave, o recém-nascido foi encaminhado ao HFM”, detalhou o Bruno Cleuder.

Assim que chegaram ao HFM, para justificar os graves ferimentos do menino, os pais informaram que ele teria caído de uma altura considerável, conforme relatou o delegado. Bruno adiantou que todas as possibilidades serão investigadas, inclusive, se houve omissão da mãe ou se ela sofreu algum tipo de coação por parte de Lucas.

O disque-denúncia da Polícia Civil também foi comunicada sobre o fato na última segunda-feira. “Como a denúncia continha muitos detalhes, inclusive sobre uma cirurgia para aliviar a pressão intracraniana do bebê, a gente acredita que ela tenha partido de dentro do próprio hospital”, informou o titular da 134ª DP.

Bruno Cleuder também adiantou que a médica que prestou os primeiros atendimentos ao recém-nascido será intimada a depor. “A princípio o Hospital Ferreira Machado não desconfiou da agressão, ou, se desconfiou, agiu errado ao não comunicar à delegacia. O fato é que a violência ocorreu sábado e até hoje a criança está internada na UTI com gravíssimas lesões cranianas e vários hematomas”.

Pai conduzido à delegacia — Às 6h desta segunda-feira, uma equipe da Polícia Civil foi à casa da mãe de Lucas, no bairro de Donana, para convidá-lo a prestar esclarecimentos. Segundo o delegado, ao avistar a viatura da PM, Lucas fugiu pela janela do imóvel. No final da manhã, a polícia voltou à Donana e localizou o pai, que já passagem por receptação.

Segundo depoimento da mãe, Lucas sempre foi um bom pai e nunca havia agredido o menino antes.

Confira na íntegra a nota do HFM sobre o atendimento ao recém-nascido:

O Hospital Ferreira Machado (HFM) informa que em nenhum momento foi relatado à equipe médica suposta agressão ao bebê. A criança deu entrada no HFM no último dia 19 com relato de familiares que teria sofrido acidente doméstico.

Conforme relato da mãe da criança dada à equipe de plantão, a criança teria sido colocada em cima de um colchão inflável, que estava em uma cama de alvenaria e, após a mãe sair do banho, teria sentado na ponta oposta do colchão, o que teria feito com que o material impulsionasse o bebê para cima, ocasionando a suposta queda.

Mas, posteriormente, a própria mãe do bebê resolveu procurar a delegacia, por conta própria, para relatar denúncia de suposta agressão.

Vale ressaltar que o Serviço Social do Pronto Socorro do HFM acionou o Conselho Tutelar, via telefone, no dia 19 e duas conselheiras estiveram na unidade no mesmo dia. Porém, o relato dado por familiar que acompanhava o bebê foi de acidente doméstico.

Além do contato por telefone, o Serviço Social também emitiu notificação compulsória ao Conselho Tutelar, que consiste na formalização por escrito da comunicação ao órgão.