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Com dinheiro da venda de doces, jovem consegue se matricular em medicina

Gabriela Meireles passou para a FMC, mas dependerá de bolsa de estudos para prosseguir

Geral
Por Ocinei Trindade
10 de janeiro de 2019 - 15h26

Registro do ato da matrícula (Reprodução)

O sonho de cursar Medicina, aos poucos, vai tornando-se realidade para a campista Gabriela Meireles, de 19 anos. Ela foi aprovada para a Faculdade de Medicina de Campos, mas não tinha dinheiro nem para matricular-se, procedimento que garante seu ingresso na instituição. Decidiu vender doces na rua e conseguiu arrecadar R$10.850,00, pouco mais do valor da mensalidade do curso que é de R$8.155,40. A matrícula foi realizada na quarta-feira(9). “É uma primeira e grande vitória para mim e minha família”, disse a jovem.

Gabriela Meireles obteve a 62ª posição entre os 400 candidatos que prestaram o exame para a FMC. Filha de um caldeireiro e de uma dona de casa, a família mora no Parque Calabouço, em Guarus. “Meu pai está sem emprego fixo, mas faz bicos, e minha mãe cuida de dois irmãos pequenos e ajuda fazendo doces. Como ainda não tenho a bolsa de estudos, teremos que continuar fazendo campanha com a venda de doces para pagar a mensalidade de fevereiro também, quando começarão as aulas que são em tempo integral”, comentou.

Não é a primeira vez que a família Meireles se desdobra para pagar inscrição, matrícula e mensalidade do curso de Medicina. No fim de 2017, o irmão de Gabriela, Cristhian Herald, também foi aprovado para a faculdade. O rapaz que é violinista, decidiu tocar nas ruas e vender doces preparados pela mãe e pela avó.

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A história do estudante repercutiu nas redes sociais, e ele conseguiu bastante apoio, doações e vendas. Cristhian obteve bolsa de estudos, e é um aluno aplicado “Sou bastante dedicado e grato a todas as pessoas que me ajudaram. O mesmo apoio foi dado à minha irmã. Esperamos que ela também consiga dar prosseguimento nos estudos com uma bolsa para financiar o curso”, disse.

Para Gabriela, fazer faculdade no Brasil não é fácil, mas o curso de Medicina é ainda mais difícil. “Sei da importância dos estudos. Sempre frequentamos escolas públicas. A gente acaba tendo que se desdobrar porque nem sempre o ensino é de qualidade nas nossas escolas, infelizmente. Neste momento, só posso agradecer a todos que compraram os doces feitos por minha mãe para eu poder entrar na Medicina. Espero poder ajudar a todos futuramente quando me formar, se Deus quiser”, concluiu.

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Gabriela comemora o ingresso na FMC (Reprodução)