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Marca de um campeão de votos

Vereador Marcão entra no ano novo com várias possibilidades, como assumir cadeira em Brasília ou ser secretário de Rafael

Política
Por Coluna do Balbi
24 de dezembro de 2018 - 0h05

Incisivo e diplomático na medida certa, o vereador Marcos Welber Gomes da Silva, o Marcão, de 44 anos, termina o ano em que o balanço de suas ações mostra o seu equilíbrio. Na disputa das eleições para a Câmara dos Deputados em Brasília, o jovem vereador de segundo mandato e presidente da Câmara, arrancou das urnas precisos 40.901 votos. Precisos, mas suficientemente necessários para carimbar o seu passaporte para o Congresso. Essa votação expressiva para a região levaria qualquer um para Brasília, mas ela esbarrou no coeficiente eleitoral cobrado do seu partido, o PR, para fazer a chamada legenda. Wladimir Matheus, por exemplo, um dos herdeiros políticos dos Garotinhos, teve uma votação um pouco inferior, mas suficiente para elegê-lo com a legenda do seu partido a seu favor.

Marcão entra em 2019 com a agenda aberta a possibilidades. Uma delas é a de que na condição de 1o suplente do PR do Rio venha assumir uma cadeira na Câmara dos Deputados, caso algum parlamentar eleito do seu partido venha a ocupar um cargo no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. Outra possibilidade que habita sua agenda é a de pedir licença na Câmara de Vereadores para oxigenar o quadro de secretários do governo Rafael Diniz, convite já oficializado. A terceira hipótese, não necessariamente nesta ordem, e para ele tão importante quando as outras: continuar como vereador na Câmara Municipal.

O vereador acha que essa primeira experiência em uma eleição para Brasília foi fundamental para o seu crescimento e amadurecimento político. Lembra que na primeira eleição para vereança, em 2012, com pouco mais de 30 anos, obteve 1.852 votos. Fez um mandato se posicionando a esquerda da até então toda-poderosa Rosinha Garotinho, naquele momento prefeita da cidade.

Mais votado
Mas não era uma oposição cega ou rancorosa. Embora minoria, tinha a seu favor fatos que contrapunham aos argumentos dos que estavam no poder. E desta forma Marcão foi deixando a sua marca no primeiro mandato. O resultado foi que na eleição seguinte, ele teve uma votação a altura dos seus 1.90, pulando para 5.552 votos, sendo o vereador com a maior votação naquele pleito.

Mesmo sendo considerado um novato na política, Marcão conseguiu respeito dos veteranos que viram no jovem aquela coisa incisiva e diplomática, perfil que ficou nítido nestes dois anos de mandato à frente da Câmara Municipal de Campos, mesmo ela vivendo um dos momentos mais conturbados de sua história, fato que ficou conhecido como a “dança das cadeiras” com um entra e sai quase que diário de eleitos como consequência da operação Chequinho.

“Realmente era quase impossível naquele primeiro momento decorar o nome dos 25 vereadores, já que todos os dias uns eram afastados e outros assumiam. Não foi um bom momento para iniciar um ano legislativo, mas tivemos muita paciência e compreensão sobre o que estava acontecendo. Acho que essa fase foi superada”, disse Marcão.

Vocações política e pública
Advogado e contabilista especializado em finanças e orçamentos públicos, Marcão mostrou uma imensa vocação para a política com P maiúsculo, quando depois de um mandato na linha de frente da oposição de 2012 a 2016, trocou a posição sem atirar pedras no passado. Lembra que quando era oposição não tratou a situação como vidraça.

“E tenho a certeza de que não somos vitrines, embora a prioridade seja mostrar o nosso trabalho, digo o trabalho do Legislativo. Não existe da nossa parte a política do pau e pedra. Queremos o início de um novo caminho. Digamos que estávamos pavimentando um novo momento em um terreno deixando totalmente esburacado”, frisou.

Transparência
Como presidente da Câmara de Vereadores de Campos Marcão intensificou a transparência das contas e ações da Casa, assim como as relações com os agentes culturais, sendo exemplo disso o retorno da coleção do jornal Monitor Campista que havia sido levado para o Rio, além de duas CPIS – a das Rosas e da habitação que envolveu a empresa Odebrecht protagonista da Lava-Jato. Ele ainda acrescenta a efetivação de 15 funcionários que passaram em concursos públicos para a Câmara.

“Existe, na verdade uma gama de ações.Destaco a relação extremamente ética com a oposição e a redução em 50% dos contratos da gestão anterior, economizando dinheiro do contribuinte. Não podemos deixar de lembrar as muitas Audiências Públicas abordando temas como turismo, orçamento participativo, acessibilidade, transporte público entre outros”, pontuou Marcão.

Marcão diz que todas essas audiências renderam frutos. “Talvez o ponto mais visível e sensível, tenha sido o dos transportes e a audiência fundamentou as mudanças deste quadro terrível encontrado. Para o ano que está chegando o Executivo Municipal vai apresentar um novo conceito de mobilidade e transporte coletivo, obviamente não resultando em aumento do preço das tarifas”, afirmou o vereador.

Reduzindo de R$ 34 milhões para R$ 27 milhões o orçamento, a Câmara além de manter sua estrutura, ajudou no financiamento de programas sociais, lutado pela acessibilidade em todos os cemitérios do município, seguidas de um vasto elenco de ações.

Marcão secretário?
Embora admita que possa optar por ser secretário de Diniz, Marcão afirma que este nunca tentou de maneira alguma interferir no trâmite de projetos na Câmara de Vereadores. Segundo ele, Diniz é um democrata e um republicano nato e jamais se prestaria a esse papel. Para ele ser secretário de Rafael Diniz seria uma honra e também um desafio. Considera possível a recuperação da popularidade do governo, acrescentando que esse processo já foi retomado, e que o segundo tempo do governo Rafael Diniz será de realizações.

– O grande mérito do governo de Rafael até agora, poucos observam isso, foi o saneamento das finanças. Todos sabem que o governo assumiu em uma condição adversa. Foi preciso negociar com credores, fornecedores fazer uma grande ginástica financeira.

Em boas mãos
Para Marcão com todos os problemas com a operação Chequinho, a produção legislativa de sua administração nestes dois anos foi “intensa” com os vereadores cada vez mais compreendendo o seu papel de legislador. “Por fim deixo a presidência da Câmara em boas mãos com Fred Machado que está apto a dar continuidade a esse trabalho”, concluiu Marcão.