×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

Histórias que inspiram o verdadeiro Natal

Quatro grandes exemplos de amor ao próximo mostrando por inteiro como deve ser o espírito natalino

Campos
Por Redação
23 de dezembro de 2018 - 7h08

Por: ULLI MARQUES / PRISCILLA ALVES / ROBERTA BARCELOS

São muitos os motivos que levam as pessoas à esperarem ansiosamente pela chegada do Natal. A data comove não só por ser o período em que refletimos sobre as bênçãos que nos foram concedidas ao longo do ano, por ser ainda uma oportunidade para reunir aqueles que mais amamos, mas, principalmente, pela chamada “energia” ou “espírito natalino” que é capaz de amolecer o mais duro dos corações e promover verdadeiros milagres terrenos. Não à toa o Natal é tido como o tempo da solidariedade, da doação e do amor. É certo que boas ações ocorrem em qualquer época, contudo, a proximidade desta festa é um bom pretexto para lembrar e comemorar essas atitudes tomadas com o intuito de amparar os necessitados e fomentar o bem.

Neste Natal, a equipe de reportagem do Jornal Terceira Via decidiu contar histórias inspiradoras de pessoas e instituições que se dedicam a acalentar aqueles que, muitas vezes, são pouco lembrados. Histórias de entrega, de caridade e de gratidão.

Exemplo de família
O amor pode ser sentido e vivido de muitas formas e ainda melhor que o amor que completa, é o amor que transborda. Assim é o caso do servidor público Uanderson Barreto, que vive esse amor puro com sua família – formada por oito filhos adotivos e um nono que está em processo de adoção. Aos 25 anos Uanderson tentou adotar pela primeira vez. O sonho de ser pai era forte. Na época, ele desistiu do processo, mas algum tempo depois retomou o sonho.

“Eu resolvi adotar meus filhos inspirado na minha avó, que tinha dez filhos. As heroínas da minha vida são as mulheres da minha família e eu achava lindo a minha avó com um montão de filhos e ainda adotou a minha tia Vilma. Eu sempre soube que ia ter filhos adotivos e quero ter dez”, garantiu.

Como não bastasse o gesto de amor, Uanderson ainda tem uma preocupação que não é tão comum: ele opta por adotar irmãos de sangue, para, desta forma, impedir que eles sejam adotados por famílias diferentes e, conseqüentemente, separados. “O João, Daniel e Alexandre são irmãos de sangue de um núcleo biológico. O Leonardo e o Pedro são irmãos de outro núcleo biológico. O Jocilan eu conheci no abrigo enquanto fui coordenador. E o Marcos, Luciara, Vitória e Wesley são de outro núcleo biológico”, explicou.

Flamengo e amor
Quem pensa que futebol se restringe ao esporte e à torcida, não imagina quantas pessoas são amparadas pelas ações sociais promovidas pelos torcedores em Campos. A Embaixada do Flamengo na cidade, nos últimos dois anos, montou uma equipe responsável por organizar inúmeros projetos voltados às comunidades carentes e às instituições de acolhimento do município e da região. A última ação, executada pela Ala Feminina da Embaixada Fla Campos-RJ, aconteceu no domingo, dia 16, na comunidade em torno do “lixão” situado no Parque Aurora. Lá, 11 famílias, totalizando 56 pessoas, receberam cestas básicas, um panetone e um frango, e as crianças ganharam brinquedos. Para 2019, a previsão é de que seja lançado um projeto social com professores voluntários para que crianças e adolescentes de áreas de vulnerabilidade pratiquem diversas modalidades esportivas. Essa ação a ser executada em Campos já está na pauta da Embaixada Nacional do Flamengo.

Segundo um dos administradores da Fla Campos-RJ, Thiago “Santinho”, as ações sociais fazem parte dos projetos fixos da Embaixada do Flamengo, mas, na cidade, o projeto ganhou força devido a vontade dos participantes de fazer o bem. “Sabemos que há muitas pessoas em situações difíceis na cidade e, uma vez unidos, não podemos fechar os olhos para esse problema. Fazemos o que está ao nosso alcance para melhorar a vida daqueles que estão próximos de nós”, concluiu.

Projeto Alegria
Com o desafiador intuito de “fazer o bem sem olhar a quem”, o Projeto Alegria completa, em 2018, sete anos de ações de caridade e voluntariado em Campos. Com aproximadamente 15 integrantes fixos e outros 35 que participam indiretamente, o grupo se mantém unido a fim de levar alimento, roupas, brinquedos e mensagens positivas a pessoas carentes de bens materiais e imateriais, oriundas de segmentos distintos da sociedade.

Gustavo Santos, um dos fundadores do Projeto Alegria, conta que a ideia surgiu do desejo de praticar a solidariedade sem vínculos religiosos. Os participantes têm ou não religião; para o grupo, o que importa, de fato, é a vontade de ajudar.

Entre as ações do Projeto Alegria estão: entrega de lanches, palavras de apoio e, no inverno, agasalhos e cobertores aos moradores de rua, que acontece todas as terças-feiras no período noturno; e atividades em datas específicas, como Natal, Dia das Crianças, Dia da Mulher, Outubro Rosa, Novembro Azul etc. Algumas instituições, como o Hospital Psiquiátrico Doutor João Viana, também são atendidas pelo grupo, que ainda distribui cestas básicas em determinadas comunidades da cidade.

“Recebemos doações de todos os tipos durante o ano inteiro. Nossa tarefa é, então, distribuir esse bem àqueles que precisam. Esse é o nosso foco: levar luz na escuridão e fortalecer a esperança”, afirmou Gustavo que, em breve, pretende tornar o Projeto Alegria em uma ONG para, assim, alcançar ainda mais pessoas.

Família Maciel: há 80 anos fazendo o bem!
Há três gerações a família Maciel pratica solidariedade distribuindo alimentos aos mais necessitados. A tradição começou com Olímpia Rosa, mais conhecida como Vó Lili, uma das fundadoras da Casa Abrigo São Francisco de Assis, em Campos. As irmãs Yves e Eves Maciel, deram continuidade à ação após a morte da mãe, sempre no mesmo endereço: na Rua Marechal Floriano, n° 353, no Centro. As entregas acontecem sempre em duas datas: 04 de outubro, dia de São Francisco de Assis e dia 25 de dezembro, no Natal. Centenas de pessoas, já receberam da família Maciel, cestas básicas, lanches e brinquedos. Em agosto de 2017, a inesquecível Dona Yves, deixou a terra, mas conseguiu semear nos netos o mesmo sentimento: dividir sempre! “É muito gratificante pra nós darmos continuidade ao que ela fazia com tanto amor. Fomos criados para ajudar os mais necessitados”, afirmou Lívia Maciel, neta mais velha. E o trabalho continua firme. No próximo dia 25, será a quarta entrega feita pelos netos, familiares e amigos de Dona Yves, sem a presença física dela, mas com a assistência da irmã Eves. Mais de 100 famílias vão receber muito mais que alimentos. Um dia de oração, de carinho, de atenção, muito amor e caridade.