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Um problema chamado parkinson

Doença sem cura afeta 1% da população mundial acima de 65 anos, segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde

Saúde
Por Redação
17 de dezembro de 2018 - 13h44

Dr. Luiza Lopes (Foto: Divulgação)

Com a chegada à terceira idade e o envelhecimento inevitável do corpo humano, todos os indivíduos saudáveis apresentam perda progressiva das células nervosas que produzem dopamina, um neurotransmissor, substância química que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas. A diminuição dessas células varia de acordo com cada indivíduo. Alguns as perdem em ritmo muito acelerado e, assim, acabam por manifestar os sintomas da Doença de Parkinson. Ainda não se chegou à conclusão de quais os motivos levariam a essa perda exagerada de células nervosas, apesar de muitos estudos. Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que 1% da população acima de 65 anos ao redor do globo é afetada pela enfermidade. No Brasil, 200 mil pessoas são acometidas pelo problema a cada ano.

A Doença de Parkinson é um problema degenerativo do sistema nervoso central, crônico e progressivo. Esta é logo percebida pelas alterações nos movimentos dos membros superiores, pois a dopamina estimula os movimentos voluntários do corpo de forma automática. Na falta dela, o controle motor do indivíduo se perde. O diagnóstico é clínico, baseado na correta valorização dos sinais e sintomas descritos pelo paciente. A neurologista Luiza Lopes explica que em geral os primeiros sintomas ocorrem muitos anos antes dos sinais clássicos e mais conhecidos.

“Pode ocorrer hiposmia, que é a redução do olfato cerca de até 10 anos antes dos sintomas motores mais conhecidos. Porém, é importante ressaltar que nem toda redução do olfato é causada pela doença de Parkinson. Existem inúmeras outras causas. Quando os sintomas motores se iniciam, o paciente pode apresentar tremor de repouso, lentificação dos movimentos, rigidez, os quais ocorrem em geral primeiramente em um lado do corpo e posteriormente com o evoluir da doença, pode ter acometimento bilateral. Podem ocorrer ainda quedas por instabilidade postural e alterações da marcha, a qual passa a ser mais lenta e travada, que chamamos de “Marcha de Pequenos Passos”, pontua.

Segundo a especialista, a idade média de início desta doença é 60 anos, mas o problema pode atingir indivíduos de outras faixas etárias, sendo mais raro o início antes dos 40 anos. Também não há um meio de prevenção do Mal de Parkinson.

“Atualmente, não existe tratamento que cure esta enfermidade, porém, o tratamento estabiliza os sintomas, havendo uma melhora nestes sinais e também na qualidade de vida do paciente. Existem ainda diversos tipos de medicamentos, os quais nós usamos isoladamente ou em combinação de acordo com cada caso. Para conviver bem com esta enfermidade, os pacientes tem que se conscientizar da importância não só do tratamento medicamentoso adequado, mas também de reabilitação motora e fonoterapia. Muitas vezes também é necessário acompanhamento psicoterápico”, completa.

Oficinas para pacientes com Doença de Parkinson

Pensando em pacientes com este problema a Clínica Envelheser, em Campos, iniciará o ano de 2019 com um projeto inovador na região.

“Nós priorizamos o tratamento multidisciplinar. A Dra. Debora Casarsa deu início a um projeto pioneiro na região com as Oficinas Cognitivas, voltadas para melhora cognitiva, como memória e socialização de pacientes com Alzheimer e idosos sem esta enfermidade, mas já com um declínio cognitivo leve. Estas oficinas foram nomeadas de Alertamente e Serenamente. No próximo ano daremos início a oficinas voltadas para pacientes com Doença de Parkinson e que sofreram AVC. Será um projeto inovador também na região e irá beneficiar muitos pacientes acometidos por estas enfermidades. Os próximos módulos de todas as oficinas ocorrerão em março de 2019. Para maiores informações, basta entrar em contato com a Clinica Envelheser, localizada na Rua Voluntários da Pátria, número 500 – sala 101 – ed Platinum”, revela.