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Um olhar mais sensível aos prematuros

Novembro Roxo marca a campanha de conscientização que visa chamar a atenção e dar apoio à sociedade sobre o assunto

Saúde
Por Redação
26 de novembro de 2018 - 0h01

Todos os anos nascem 15 milhões de bebês prematuros; a cada dez nascidos, um é prematuro, confirmam dados

A palavra prematuro pode soar de maneira preocupante para uma gestante e os futuros pais de um bebê. Para esclarecer diversas dúvidas e trazer informação para a sociedade, este mês é mundialmente marcado por campanhas de conscientização da prematuridade. O Novembro Roxo oferece apoio à família e para enfrentar as demandas geradas pelo nascimento e acompanhamento de um bebê prematuro. O roxo significa transformação, sensibilidade e individualidade, características marcantes desse episódio que muda completamente a chegada de um recém-nascido. O objetivo dessa iniciativa é justamente acolher as famílias e os pequenos bebês, que desde cedo aprendem a lutar pela vida.

O pediatra Luis Alberto Mussa Tavares, já publicou diversos livros relacionados ao tema, entre eles está “Uma declaração universal de diretos para o bebê prematuro” e “Poemas para almas apressadas”. Segundo o médico, o Novembro Roxo foi criado para chamar atenção para a questão da prematuridade no mundo, já que 15 milhões de prematuros nascem a cada ano, sendo um em cada 10 nascimentos.

“Esses índices seguem crescendo a cada dia seja por condições precárias de pré-natal ou por disseminação de uma tecnologia que permite a sobrevivência sob condições fisiologicamente incompatíveis. Nascimentos prematuros geram a necessidade de cuidados complexos, UTIs Neonatais, tecnologia de assistência e o custo desse cuidado é alto. Do mesmo modo, a crise na família é devastadora.

O risco, o medo, a maternidade ameaçada. Portanto, o Novembro Roxo dá visibilidade a essas questões e chama atenção do planeta para o fato que uma em cada dez famílias sofre com internação, afastamento, desafios para amamentar, para garantir um crescimento seguro, para acompanhar um pós-alta repleto de compromissos e cuidados. Quando se cala diante de uma necessidade de tantas vertentes, o que se permite é o enfraquecimento da mãe e do bebê, significando em última análise o enfraquecimento da própria sociedade. O Novembro Roxo faz parte da história da humanidade cuidando de si mesma”, explica.

O especialista também afirma que a sociedade precisa inicialmente abraçar a causa social da mãe prematura e seus direitos trabalhistas sequestrados pelos dias de UTI, além de apoiar e lutar pela chamada “Lei do Prematuro”.

“Precisa ainda entender que os serviços de saúde têm que se organizar para o acompanhamento desses bebês por especialistas diversos. A falência desse acompanhamento gera danos para toda a sociedade. Porém, o nascimento prematuro não rouba desses bebês a possibilidade de se tornarem grandes nomes. Einstein, Newton, Roosevelt, Pablo Picasso, Napoleão Bonaparte, Vitor Hugo, Voltaire, Darwin, Renoir, Wiston Churchill são exemplos de nomes que marcaram nosso século. É preciso, entretanto, estabelecer condições de cuidado humanizado e respeitoso para esses bebês e suas famílias, de modo a permitir que ele siga seu percurso sem que seja vítima de descaso e desatenção. Uma sociedade atenta a estas questões está apta a se proteger de seus malefícios”, comenta.

Ações marcam o mês

A UTI Neonatal Nicola Albano realizou durante todo mês ações de conscientização voltadas para a população em geral e também para a sua equipe multidisciplinar. No dia 1º foi lançada uma campanha, intitulada S.O.S, durante um encontro com um grupo de obstetras visando disseminar informação sobre temas relacionados aos bebês, como prematuridade, nascimento seguro, cardiopatia congênita e asfixia. Já no dia 25, houve a caminhada “S.O.S prematuridade”, no Jardim São Benedito, em Campos, com o objetivo de engajar pais e profissionais de saúde em favor dos recém-nascidos para um nascimento seguro. A programação contou ainda com café da manhã, brindes, música, oficina de sling e diversão para as crianças. Todos os participantes doaram fraldas para os bebês internados na unidade.

“S.O.S é um grito de alerta. Estamos aqui. Prematuridade. Asfixia. Cardiopatia congênita. Nascimento seguro. Estamos aqui. Existimos. Nossa existência provoca a necessidade de aprimoramento profissional, modernização das unidades de cuidado, estabelecimento de rotinas cada vez mais atentas ao que não pode passar despercebido. O Novembro Roxo ganha a companhia de outras cores. Nosso S.O.S significa que estamos no mesmo barco. Estamos cuidando de nós. Precisamos nos apoiar e cuidar de nós mesmos para que esse seja o orgulho que a espécie humana sinta dela mesma e possa deixar como principal herança para as próximas gerações”, revela Dr. Luis Alberto.