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Médicos cubanos do Programa Mais Médicos deixam Campos

Segundo secretaria municipal de Saúde, os profissionais pararam de atender na última quarta-feira

Saúde
Por Redação
23 de novembro de 2018 - 13h28

Médicos cubanos começaram a deixar o Brasil no último dia 22 (Foto: Agência Brasil)

Seis médicos cubanos que atendiam em seis localidades de Campos pelo programa federal Mais Médicos deixaram seus postos de trabalho na última quarta-feira (21), quando a Secretaria de Saúde de Campos foi comunicada oficialmente sobre a suspensão dos atendimentos. Ainda de acordo com o órgão municipal, os profissionais cubanos trabalhavam nas Unidades Básicas de Ponta da Lama, Dores de Macabu, Parque Rodoviário, Poço Gordo, Lagoa de Cima e Morangaba. Segundo o Ministério da Saúde, nesta sexta (23), mais de 80% das vagas definidas no novo edital do programa para substituir os cubanos já haviam sido preenchidas. São oferecidas 8.517 vagas.

Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde de Campos, o Programa Mais Médicos alocou no município 23 profissionais, dos quais seis eram cubanos. O órgão ressaltou que os médicos brasileiros permanecem trabalhando e a população segue assistida através das unidades de saúde do município. A cidade recebeu os primeiros profissionais em 2013. Os que estavam em atividade no município vieram a partir de 2016, alocados pela coordenação estadual do Mais Médicos.

Também segundo o órgão municipal, a cidade não ficará desassistida com a partida dos médicos cubanos. Em nota, a secretaria de Saúde informou que: “A Prefeitura de Campos vem investindo na saúde do município e, nos últimos dois anos, inaugurou a Unidade Pré-Hospitalar de Travessão, a Policlínica do Servidor e está equipando a Unidade Pré-Hospitalar São José para entregar à população, principalmente, da Baixada Campista. Em junho deste ano, também, convocou 131 médicos concursados de diferentes especialidades com o objetivo de atuar nas Unidades Pré-Hospitalares em regime de plantão 24 horas e, também, no serviço ambulatorial.

Ruptura — Os médicos cubanos que integravam o programa Mais Médicos começaram a deixar o país no último dia 22. Segundo a Organização Pan-americana de Saúde (Opas), a previsão é de que esse processo dure até o dia 12 de dezembro. O rompimento do acordo ocorre por decisão do governo cubano, que chamou de volta os profissionais por desacordo com condições impostas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, para que os médicos permaneçam no programa – entre elas a realização do exame de revalidação de diplomas para reconhecimento no país (Revalida) e a não retenção de parte da remuneração dos médicos, que até então ficava com a administração cubana.

O presidente de Cuba, Miguel Diaz-Canel, por meio de uma rede social, defendeu os profissionais. Em nota, o Ministério da Saúde cubano afirmou que as exigências desrespeitam as condições acordadas no convênio com a Opas.

Inscrições — No terceiro dia de inscrição do Programa Mais Médicos, nesta sexta-feira, cerca 84% das vagas definidas no novo edital do programa já foram preenchidas. No balanço divulgado esta manhã, 19.994 médicos com CRM Brasil ou que revalidaram o diploma no país já fizeram a inscrição, segundo o Ministério da Saúde.

Desse total, 13.341 foram efetivadas e 7.154 profissionais já estão alocados no município para atuação imediata. Na apresentação ao município, que vai até 14 de dezembro, o médico deve apresentar todos os documentos exigidos no edital. As inscrições vão até 7 de dezembro pelo site do programa.

Neste edital do Mais Médicos são ofertadas 8.517 vagas para atuação em 2.824 municípios e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), que antes eram ocupadas por médicos da cooperação com Cuba.