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Wilson Witzel é o novo governador; veja principais propostas

Com postura autoritária, o novo presidente do país caiu nas graças dos mais conservadores

Estado do RJ
Por Redação
29 de outubro de 2018 - 15h14

A partir do dia 1º de janeiro de 2019, o ex-juiz federal Wilson Witzel, do Partido Social Cristão (PSC), será o governador do Estado do Rio de Janeiro. Ele, que começou a corrida eleitoral com apenas 1% de intenção de votos nas pesquisas, foi o candidato mais votado no 1º turno após declarar possuir o mesmo “alinhamento de ideias” que Jair Bolsonaro (PSL) — embora este tenha descartado a aliança. Wilson manteve-se na liderança no decorrer de toda a segunda etapa da campanha e, neste domingo (28), garantiu o cargo com 59,86% (4.674.482 milhões) dos votos válidos. Eduardo Paes (DEM), seu concorrente no segundo turno, alcançou 3.133.972 votos.

O governador eleito e novato na política atuava como titular da 6ª Vara Federal Cível até março de 2018, quando solicitou exoneração da magistratura para se lançar candidato. Na ocasião, Witzel possuia pendências em um processo disciplinar (arquivado pelo Conselho Nacional de Justiça 20 dias antes do 1º turno), o que, tecnicamente, o enquadraria na Lei da Ficha Limpa.

Tal processo avaliava uma possível infração cometida por ele por viajar à Espanha sem permissão da Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) em 2014, para comemorar o aniversário de casamento. Contudo, esse fato não foi o suficiente para afastá-lo do pleito e sequer para impedi-lo de conquistar o maior número de votos entre os eleitores do Rio de Janeiro.

Ao longo da campanha, Witzel posicionou-se contra a criminalidade, sendo esta sua principal bandeira. Em diversas entrevistas concedidas à imprensa, Wilson declarou que autorizará abater bandidos; disse que renegociará a dívida do estado do Rio propondo o pagamento dessas em 100 anos; e propôs extinguir a secretaria de Segurança e criar um gabinete integrado entre as polícias civil e militar e o próprio governador.

Perfil

Wilson Witzel nasceu em Jundiaí, São Paulo, e tem 50 anos. É doutorando em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre em Processo Civil e professor de Direito Penal Econômico há mais de 20 anos. Como juiz federal, atuou por 17 anos em diferentes varas cíveis e criminais, no Rio e em Vitória (ES). Ele também já foi fuzileiro naval. Witzel é casado e tem quatro filhos.

Promessas de campanha de Witzel

Para a Segurança

Witzel defende a reformulação da administração penitenciária com o intuito de “melhorar a qualidade do serviço penitenciário” e “trazer maior dignidade ao preso”, e afirma que quer criar uma parceria público-privada para a construção de presídios. Entre as propostas do governador eleito para a Segurança está a fundação da “Universidade da Polícia”, que tem o intuito de aperfeiçoar os atuantes do setor de segurança pública.

Para a Economia

Wilson Witzel promete criar uma “força-tarefa da desburocratização” para revogar “leis inúteis, redundantes ou encarecedoras da atividade empresarial”. O candidato também pretende ampliar acesso ao crédito para micro e pequenos empresários, desonerar tributos e promover cursos de capacitação para incentivar o empreendedorismo.

Para os Direitos Humanos

O governador, que disse estar alinhado com as ideias de Bolsonaro, a defende a inclusão da disciplina “História e Cultura Afrobrasileira” nas escolas da rede pública estadual e quer garantir benefícios tributários e jurídicos às religiões afro. Witzel quer ainda reforçar os programas de prevenção à violência contra mulheres e LGBTs.

Para a Educação

Witzel quer bonificar professores de acordo com o desempenho na rede pública, além de reforçar e ampliar as Fundações de Apoio à Escola Técnica (FAETECs). Ele também deseja criar uma rede de escolas estaduais militares, em parceria com as Forças Armadas e a Polícia Militar.

Para a Saúde

Ele quer promover uma auditoria de todos os contratos das Organizações Sociais da Saúde (OSs) e de terceirizações do setor. Também quer construir até 250 Clínicas da Família e revitalizar o serviço de Telessaúde da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O governador ainda cogita cobrar pelos cursos de especialização Lato Sensu das universidades do estado, entre elas a UENF.