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‘Políticos’ e seus mandatos abstratos

Alguns estão nos parlamentos 'pendurados' em liminares ou mesmo condenados em primeira instância

Opinião
Por Redação
22 de janeiro de 2018 - 11h24

No cenário nacional, se espalha como se ‘vírus’ fosse, uma enormidade de parlamentares que nunca deveriam estar ocupando qualquer cadeira, independente de qualquer ente federativo. Motivo: não conquistaram seus mandatos de forma legítima e justamente a forma com que venceram é que faz com que seus mandatos não sejam reconhecidos de forma plena pela sociedade.

Trata-se de uma situação muito desconfortável, seja para aquele que está sentado em uma cadeira ‘fervendo’, onde o ‘senta’ e ‘levanta’ é uma prática quase que semanal e também para o eleitor, que descobriu que muitos estão ali, falando, debatendo ou até votando, sem que esteja na plenitude do cargo.

Alguns desses políticos estão nos parlamentos ‘pendurados’ em liminares ou mesmo condenados em primeira instância, apostam suas fichas em medidas recursais para tentarem manter uma cadeira no legislativo, seja ele no âmbito, federal, estadual ou municipal, por todo o país.

Muitos, condenados por órgão colegiado, ainda se ‘agarram’ ao mandato, devido ao contestável efeito suspensivo que tribunais regionais entendem como o correto até que as evoluções processuais tramitem.

Para esses, que não sabem se o dia de amanhã será com ou sem mandato, há um sofrimento interno muito grande. Em que pese muitos merecerem as condenações a si impostas, outros apenas são vítimas de esquemas políticos de corrupção que elegem os nomes que interessam ao ‘sistema’, através dos votos dos chamados ‘peixes pequenos’, que mesmo com representação pífia, também se tornam réus e sem dinheiro, amargam sentenças condenatórias, pois os ‘líderes’, mentores dos delitos cíveis, eleitorais e criminais, os abandonam.

Este ano é muito importante, pois teremos eleições gerais em todo o território nacional e os tribunais precisam ser céleres para julgar a situação da legalidade desses políticos, pois muitos, além de já estarem exercendo, de forma ‘abstrata’ seus mandatos, ainda desejam alçar novos voos e a sociedade deseja votar em quem pode realmente ocupar, de forma legal e real, uma vaga e não em pessoas ou aventureiros que estão envoltos em processos judiciais, muitos robustos e com farto material probatório condenatório.

O ano é da ética e da moral e manter certos mandatos ou permitir que nomes maculados e com condenação de colegiado já sacramentada sejam candidatos é um grande risco, pois sempre irá pairar uma dúvida sobre a manutenção futura desses políticos em seus cargos.

Muitos podem, ao ler o artigo, indagarem os motivos pelos quais o texto não se refere também aos detentores de cargos no executivo. A resposta é simples: vejo com preocupação os ‘abstratos’ que ocupam cadeiras provisórias no legislativo.

São casas legislativas em que as normas são criadas e não vejo com bons olhos que essas legislações sejam aprovadas por centenas de políticos que não receberam essa prerrogativa pela vontade popular e, sim, através de ações consideradas pela Justiça, ilegais e fruto de corrupção deslavada.