A iniciativa das comemorações do aniversário
Atendendo a solicitação do Instituto Histórico e Geográfico de Campos dos Goytacazes (IHGCG), que tem o compromisso do resgate e valorização dos vultos de nossa terra, o Prefeito de Campos, Rafael Diniz, criou por meio da Portaria n° 1539/2017, o Grupo de Trabalho para elaborar a programação comemorativa do sesquicentenário de nascimento de Nilo Peçanha. Integram o GT, além do IHGCG, a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, a Academia Campista de Letras, a Associação de Imprensa Campista, a Câmara Municipal de Campos, o Instituto Federal Fluminense e as Lojas Maçônicas de Campos.
No âmbito do Poder Executivo figuram as Secretarias de Educação, Cultura e Esporte, Infraestrutura e Mobilidade Urbana e Desenvolvimento Econômico. Os membros do GT reuniram-se periodicamente no Teatro Trianon e elaboraram vasta programação, que será iniciada no próximo dia 30 setembro, com sessão solene no plenário da Câmara de Campos. No dia do aniversário de Nilo Peçanha, 2 de outubro, as homenagens serão na sua estátua, que fica na avenida que leva o seu nome. Ainda para esse ano, haverá uma exposição iconográfica no Museu Histórico e uma mesa de debates sobre a questão dos preconceitos raciais sofridos por Nilo Peçanha.
Nascido em 1867 na freguesia de Morro do Coco, onde passou sua infância, Nilo Peçanha faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em 31 de março de 1924. De família humilde, cresceu e conviveu com as questões sociais do final do Império. Fez os seus estudos primários em colégio público e ajudava o pai na padaria da família no Centro de Campos. Formado em Direito pela Faculdade do Recife, retornou à cidade natal, onde exerceu a advocacia e o jornalismo.
Já naquela época, sofreu preconceito por ser mestiço e defendeu o abolicionismo e a instauração do republicanismo. Com apenas 23 anos, já empolgava multidões com seus discursos republicanos. Não obstante, teve que conviver com preconceitos e discriminações ao longo de sua carreira, em virtude da origem humilde e sua tez morena.
A vida política de Nilo começa em 1890, quando foi eleito deputado da Assembleia Nacional Constituinte, pelo Partido Republicano. Exerceu legislaturas ordinárias posteriores, até 1903 (deputado estadual). Foi presidente do Estado do Rio de Janeiro em 1903 e Vice-Presidente da República, entre 1906 e 1909. Com a morte de Afonso Pena, assumiu a presidência, exercendo-a de 1909 a 1910.
Foi senador pelo Estado do Rio de Janeiro (1912-1914), chefe do executivo do Estado do Rio de Janeiro novamente (1914-1917), e Ministro das Relações Exteriores do Brasil (1917-1918).
Nilo demonstrou domínio na arte da política. Era um exímio negociador e usava seu poder de persuasão com maestria. Nilo foi um dos primeiros a empregar a propaganda eleitoral para mobilizar a opinião pública, lançando mão dos recursos midiáticos disponíveis à época. Isto pôde ser constatado em sua campanha presidencial “Reação Republicana” (1922), a qual não lhe rendeu o cargo, a despeito de seus esforços.
Progressista e Positivista aguerrido, lutou pela revitalização econômica fluminense e sempre viu na educação a melhor forma de transformação de uma sociedade, tornando-a livre e próspera. Para ele, o Brasil do passado foi formado nas academias, mas o país do futuro sairia das oficinas. Desse modo, lutou pelo fim do analfabetismo, pela educação profissionalizante e pela industrialização, sem perder de vista a defesa da diversificação da agricultura nacional.
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