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Peça “Diadorim” volta a ser exibida no Teatro de Bolso

Espetáculo protagonizado por Adriana Medeiros encerra temporada de sucesso em Campos

Cultura
Por Ocinei Trindade
27 de setembro de 2019 - 9h58

Diadorim encerra trilogia “O Avesso da Mulher” (Foto:Antônio Cruz)

A peça “Diadorim, o ser em labirinto”, de Arlete Sendra, volta a ser exibida nesta sexta-feira (27), no Teatro de Bolso Procópio Ferreira, em Campos. O espetáculo dirigido por Fernando Rossi e protagonizado por Adriana Medeiros fica em cartaz até domingo. Os ingressos custam R$30 (inteira) e R$15 (meia). As apresentações começam às 20h.  A peça encerra a trilogia chamada “O Avesso da Mulher” criada por Sendra. Centenas de pessoas assistiram as montagens consideradas sucesso de público e crítica. “É o personagem mais difícil que fiz até hoje”, diz a Adriana Medeiros.

A obra “Grande Sertão: veredas”, de Guimarães Rosa, inspirou Arlete Sendra a escrever  “Diadorim, o ser em labirinto”. Para o diretor Fernando Rossi, o interesse do público que tem comparecido às apresentações demonstra o êxito da sequência de montagens. “A trilogia criada pela autora resultou na realização do melhor de nossa arte cênica”, diz o diretor. Assim como nas peças “Eu fui Macabéa” e “Traídas e traidoras, somos todas Capitus”, o espetáculo “Diadorim” também dá voz à narrativa feminina.

Adriana Medeiros protagoniza o espetáculo (Foto:Antônio Cruz)

“Nas entrelinhas dos textos originais está o cerne da questão. O sofrimento de Diadorim é algo indescritível. Não se pode desconstruir uma imagem que veio paternalmente sendo construída. Há uma perversidade paterna nesse momento, considerando os elementos culturais que faziam com que o homem que não gerasse um filho homem, isto negava sua macheza”, destaca Arlete Sendra sobre o drama da personagem.

A atriz Adriana Medeiros apresenta no palco Maria Deodorina, uma faceta de Diadorim jamais revelada. “Lacunas foram preenchidas pela autora da peça. O livro de Guimarães Rosa é narrado por um homem, Riobaldo, que se apaixona por Reinaldo/Diadorim que, na verdade, é uma mulher. Na peça, essa mulher sufocada e escondida do mundo se revela e conta a sua versão dos fatos. Nesse fazer solitário, refletimos com o público sobre gêneros masculino e feminino. A personagem Maria Deodorina foi imposta a virar Reinaldo que criou Diadorim. Discutir sexualidade e afetos se faz necessário ainda mais nestes dias”, conclui Adriana Medeiros.

Diadorim, de Guimarães Rosa, revista por Arlete Sendra (Foto: Patricia Bueno)