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Empréstimo da Prefeitura de Campos com a Caixa está em renegociação

Procurador Roberto Landes defende parcelamento da dívida para que não haja colapso na administração municipal

Blog dos Jornalistas
Por Blog dos Jornalistas
13 de agosto de 2021 - 9h23
O procurador geral do Município, Roberto Landes (Foto: Acervo pessoal/Reprodução)

A Procuradoria Geral do Município de Campos dos Goytacazes informou que está mantendo diálogo com a Caixa Econômica Federal sobre a dívida contraída na gestão de Rosinha Garotinho, em operações de antecipação de royalties do petróleo. Segundo Roberto Landes, tenta-se encontrar uma forma de cumprir as obrigações contratuais e sem afetar a prestação de serviços básicos à população.

Segundo o procurador Roberto Landes, o prefeito Wladimir Garotinho (PSD) se comprometeu a articular com os contatos que ele e a irmã, a deputada federal Clarissa Garotinho (PROS), têm em Brasília, para encontrar uma forma de honrar o compromisso com a Caixa, sem prejudicar o atendimento à população. 

A opção da gestão passada de suspender o pagamento das parcelas da cessão de créditos dos royalties de petróleo pode trazer graves consequências para a administração pública, caso o município tenha que efetuar o pagamento de forma integral. “Campos ficaria em uma situação financeira ainda pior que já está, interromperia o fluxo de caixa da Prefeitura”, alega Wladimir.

Para o procurador geral do Município, Roberto Landes, o contrato com a Caixa Econômica prevê obrigações e precisa ser cumprido. “Observando-se todos os regramentos legais pertinentes e de forma que o pagamento seja parcelado para evitar que haja um colapso na administração municipal”, destaca.

Dívidas da Prefeitura de Campos

Em janeiro deste ano, o Jornal Terceira Via publicou reportagem sobre as dívidas que o prefeito Wladimir Garotinho encontrou para administrar, logo assim tomou posse (clique aqui). Na ocasião, o montante era de R$1,5 bilhão. Parte dessa dívida foi contraída na gestão de Rosinha Garotinho, em 2016.

Na ocasião, a assessoria da ex-prefeita enviou uma nota informando que Rosinha pegou dois empréstimos com a Caixa Econômica: um de cerca de R$ 200 milhões e outro de mais de R$ 762 milhões, sendo que do segundo empréstimo o município ficou com R$ 562 milhões, já que utilizou parte deste segundo aporte financeiro para quitar o primeiro. E, como forma de garantia de pagamento, incluindo os juros, aproximadamente R$ 1 bilhão de royalties e participações especiais futuros acabaram comprometidos com a transação.

Em outubro de 2020, o então secretário de Desenvolvimento Econômico, Felipe Quintanilha, informou que “em três anos e nove meses foram pagos R$ 200 milhões só de empréstimos contraídos pela gestão passada”.

Em 20 de julho de 2017 o prefeito Rafael Diniz conseguiu rever no Tribunal Federal Regional da 2ª Região termos no contrato de empréstimo celebrado entre a Caixa Econômica Federal e a ex-prefeita Rosinha Garotinho. Permitia-se a cobrança de até 30% dos recursos mensais recebidos pelo município, oriundos dos royalties do petróleo. A polêmica transação financeira virou alvo de uma batalha judicial que vinha sendo travada entre o ex-prefeito e o banco.

Após a decisão, em caráter liminar, de toda a receita de royalties que entra nos cofres da prefeitura, 10% vão para quitar o empréstimo com a Caixa Econômica Federal. A dívida bruta ainda não começou a ser amortizada. Esses 10% quitados todo o mês correspondem aos juros do contrato.